Blog by Dani

sábado, setembro 30, 2006

O direito de NÃO escolher

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Há anos, desde que me tornei eleitora, participo da tal "festa da democracia" - ou seja, trabalho nas eleições - a princípio como primeira mesária, antes de ser "promovida" à presidência da seção.
Desde então, NUNCA votei em candidato algum. Nem para presidente, deputado federal ou estadual, senador, nem para prefeito nem vereador. Em ninguém. Tasco lá uns zeros e sacramento minha insatisfação e meu descrédito na tecla verde.
Por que eu faço isso? Será porque eu não acredito em nenhum destes falaciosos? Confirma.
Será que é porque eu não me interesso nem um pouco por essa política suja que se pratica no Brasil? Confirma.
Ou será que é porque realmente não vejo sentido algum em votar no "menos pior"? Confirma.
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O que ocorre é que prefiro me isentar da responsabilidade de ver este país, o estado ou a cidade onde vivo se afundarem, seja lá pelas mãos de quem for. Alguns dirão que estarei me "omitindo" na qualidade de eleitora. De forma alguma. Se aqui impera a tão propalada "democracia", tenho o direito de fazer o que quiser, porque a escolha é minha.
E eu escolho "ninguém", por julgar que não há ninguém capacitado para ocupar tais cargos de tamanha responsabilidade; por ter a certeza de que nenhum daqueles que aparecem sorrindo cinicamente em santinhos que emporcalham a cidade está apto para representar a mim e ao restante da população; por não ter o menor interesse por política e por sentir-me enojada diante de tão numerosas falcatruas; por ser contra o horário eleitoral gratuito (na minha opinião, deveria ser considerado crime disponibilizar em rede nacional um espaço em que homens parlapatões engrupem uma população desinformada); por estar farta de saber que não há "escolha certa" em se tratando de eleições no Brasil, e que fatalmente lamentaria que o meu voto tivesse colaborado para a eleição de mais um escroque.
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Vejo nas campanhas explicativas para as eleições, o slogan "É preciso votar". É como se as pessoas fossem obrigadas a escolher um sujeito entre os vigaristas disponíveis - aquele que considerarem "menos pior" - para defensores dos seus anseios e objetivos.
Discordo. Ninguém "tem" que, obrigatoriamente, votar em algum candidato. Principalmente quando a escolha é difícil e, na maior parte dos casos, impossível.
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Aliás, o critério para esta escolha costuma ser muito mais pessoal do que propriamente coletivo. Reparem bem. "Ah, vou votar no fulano porque ele ajudou meu irmão", ou "voto na fulana porque ela arrumou aquele emprego para minha cunhada", ou ainda "graças ao candidato tal, consegui terminar de construir minha casa". Nunca é porque o dito cujo viabilizou projetos importantes para o município, estado ou país; nunca é porque construiu escolas, hospitais ou qualquer coisa que servisse à comunidade de um modo geral. É quase sempre por alguma razão individual, própria, que nada tem a ver com o senso de coletividade - que, inclusive, falta em vários outros setores.
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Não posso também deixar de mencionar aquele argumento muito utilizado - mas na verdade pouco inteligente - que diz que "se anulou o voto, não pode reclamar depois das atitudes do candidato eleito". É claro que eu posso! Pelo simples motivo de que não fui eu quem o colocou lá, já que não votei nele. Tenho os mesmos direitos dos que também NÃO votaram nele, mas em outro. Se não votei em tal candidato, foi porque não acreditava nele, e, portanto, posso criticá-lo o quanto quiser, pois também não sou sou obrigada a aceitar as conseqüências desastrosas de seu mandato.
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Utilizando este princípio controverso, seria lícito afirmar, então, que quem não pode reclamar de nada é justamente quem optou pelo político corrupto, uma vez que seu voto representa a "confiança" nele.
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Polêmicas à parte, é importante ressaltar que, embora desgostosa da política e sem nenhuma simpatia por esta movimentação eleitoreira, sou uma eleitora desinteressada, mas não alheia. Se me desinteressei do assunto, foi principalmente por ter informação demais a respeito do mesmo, e - convenhamos - o que leio, ouço e vejo não me estimula em nada a mudar de opinião.
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Por isso, neste 1º de outubro, tendo em vista as características dos candidatos (uns, corruptos de carteirinha; outros, de pouquíssima expressão e projeção), aplicarei novamente o recurso do voto nulo - não o branco, mas o nulo.
Ninguém precisa concordar comigo, não. Afinal, vivemos dentro de um sitema "democrático", não é isso mesmo? Então faça a sua opção, e seja feliz com ela, porque tenho estado tranqüila quanto às minhas.
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Não representa apenas de uma forma de manifestar minha indignação. Também não se trata de protesto. É, também, e acima de tudo, um completo descrédito, o mais absoluto desprezo por este processo eleitoral e todos os seus sórdidos desdobramentos.
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quarta-feira, setembro 27, 2006

O caçador de doces

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Meu pai costuma contar que, quando garoto, ia para