Blog by Dani

quinta-feira, setembro 29, 2005

A lojinha no fim da rua


Hoje o blog aqui faz um mês de existência virtual.
Este espaço foi concebido com o objetivo de abrigar histórias, notícias, opiniões, fotos e eventualmente algum papo furado. É simples, despretensioso, sem nada de mais. Não tem muitos leitores, nem ostenta um daqueles templates lindos e luxuosos, cheios de recursos e selos.


Comparo este blog a uma lojinha recentemente aberta no fim da rua. As pessoas passam pela porta, e olham furtivamente lá para dentro. Tudo é ainda muito modesto. Algumas entram, olham, até compram alguma coisa. Mas leva tempo para se estabelecer no ponto, para conquistar uma clientela. Vai-se acrescentando uma coisinha aqui, outra ali. Aos poucos as pessoas vão chegando, conhecendo e se interessando pelos produtos. Devagar, novos clientes vão aparecendo, e comentam sobre o lugar. O dono da lojinha trata de colocar artigos novos nas prateleiras, pinta na porta um letreiro mais atraente, coloca panfletos nas caixas de correio da vizinhança. Dessa forma, o estabelecimento vai crescendo e ficando mais conhecido.
Assim eu espero que seja com o meu simplório e iniciante blog. Foi aberto outro dia, ainda está se firmando junto à “comunidade bloggeira”. Quem sabe um dia o dono da lojinha, expandindo seus negócios, não abra uma grande loja num shopping, com uma fachada modernosa e até passe a exportar seus itens?
Mas, neste primeiro mês de aniversário, ainda é apenas uma lojinha bem simples, com parcas ambições e poucos “clientes”, que serão sempre muito bem-vindos.

Entre e fique à vontade!

quarta-feira, setembro 28, 2005

Desligando a TV


A novela América, de Glória Perez, é realmente qualquer coisa de insuportável. Os diálogos são, em sua grande maioria, de uma pobreza entristecedora; os personagens – patéticos – são interpretados por grandes atrizes e atores incumbidos de papéis medíocres e até ridículos; os cenários são uma piada (na esquina de Vila Isabel fica o calçadão da praia, e a minúscula Miami é no próximo ponto); quanto à sibilante protagonista... melhor nem comentar. Trocando em miúdos: a história é mal estruturada, mal conduzida, com uma penca de falhas não corrigidas.
Imagino que escrever para a grande massa não deva ser tarefa muito fácil, pois é preciso levar em conta diversos fatores, entre eles o curto alcance intelectual de uma grande parte da população. Mas acredito que seja possível fazer esta adaptação sem provocar a decadência da teledramaturgia brasileira. Entendo também que, depois de 40 anos exibindo várias novelas diárias, a imaginação dos autores possa estar se extinguindo. Sendo assim, por que não destinar este espaço a uma programação de mais qualidade? Ah, claro. Existe a tal audiência e o famigerado ibope, do qual todas as emissoras são escravas. Só o que importa é contar os pontos de cada programa, mesmo que isso se faça à custa do embrutecimento mental de uma nação.
É decepcionante saber que, no país onde eu vivo, o que “dá ibope” é a propagação da ignorância, nas suas mais variadas formas. O pior é que não adianta nem mudar de canal.

terça-feira, setembro 27, 2005

"Tragédias" da Vida Privada


Há passagens na vida que, de tão hilariantes, constrangedoras e inusitadas, mais parecem aquelas histórias de Luís Fernando Veríssimo que, afinal de contas, são retratos da comédia cotidiana e podem perfeitamente ter acontecido de fato...


Minha Tia Etelvina* já está “entrada em anos” (sem trocadilho, por favor), mas é ainda ativa, loquaz, e sem papas na língua. Costuma disparar suas opiniões como uma metralhadora giratória, decretando-as impiedosamente e desconcertando seus interlocutores.

(Mas no caso abaixo relatado, ela jura a mais completa inocência).
Estava então Tia Etelvina num churrasco em casa de seu filho Etevaldo, conversando animadamente, quando juntam-se à roda a mãe e a irmã do namorado da neta da dita senhora (deu para acompanhar?). Pois bem. Papo vai, papo vem, chega-se a um assunto polêmico: o uso de tatuagens. Tia Etelvina, inflada de razões, aumenta os decibéis de sua voz e passa a monopolizar a conversa.
Com a propriedade de um juiz de futebol brandindo um cartão vermelho no frontispício de um jogador recalcitrante, ela dardeja para os ouvintes:
- Pois para mim isto é coisa de marginal.
Alguns se entreolham, atônitos. O desconforto é geral. Alguém tenta desviar o assunto:
- Está saindo uma asinha ali... alguém vai querer?
Tia Etelvina dá um pause por alguns breves momentos:
- Não, meu filho, obrigada. Mas como eu ia dizendo...
E prossegue, enfática e inflexível em suas convicções, sem sequer notar o embaraço:
- Na minha opinião, quem tem tatuagem perde todo o valor. Não vale mais nada. Nada, nada. Graças a Deus meus netos não deram para isso.
O neto da anciã retira-se, lívido e engasgado com um pedacinho de picanha. Etevaldo oscila entre o bege, o verde-musgo e o azul-rei.
Mas Tia Etelvina, não percebendo a formação do arco-íris facial em seu filho, dispara o tiro de misericórdia:
- Quem tem tatuagem, para mim, acabou. Morreu.
A mãe e a irmã do namorado da neta de Tia Etelvina permanecem absolutamente mudas e estáticas. Só não tombaram fulminadas ali mesmo porque, para Tia Etelvina, elas já estavam mortinhas da silva...


* Os nomes dos personagens foram trocados, para que não haja (ainda) maiores constrangimentos... rs

segunda-feira, setembro 26, 2005

Malandragens eletrônicas


Foi com um certo “esforço” que consegui chegar ao fim de O TERMINAL. Deixei o aparelho “descansar” de ontem para hoje, e assim pude finalmente saber o desfecho da história de Viktor Navorski. Eu, que choro até em anúncio de leite desnatado, quase derramei alguns ml em algumas cenas. Foi um bom filme.
Ainda não sei o que deu no DVD. Às vezes funciona direitinho, fingindo que está tudo bem. Mas, de repente, a cena trava e babau filme, porque quando isso acontece, é sinal de que naquele dia acabou o expediente. Como todos os aparelhos aqui de casa, este também parece ter vida própria, e só trabalha quando quer.
Hoje darei uma passadinha na autorizada, apenas para tentar sondar qual poderá ser o problema, e também para calcular em quanto meu bolsinho morrerá nesta empreitada. A garantia expirou no dia 21 do mês passado, quando o dito aparelho completou seu primeiro aniversário.

Eu mereço.

domingo, setembro 25, 2005

Desgraça pouca é bobagem

Não bastasse o único cinema das redondezas estar com a corda no pescoço, meu aparelho de DVD resolveu engasgar por estes dias. Revoltou-se e achou por bem tirar férias, deixando em seu display a mensagem nada animadora: NO DISC. Como assim, “no disc”? Eu coloquei o DVD lá, e nada de filme.
Só hoje à tarde é que consegui ver alguma coisa, mesmo assim por boa vontade do aparelho, que decidiu me dar uma trégua. Vi “Closer” interinho. Dei um tempinho e inseri “O Terminal”, crente que ia assisti-lo até o final (no sábado, o leitor do DVD rejeitou-o sumariamente). No terço final do filme, a cena congela na tela. Abri a gavetinha. Olhei o disco. Não vi nada de anormal e o coloquei lá outra vez. Fechei a gavetinha. Nada. Fiz isso vááárias vezes, mas não teve jeito.
E eu nem sei qual é o defeito – não sei se é sujeira no leitor, ou se o aparelho, assim como o cinema, está com os dias contados.

De volta à Idade da Pedra


(Não que eu tenha ficado muito surpresa, mas...)
Saiu num jornal aqui da Terra de Marlboro: o único cinema do lugarejo periga ter suas portas fechadas, por falta de pagamento de aluguel. Já deram até a ordem de despejo, que eles ignoraram e ainda continuam exibindo filmes. Como as três salas compõem o único cinema existente (da rede Top Cine), é provável que a cidade fique algum tempo sem cinema. Ou um longo tempo, como já aconteceu. Houve uma época em que os aborígines tinham que sair daqui para outras aldeias próximas, se quisessem comer pipoca na frente de um telão. Acho que isso durou uns 6 anos, depois que o antigo Cinema Alvorada acabou - para dar lugar a um templo da Igreja Universal.
O que acontece é que a mirrada venda dos ingressos não paga o aluguel. A turba local não é muito chegada a cultura, razão pela qual também raramente peças de qualidade são encenadas por aqui.
O lugar fica a apenas 1 hora e meia do Rio, mas parece esquecido (ou desconhecido) pela civilização. É refratário ao desenvolvimento, ao crescimento. Não me refiro ao crescimento demográfico, porque este há. Refiro-me ao crescimento evolutivo, aquele que se passa na mente das pessoas e que se reflete de modo efetivo na coletividade. Este não ocorreu, e a população cresce sem estrutura – urbana, educacional, cultural.
A cada passo dado para a frente, três são dados para trás. Por isso é que quase nada dá muito certo por estas bandas. Sem cinema, então, a coisa promete ficar ainda pior. Será que eu sobrevivo?

sábado, setembro 24, 2005

Artistas x Arteiros


Na estante da sala, há uma agenda de telefones em que, no intervalo de cada conjunto de letras, há uma página com desenhos de Norman Rockwell (1894-1978), talentosíssimo desenhista/ pintor americano. Suas ilustrações parecem fotografias, de tão perfeitas.
Rockwell registrou em seus desenhos toda a impressão de uma época, com sua arte voltada para situações do cotidiano americano. Na dita agenda – presente de um amigo muito querido do meu pai – há vários desenhos fantásticos, mas encontrei outros igualmente incríveis no Google, que pretendo colocar nos meus posts.

Atualmente, com a arte moderna ocupando cada vez mais espaço em museus e exposições, vejo o desenho e a pintura clássicos serem relegados a um segundo plano fadado à indiferença, sob a alegação de que “para isso já existe a fotografia”. Não concordo com esta afirmativa, pois para retratar fielmente uma cena, há que se ter muito mais talento e trabalho do que para pincelar displicentemente uma tela. E, se a afirmação realmente procedesse, a matemática teria deixado de existir com a invenção das calculadoras e o advento da informática.
Posso não entender de arte o suficiente para lançar uma opinião destas, mas possuo um senso estético básico, que não me permite valorizar “obras” que poderiam ter sido feitas até pela cauda de um cachorro vira-latas ou, como já se viu, pelas mãos incertas de um simpático chimpanzé.
Numa das vezes em que visitei o Museu Nacional de Belas Artes, fui desembocar nas salas destinadas à “arte moderna”. Vi coisas absolutamente surreais, mas não no sentido artístico da palavra. Vergalhões retorcidos, esculturas insólitas, a maioria sem nem um nome que as identificasse. Fiquei confusa. Se o que eu estava vendo podia ser chamado de “arte”, então estaria o mundo povoado de grandes artistas, porque qualquer criança de 3 anos poderia desenhar ou pintar algo parecido...

quinta-feira, setembro 22, 2005

Pregando no deserto


Só para me consolar, entrei nuns blogs de “alta rotatividade” e acessei os primeiros posts publicados neles. Constatei que alguns, durante um tempo, ficaram às moscas, baratas e traças, muitas vezes sem nem um comentariozinho sequer! Assim me sinto melhor: eu, pelo menos, já tenho três leitores!

OBS: O blog está brincando de fantasma novamente... as letrinhas somem, voltam, somem... acho que vou ter que mandar benzer esse negócio aqui! Eu, hein...

Para não dizer que não falei das flores...

Chegou a Primavera.

Já vai tarde...


Eu deveria estar soltando fogos porque aquele Severino-das-Couves debandou. Mas é que quando essas coisas acontecem, sendo o Brasil o país que eu conheço, sempre fico meio desconfiada. Principalmente por causa daquele clima de "eu voltarei" que o cabra deixou pairando no ar. Disse que o povo o absolveria. Levando-se em consideração a amnésia política que acomete a maior parte dos brasileiros, não duvido.
Ele quis que ficasse parecendo que sua renúncia foi algo espontâneo, um "ato digno", e não uma confissão de culpa, um fim de linha. A verdade é que não havia outra opção, dadas as circunstâncias. E achei até que ele demorou muito para sair de cena.
Agora fica faltando o “sapo barbudo” ter um destes “rompantes de dignidade”, pegar suas trouxas, dar o bracinho para Marisa Letícia e despedir-se do cargo de presidente-de-meia-tigela. Mas sei que seria pedir demais.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Coelhinhos na cartola



Que me perdoem os que gostam, mas eu não consigo conceber os livros, colunas ou qualquer outra coisa escrita ou dita pelo “pseudo-guru” Paulo Coelho.
Quando era adolescente, cheguei a ler alguns dos seus livros, a título de curiosidade. Li primeiro “Brida”, depois “O Alquimista” e ainda me arrisquei a ler “As Valkírias” – em cujas linhas concluí o que já suspeitava: trata-se de um charlatão. Mas não um charlatão qualquer.

Após peregrinar pelos caminhos de Santiago de Compostela, envolveu-se numa aura de misticismo e pôs seu projeto em execução. Afirmava ter visões e diz ter sido agraciado com poderes que o permitiriam fazer chover, se quisesse. Intitulou-se “Guerreiro da Luz”, uma mistura de mago e guru espiritual, e passou a escrever como um mensageiro sabe-se lá de que entidade do universo. Agarrando-se ao fato de que o ser humano necessita de algo etéreo em que acreditar, construiu sua carreira literária (!?) em cima disso. Embarafustou-se por temas obscuros como bruxaria, magia, rituais, mentalizações, iniciações, e com isso foi angariando “seguidores” (inclusive muitos famosos) de seus duvidosos preceitos, por toda a face terrestre. Alçada a fama internacional, vendeu trocentos livros, traduzidos em vários idiomas e, surpreendentemente, passou a envergar um fardão na Academia Brasileira de Letras (agora pouco exigente, desde que José Sarney açambarcou-lhe uma cadeira, pelo inexpressivo “Marimbondos de Fogo”). Não pensei que um escritor pudesse ser admitido na ABL por vendagem de livros. Sempre achei que fosse pela qualidade de sua obra, coisa que de forma nenhuma identifico no que escreve Paulo Coelho. O que de fato vejo é uma enxurrada de parlapatices místicas, despejadas em mentes incautas e crédulas de todo o planeta.
Uma coisa não se pode negar: o sujeito é esperto. Sua coluna “Maktub”, publicada no jornal Extra, é de uma subjetividade tal que, quaisquer que sejam as motivações do leitor, sempre haverá uma forma de interpretação compatível com as experiências de quem lê. Filosofia barata, e com a profundidade de um pires.
Quando jovem, Coelho foi internado por três vezes, e pela própria família, na Casa de Saúde Dr. Eiras, de onde sempre arranjava um jeito de fugir. Fora dali, conheceu Raul Seixas, escreveu-lhe algumas letras e, algum tempo depois, finalmente provou que jamais foi um doido varrido. Mas também não é um bruxo. Na verdade ele é um mágico: soube fazer brotar uma dinheirama em sua conta bancária de forma espantosa.

Nem Mister M faria melhor.

terça-feira, setembro 20, 2005

Ninguém sabe, ninguém viu


Por incrível que pareça, os meus amigos e conhecidos mais próximos NÃO visitam este blog - pelo menos não que eu saiba. Alguns por não terem verificado sua caixa de mensagens, onde deixei o endereço, outros talvez por não saberem do que se trata ou mesmo pelo mais absoluto desinteresse. Não tem problema. Há pessoas que não conheço pessoalmente e que o visitam, deixam seus comentários, o que me deixa sempre muito feliz. Afinal, fundei este espaço justamente para que houvesse esta interação, para que pessoas de todos os cantos pudessem saber que eu existo e me conhecer melhor, e eu a elas. Então, se os conhecidos ainda não me deram o prazer de sua visita, não lamento e não reclamo, porque estou tendo e terei a oportunidade de conhecer pessoas novas através do meu e de outros blogs.

Sessão Coruja


Desde criança sou notívaga. Quando bebê, infernizava a vida dos meus pais trocando a noite pelo dia. À noite, sempre cheia de disposição e com uma energia inesgotável, ficava de pé no berço e dizia ao sonolento mais próximo: “Cocha papato e conta intória!” (traduzindo: “Calça o sapato e conta história”). Eu queria brincar, pedalar meu velocípede pela casa, sapatear pelos corredores e ouvir histórias. (Aliás, eu fazia questão de que contassem as mesmas histórias para mim inúmeras vezes, para que eu as decorasse e depois as contasse, com o livro na mão, para fingir que eu mesma as estava lendo).
A coisa só começou a melhorar quando entrei para a escola, aos 5 anos, para fazer o C.A.. Eu não trocava mais o sol pela lua, mas ainda ia dormir tarde da noite.
Na adolescência, dormia um pouco mais cedo no período de aulas, mas como todo adolescente, eu tinha um sono de chumbo, e me ressuscitar de manhã era uma batalha diária. Nas férias, minhas amigas vinham dormir aqui em casa e aí é que eu varava a noite mesmo, entre papos, risadas e cochichos. Quando conheci o Leo, aos 14 anos, nem dormia direito, tamanha a empolgação do início do namoro. E não é que no dia seguinte eu amanhecia lépida e fagueira, como se tivesse de fato caído nos braços de Morfeu?

Já nos tempos da faculdade, era obrigada a dormir mais cedo, pois acordava praticamente de madrugada para ir à aula. Mesmo assim, às vezes achava uma brechinha nas minhas tardes ocupadas de cursos para tirar uma reparadora sonequinha. E acabava indo dormir depois da meia-noite.
Mesmo tendo o que fazer no dia seguinte, meu organismo não obedece à ordem de deitar. O mais cedo que consigo é 22:30, e isso quando estou muuuito cansada.
Mas não costumo me utilizar desta peculiaridade para incursões na noite, embora numa determinada época saísse com as colegas da faculdade para discotecas e festinhas noturnas. Atualmente considero esses programas até meio entediantes. Na falta de uma programação realmente interessante, prefiro madrugar em casa mesmo: fico lendo, ouvindo música, escrevendo ou vasculhando sites na Internet e, quando vejo, já passou das duas. Não se pode dizer que o que tenho seja insônia, porque depois de uma certa hora o sono finalmente se instala e eu durmo normalmente. O meu fuso horário é que é diferente - gosto de ficar “morcegando” pela casa até sentir as pálpebras pesarem. Só então vou para a cama, leio um pouco e só quando as letrinhas começam a se embaralhar, apago a luz e “capoto” logo em seguida. Não considero isso um problema, mas tenho tentado educar meu sono, a fim de abandonar este hábito que me acompanha desde a infância. E é um pouco difícil, porque eu realmente gosto de ficar acordada umas horinhas a mais...
(Por isso não descarto a hipótese de ter sido coruja numa outra encarnação... rs)

segunda-feira, setembro 19, 2005

Chega de saudade


Desde meu aniversário (no dia 20 do mês passado) não piso em solo carioca, o que se reflete sensivelmente no meu estado de ânimo. Minhas energias já começam a se extinguir, e faz-se necessário - e urgente - que eu desembarque mais uma vez na cidade maravilhosa para recarregar as baterias. As “doses” de Rio de Janeiro a que me submeto regularmente costumam surtir em mim um incrível efeito terapêutico, o que faz um bem incomensurável à minha alminha desterrada...

"Chega de saudade, a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai”

Cansei desse papo


O noticiário político tornou-se cansativo. Há momentos em que já não sabemos mais quem fez o quê, pois a cada dia surgem novos fatos e, neste elenco infindável de picaretas nacionais, acabamos nos perdendo da história principal. Roberto Jefferson, que integrava o núcleo cômico, foi escorraçado da trama e está cantando noutra freguesia. Acompanhar todos os capítulos desta novela com tantos vilões e sem garantia de final feliz é algo por demais irritante e revoltante.
Acredito que já estejamos todos “por aqui” destas pinimbas políticas. Ninguém mais agüenta essa história, principalmente porque já se pode antever os acontecimentos. E eu nem gosto tanto assim de pizza...

domingo, setembro 18, 2005

Aniversário da Colombo


A Confeitaria Colombo, a mais tradicional do Rio, fez aniversário ontem, dia 17.

Nos seus 111 anos de história, já recebeu em seus salões espelhados presenças ilustres, como Olavo Bilac, Getúlio Vargas, Villa Lobos, o rei Alberto da Bélgica (em 1920) e a Rainha Elizabeth (em 1968), entre outros. E não se pode esquecer dos turistas, que entram e ficam extasiados. Numa tarde, passando em frente à porta, vi um grupo de estrangeiros fotografando tudo lá dentro – devem ter clicado até os convidativos “acepipes”, naquelas cristaleiras cuja observação só pode ser feita estando de posse de um bom babador. São servidos não apenas doces e lanches, como também o famoso chá completo (com todas as iguarias finas a que se tem direito) e banquetes pantagruélicos, preparados com esmero por chefs conceituados.



Fundada em 1894, pelos portugueses Joaquim Borges de Meirelles e Manoel José Lebrão, a Confeitaria Colombo é parte do patrimônio histórico, cultural e artístico da cidade, além de obrigatório ponto turístico para quem visita o Centro do Rio.
Sua decoração, em estilo art nouveau, comporta gigantescos e reluzentes espelhos belgas, mármores italianos e mobiliário em jacarandá, do início do século passado. No teto, uma grande clarabóia permite que a luz natural inunde o restaurante através de um vitral colorido. Sua arquitetura, conservada até hoje e mantida pelas reformas, nos remete imediatamente à belle époque da sociedade carioca tão logo cruzamos as soleiras.
Localizada na rua Gonçalves Dias, está imortalizada na literatura nacional como cenário de diversas obras e foi ponto de encontro de artistas, políticos e intelectuais.

OBS: Assim que for possível, passarei lá para fazer um lanchinho e comer uma éclair (nome bonito que se dá a uma prosaica bomba de chocolate/creme na Colombo).

Desfecho esperado


Ao entrar no site do JB por volta da meia-noite deste domingo, encontrei esta nova charge do Ique, ainda mais significativa que a de ontem. Na verdade, ela sintetiza numa só imagem tudo o que se passou desde a denúncia do mensalão, o saldo das extenuantes CPI’s, e mais o que não foi dito. Nosso “dileto” presidente utilizou-se de um estratagema muito pouco edificante para alguém na sua posição: fez-se de desentendido e esperou a poeira baixar. E fez isso ao largo do Planalto, bem longe de Brasília... e do Brasil. Manteve-se afastado o quanto pôde e, quando era visto em solo tupiniquim, só aparecia discursando como se nada estivesse acontecendo em seus domínios lá em Brasília. Sua indiferença foi algo que julguei atípico, ou até mesmo anormal. Como poderia um presidente escusar-se de tomar conhecimento e de esclarecer fatos ocorridos dentro de seu próprio partido, com a participação de gente próxima a ele, escolhida por ele?
É certo que haja muito mais imundície do que se pode supor, com uma malha de envolvidos a perder de vista. Como também é certo que ninguém será punido ou ao menos responsabilizado. Nessa leva de “inocentes” está indo o presidente que, para não ter que se retirar dignamente, preferiu fazer-se de “João-sem-braço” e sairá ileso dessa história. Este desfecho pode não ter sido o desejado, mas certamente já era esperado.



sábado, setembro 17, 2005

Ficou tudo por isso mesmo


Esta charge do Ique saiu hoje no Jornal do Brasil.
É, minha gente. O denunciante - aquele que atirou tudo no ventilador - foi considerado o vilão maior e acabou cassado. Mas e os denunciados? Ah, é. Eles sempre dizem que "não há provas". Eu havia me esquecido.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Histórias cariocas


Há certos livros que adoro e que estou sempre relendo, para com isso vivenciar novamente o deleite da primeira leitura.
Já faz algum tempo, meu pai apareceu em casa com “Ela é carioca – Uma enciclopédia de Ipanema”, do Ruy Castro, escritor de que aliás gosto muito. O livro é organizado em “verbetes” ordenados em ordem alfabética, mas eu prefiro lê-los aleatoriamente – abro numa página qualquer e me esbaldo/ emociono/ informo com qualquer que seja o verbete, pois todos são interessantes.
“Ela é carioca” traz histórias e personalidades de um Rio que infelizmente deixou de existir. Um Rio que produzia gênios e transbordava de cultura, que se rebelava contra o sistema, que se divertia e criava aos borbotões. O que lemos na deliciosa enciclopédia de Ruy Castro nos remete àquela Ipanema formadora de opinião e de espíritos criativos: poetas, músicos, intelectuais, musas e bêbados que tornaram o Rio o ponto de referência do Brasil. A Bossa Nova – que se tornou ao mesmo tempo trilha sonora e símbolo carioca, popularizando a cidade no exterior – teve seu berço em Ipanema, pois segundo consta no livro, “ia a Copacabana para trabalhar, mas para morar, criar e se divertir, seu território era Ipanema”.
É com uma espécie de “nostalgia do não-vivido” que lamento não ter estado lá e participado (ainda que como mera observadora) de todo aquele processo revolucionário que culminou com a instauração de novos valores. Velhos tabus foram quebrados; a cultura foi usada para conquistar liberdades cerceadas por um governo autoritário, numa época em que a liberdade de expressão era considerada crime. Foram mudanças que acabaram por repercutir em todo o país, ainda atados a um conservadorismo pouco flexível. O Rio e sua borbulhante Zona Sul transformaram decisivamente o Brasil e as gerações futuras.
Para quem teve o privilégio de já ser nascido nesta época, é uma agradável volta ao passado.
Para quem, como eu, não estava ainda por estas paragens, é uma forma de conhecer um pouco mais sobre as raízes da cultura carioca e alguns dos seus fascinantes personagens.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Onde há fumaça...


Não tenho nada contra quem fuma, desde que não o faça perto de mim. É extremamente desagradável para um não fumante estar num local, ainda que não totalmente fechado, e ter de inspirar aquela fumaceira sufocante. Na verdade sou contra o vício do cigarro que, afinal de contas, é uma droga como outra qualquer. Se a coisa vicia e causa danos ao organismo, pode perfeitamente ser integrada ao rol das drogas. E é a mais sorrateira de todas: não é considerada ilegal e seus efeitos são lentos e devastadores.
É inacreditável que, com toda a informação a que se tem acesso nos dias de hoje, o tabagismo ainda encontre adeptos, e dispostos a pagar para se envenenar.
Meu pai é fumante desde os 13 anos. É uma pessoa inteligente, culta, informada. Foge ao meu entendimento como alguém instruído, informado, ciente dos malefícios do fumo, pode insistir em manter este péssimo hábito, deixando anos de vida virarem fumaça - literalmente. Bem sabemos que o vício (qualquer que seja ele) arrebanha tipos diferentes de pessoas, independentemente de idade, classe social ou escolaridade, mas penso se o instinto de sobrevivência não grita por socorro. O pulmão é o órgão mais prejudicado, mas todo o conjunto padece: o cigarro pode agravar drasticamente problemas cardíacos, amarela os dentes, provoca halitose, emagrece de forma doentia. Pesquisas já comprovaram que o hábito de fumar pode subtrair até 10 anos da vida de uma pessoa. Já os fumantes passivos têm 30% de chances de desenvolver um câncer ou outras doenças ocasionadas pelo cigarro. Para alguns fumantes, nem mesmo a constatação desta degeneração física ou a insistência da família parecem dissuadi-los do vício.
Dia desses, numa entrevista, ao ser perguntado por que ainda fumava, o ator Paulo Autran respondeu, placidamente: “Porque sou burro”. Ao menos é consciente.

quarta-feira, setembro 14, 2005

O tal do portifólio


Na busca por um emprego vale tudo – até mesmo querer trabalhar na área que escolhi! Pretensiosa, mas ao mesmo tempo sem um pingo de esperança, mandei meu modesto curriculinho para uma agência de publicidade daquelas grandes, cheias de andares e salas decoradas à la Hans Donner. Não estou iludida: sei que não há nenhuma chance. Não tenho uma vasta experiência, nem portifólios maravilhosos para apresentar. Aliás, não tenho portifólio nenhum. Na verdade, o que tenho é essa minha cara, a pouca coragem que ainda me resta e idéias em fase embrionária. Mas o imperador da agência lá quer saber de idéias? Mesmo que eu fosse chamada para uma entrevista, como poderia chegar lá de mãos abanando, sem o bendito portifólio para provar que um dia produzi algo? Eles esperam alguém que lhes forneça provas concretas da sua capacidade, coisa que não tenho (não tenho as provas; quanto à capacidade, só testando para saber... rs).

Então cabe a pergunta: por que mandei meu modesto curriculinho?
Porque foi nisso que me formei; porque desde a mais tenra idade gosto de desenhar, pintar, escrever e criar coisas (não havia papel e lápis de cor que chegassem, e na falta destes, uma boa parede branquinha servia); e porque minha eterna - e infrutífera - busca por um trabalho qualquer ainda não anulou por completo o meu desejo de seguir a carreira que escolhi.
Mas eles só querem saber do portifólio.

terça-feira, setembro 13, 2005

Filosofia de novela


Ultimamente não tenho tido muita paciência para assistir televisão, pois a programação da tv aberta é sofrível. Ainda assim, uma vez ou outra vejo partes de algum capítulo da novela das oito – que considero intragável, aliás – e fico me perguntando por que diabos mulheres como a Nina de Cissa Guimarães ou a Haydeé de Christiane Torloni precisam rastejar tão desesperadamente por um homem. Não me parece amor, mas uma “estranha dependência”, que fez com que protagonizassem cenas patéticas desde que Glauco tirou o time. Haydeé, a mulher traída que também traiu, virou a casaca e se recusa a largar o osso. Nina, a amante preterida, jogou o amor próprio no lixo e corre desavergonhadamente atrás de um sujeito que, por anos e anos a fez de muleta para um casamento desenganado.O que fez Glauco se apaixonar por uma ninfeta como a Lurdinha, na minha opinião, não foi propriamente sua juventude ou beleza. Nem mesmo seu assédio descarado ao “tio”. Foi a segurança, o temperamento descomplicado e, principalmente, a auto-estima saudável. Tanto Haydeé, a esposa, quanto Nina , a amante, são mulheres relativamente jovens, charmosas e muito bonitas – até bem mais interessantes do que a garota em questão. Mas carregam atrás de si uma penca de frustrações, inseguranças e cobranças, ranços resultantes de uma vida mal resolvida. E o Glauco, em face às circunstâncias, não tinha mesmo uma opção melhor. Espremido entre uma mulher cleptomaníaca e confusa, uma filha mimada com mania de rejeição e uma amante crédula e sem personalidade, qualquer mulher com uma cuca mais fresca o arrancaria dessa ciranda de problemas insolúveis. Até mesmo a Dona Celeste!

Glauco: de adúltero a vítima da mulherada insandecida

segunda-feira, setembro 12, 2005

Nostalgia!


Com uma certa freqüência, sinto falta dos tempos de faculdade, quando a vida ainda era movida a expectativas e esperanças. Eu e meu grupo de amigos formávamos um quinteto animado e criativo, como era de se esperar de futuros publicitários. Tínhamos muitos planos, e ainda vivíamos naquela ilusão dos que não se formaram. Foram tempos muito felizes, enquanto fomos unidos. Depois, isoladamente, acabamos nos mostrando diferentes uns dos outros, quando a vida finalmente tratou de nos apartar. Lamento que isso tenha acontecido, que tenhamos nos afastado por motivos diversos. Guardo muito boas lembranças daqueles dias, das situações cômicas e até mesmo das "trágicas" que vivenciamos, pois naquela fase nada era suficientemente grave. Mas o que realmente lamentei foi descobrir, com o término do curso, que na realidade, nunca fomos amigos de verdade, mas apenas "colegas". Porque amizades verdadeiras não se dissolvem com o tempo e com a distância, nem se perdem em pequenos atritos ou divergências. Foram quatro anos de uma convivência divertida - nem sempre pacífica, mas sempre agradável. Numa época em que passei por problemas pessoais, minhas tristezas eu deixava na porta da faculdade, pois era lá dentro que eu conseguia ânimo para enfrentar as situações difíceis. Havia o apoio e o bom-humor dos colegas, e eu não sentia o peso do fardo emocional que carregava. Íamos juntos a todos os lugares, participávamos uns da vida dos outros, achávamos que éramos um grupo coeso. Mas bastou o ano letivo terminar para que, repentinamente, todos se distanciassem, perdessem o contato. Ainda tentei manter viva a chama daquela cumplicidade que compartilhávamos, mas fora do bando não éramos as mesmas pessoas. Com alguma tristeza, cheguei a uma desanimadora conclusão: nós só "funcionávamos" em grupo.

Puxando a tomada


Ainda não desisti do Saramago e seu "Memorial do Convento". A história parece boa, admito, mas o modo como foi escrita é que é às vezes deixa as pálpebras fazendo trancinhas.
Aliás, tenho tido um sono incontrolável ultimamente. Acordo meio cansada e de tarde caio pelas tabelas. Deve ser porque estou dormindo mais tarde do que deveria, e o meu corpinho pede para ser desligado algumas horinhas mais cedo. Então de manhã é aquele drama para me descolar da minha caminha tão macia, onde eu e o edredom somos uma coisa só...

domingo, setembro 11, 2005

As primaveras do papai



Ontem, dia 10, comemoramos o aniversário do meu pai. Não ia ter festa nem nada, mas um velho amigo dele, que sempre prometia e nunca vinha, resolveu fazer uma surpresa e apareceu com a família para almoçar. O detalhe é que ele já não vinha aqui em casa há mais de 20 anos! Foi um dia muito alegre, principalmente para o meu pai, que ficou muito feliz por recebê-los em nossa casa.
O presente do meu pai já estava comprado desde o mês passado - o livro "O Anjo Pornográfico - a vida de Nelson Rodrigues", do Ruy Castro - e foi o Leo que conseguiu encontrar, numa livraria na Tijuca (no Rio).
Para o meu pai é meio complicado dar presentes, pois ele mesmo prefere escolher e comprar tudo o que precisa e, portanto, tem tudo o que eu poderia pensar em lhe ofertar. Mas sei que ele gosta de ler - especialmente biografias - e que já estava de olho nesse livro faz um tempo, sem nunca tê-lo comprado. O bom é que eu também estava interessada neste livro do Ruy Castro, e vamos poder "compartilhar" a leitura...

sexta-feira, setembro 09, 2005

Orgia gastronômica


O tempo melhorou, mas ficou meio friozinho.
Sucumbi à tentação e acompanhei o Leo ao McDonald's, onde encaramos todas aquelas porcarias deliciosas que eles fazem. Só não matei o sundae também porque não tinha mais nenhum espacinho na minha barriga. Não sou muito fã de comidas gordurosas, salgadas e super calóricas, mas cometer essas extravagâncias só de vez em quando também não mata. O que me deixa passada é ver aquele bando de crianças - algumas bem pequenas - que os pais levam lá para se envenenarem com o tal Mc Lanche Feliz.
Podem me chamar de chata, sistemática, governanta alemã. Mas na minha opinião, criança tem que tomar suco, comer frutas, verduras, legumes, beber leite.
Cheguei em casa, liguei a televisão, e lá estava ele, dizendo que não renuncia, que "essa coisa de renúncia não existe". O mequetrefe do Severino, um dos símbolos da vergonha nacional, ainda tem o despautério de agir no estilo "daqui não saio, daqui ninguém me tira". E, se o Brasil é o país que eu penso que é, não tira mesmo.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Chuva = filme + pipoca


Nem acredito que amanhã é sexta-feira! Tudo indica que será um fim-de-semana frio, chuvisquento e ventanoso... mas não para mim, que tenho cobertor de orelha! O Leo vai ficar até domingo, e o clima está mais para filminho com pipoca debaixo do edredom... e eu adoro esses programinhas caseiros. Principalmente aqui na Terra de Malboro, onde não temos nada para fazer nem quando está sol, que dirá com um tempinho desses!

Arrumando a casa

Embora o título do post tenha a ver com o que fiz hoje, estou me referindo mesmo é ao blog aqui. Adicionei o contador, mas por enquanto sei que serão poucos os visitantes. Deve ser assim mesmo: olhei alguns blogs e percebi que nos primeiros meses os comentários são poucos. É claro que há aqueles que olham e saem sem deixar vestígios, daí a necessidade de instalar o contador.

Plano "A"

Andei novamente cadastrando meu currículo em sites de empresas, mas quer saber? Não tenho a mínima esperança. Faço idéia quantos mil currículos eles não recebem por dia! Bom, mas a meta principal continua sendo fazer (e passar) num bendito concurso público. Também é bem difícil, porque muita gente quer a mesma coisa, mas já que é para esfrangalhar os nervos, que seja ao menos por um emprego que pague melhor!

quarta-feira, setembro 07, 2005

Wave


A cada dia que passa me convenço mais de que essa coisa de blog é para profissionais. Minhas letrinhas somem, eu bóio em algumas explicações e com uma certa dificuldade consigo inserir algumas coisas e modificar outras... pelo visto, ainda vou precisar comer muito feijão com arroz para entender os html's da vida.
Acho que eu, definitivamente, não nasci para bloggeira... (rs)
Talvez eu precise passar o feriado me "distraindo" com os mistérios do blog fantasma, embora as mudanças que fiz por estes dias não pareçam estar interferindo em nada. Como estou longe de ser especialista, o que me resta é fazer experiências.
Enquanto isso, deixarei aqui a letra de uma música que adoro, e que costumo cantar para o meu filho de quatro patas (ele também se amarra!):

Wave
(Tom Jobim)

Vou te contar, os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho

O resto é mar, e tudo que eu não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho a brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais, a eternidade
Agora eu já sei, da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver

terça-feira, setembro 06, 2005

Soprando as velas...


Tem gente ficando velhinha hoje...
É que hoje é aniversário de uma amiga muito querida, que conheço desde que nasceu. Anadely - cujo nome é um mix de Antônio (nome do pai dela) + Adélia (nome da avó materna), faz hoje 23 anos. Foi um bebê fofinho, depois uma menina sapeca, espevitada e bem louca; mais tarde uma adolescente alegre e animada, que levava tombo de moto e tudo. Agora estuda Direito e é minha consultora Natura - além de animada, espevitada, louca e todas as qualidades que fazem dela alguém muito legal e de quem gostamos muito.
Afinal, este espaço não serve apenas para contar histórias, reclamar da vida e fazer ácidas críticas ao governo: é também para lembrar e homenagear os amigos mais queridos!

Acho que este blog hoje resolveu brincar de fantasma. Às vezes as letras desaparecem, depois aparecem de novo. Era só o que me faltava... um blog mal-assombrado!

segunda-feira, setembro 05, 2005

Será?


Todos os dias, quando abro os jornais, as revistas ou a internet, não sei o que é mais preocupante: se o que está acontecendo ou o que está deixando de acontecer. Tudo indica que, depois de tudo o que se sucedeu (CPI's, depoimentos, investigações, acusações), uma pá de terra será jogada sobre o assunto, e o brasileiro - que segundo dizem, tem memória curta - ainda terá que aturar resignadamente Lulas, Severinos & Cia por sabe-se lá quanto tempo. É constrangedor, é assustador.

Saturada de acompanhar os desdobramentos deste lamaçal que encobriu as mais altas esferas de poder deste país, desisti de acompanhar tão detalhadamente os fatos, pois tenho a impressão de que quanto mais informada estou, mais indignada e revoltada fico. Não adianta espernear, nem se exaltar diante da lamentável evidência: ninguém será punido como se espera, e tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes. Só nos resta torcer para que o nosso povo desmemoriado não cometa a insanidade de reeleger esses que hoje estão no banco dos réus. E nem aquele que não chegou a sentar no banco, mas que, na melhor das hipóteses, é culpado por omissão.
As perguntas que ficam no ar nos remetem à oportuna música do Legião Urbana:
"Será
Que nada vai acontecer? (...)
Será
Que é tudo isso em vão?"

E o pior é que sabemos as respostas.

domingo, setembro 04, 2005

Minha alma canta...


O Rio de Janeiro é uma cidade que amo, mas onde infelizmente não moro. Por uma dessas incongruências do destino, vim a nascer num outro município do estado, coisa que mais tarde me traria problemas e frustrações.
Filha de pais cariocas, sobrinha e prima de cariocas, todos legítimos, considero-me 99% carioca - o 1% restante corresponde ao que consta na minha carteira de identidade. Jamais consegui me adaptar aos eflúvios provincianos do interior e suas limitações, o que me fez desejar ardentemente atender às súplicas da minha desterrada alminha carioca. O principal entrave é que essa alma encontra-se aprisionada num corpo que, no momento, se vê impossibilitado de concretizar este desejo, pela mais absoluta falta de oportunidades e de verbas.
Vou ao Rio com uma certa freqüência, para desopilar o fígado e recarregar minhas energias, que sofrem uma baixa quando fico tempo demais sem pisar em solo carioca. Gosto de chegar lá, respirar aquele ar, gravar indelevelmente aquelas paisagens nas minhas retinas. Há um certo desconforto ao voltar - sinto-me como uma figurinha que é descolada violentamente do álbum.
A cidade onde moro provavelmente não é o pior lugar do mundo, e para muita gente é um refúgio da violência e da agitação do Rio. Mas quando não estamos satisfeitos com a vida que levamos, quando nossos projetos começam a gritar para serem postos em prática e nos sentimos ancorados a um lugar que não nos agrada, este lugar passa a ser visto com antipatia, como se fosse um purgatório onde, dia a pós dia, pagamos nossos pecados - à vista e sem desconto.

No Rio, ao contrário, consigo me sentir parte integrante da paisagem. Posso ter visto mil vezes aquele céu, aquele mar - jamais me cansarei daquela cidade. E o deslumbramento que contagia a todos não se resume apenas ao que vemos, às belezas concretas, mas a um estado de espírito que nos enleva. Há uma efervescência invisível cujo efeito é quase alucinógeno, indescritível. Outro dia mesmo, encarapitada no Morro da Urca, olhei para aquele cenário que se descortinava na frente dos meus olhos e me deu um ligeiro travo na garganta. Só não chorei porque eu sou mulher, e não fica bem mulher chorar... (rs)

sábado, setembro 03, 2005

Ora, pois!


Há linguagens que considero incompreensíveis.
Uma delas é esta usada na codificação deste blog - o que faz com que eu, marinheira de primeira viagem em matéria de blogs e codificações, perca horas tentando modificar a aparência, a disposição dos objetos, inserir coisas. Uma verdadeira batalha! Mas eu chego lá...
A outra linguagem praticamente incompreensível - que me perdoem os eruditos - é a do escritor português José Saramago. Nos livros dele, dois fatores colaboram substancialmente para o imbroglio: a forma como são estruturados os parágrafos e o português castiço do galego. Em muitos trechos de "Memorial do Convento", livro que eu eu intrepidamente me propus a ler, facilmente se perde o fio da meada. A gente começa a ler e logo percebe que o parágrafo é enorme, cheio de vírgulas que nem sempre separam períodos coerentes. É preciso ler de uma arrancada só, e depois ir tentando digerir as palavras na base do sentido contextual. Tudo bem, ele ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, mas vá lá...
E ele parece escrever como fala (ou o contrário). Uma vez, quando ainda estava na faculdade, eu e alguns colegas fomos assistir à uma palestra no centro do Rio. Era para o lançamento de um livro de fotos do fotógrafo Sebastião Salgado, cujos textos haviam sido escrito por ninguém menos que o ilustre portuga, que era um dos palestrantes (havia três na mesa). O Salgado falou, explicou o objetivo do seu trabalho, o modo como foi feito, etc. O segundo palestrante, que os anos e a minha idade avançada me impedem de lembrar quem era, também falou o que tinha que falar, bem explicadinho. Na seqüência, o Saramago resolveu se pronuciar a respeito de sua participação no livro do Salgado, e danou a falar uma língua ininteligível que nem o "Laércio Falaclaro" de Agildo Ribeiro daria conta de traduzir. Eu e o pessoal que estava comigo ficamos ali, no meio de um número razoável de pessoas, ouvindo aquela saraivada de palavras, mas ninguém abria o bico para confessar. Até que uma colega que estava do meu lado me perguntou em voz baixa: "Você está entendendo alguma coisa?", ao que respondi, com toda a minha sinceridade: "Nem uma palavrinha.". Ela deu um suspiro de alívio e replicou: "Ahhh, bom. Pensei que fosse só eu."
E foi assim que assisti a uma palestra do José Saramago, sem nunca ter ficado sabendo o que ele falou. E não houve ninguém que pudesse me contar.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Agüenta essa!


Ontem andei pesquisando umas vagas e a essa hora meu currículo já deu com os costados em seus vários destinos. Fico aguardando que alguma alma caridosa se compadeça da minha condição e me convoque ao menos para uma entrevistazinha...
Bom, eu tenho o básico: inglês, informática, palestras assistidas, curso superior. Mesmo com esses requisitos básicos, é uma luta ser chamada para uma entrevista e mais difícil ainda passar num concurso público, com trocentos candidatos se esbofeteando por uma vaga.
O engraçado (ou eu deveria dizer trágico?) é que quem ocupa o cargo mais alto do país é justamente um semiletrado que mal consegue proferir duas frases sem assassinar impiedosamente a gramática...

quinta-feira, setembro 01, 2005

Socorro!

Hoje fez sol e calor aqui na "Terra de Malboro". No Rio deve estar um calorão também.
Continuo bastante desanimada com a vida que tenho levado, porque é sempre muito chato nadar, nadar... e morrer na praia. Antes fosse na praia de Ipanema.


Nunca pude contar com muita gente, e também nunca me fiz de vítima por causa disso. Mas em alguns momentos, seria bom se tivesse alguém pra quem eu pudesse gritar por socorro (e que me acudisse, é claro).
As amigas levam uma vida à parte, são verdadeiras ilhas. Não sou de ficar alugando ninguém, mas elas também não se interessam em saber se está tudo bem. Aliás, essa é uma coisa engraçada mesmo: quando tudo está numa boa, todo mundo se aproxima, como que para sugar um pouquinho da nossa energia. Agora, quando estamos tristes, passando por alguma fase ruim, where's people?

E por falar em bode preto, hoje me senti meio egoísta ao ler os jornais... tanta coisa acontecendo pelo mundo, essa natureza revoltada e descontrolada destruindo cidades inteiras, fazendo milhares de vítimas, e eu aqui me queixando da minha vidinha mais ou menos. Mas a verdade é que todo mundo tem seu Katrina particular e cada um sabe que tipo de estrago ele faz...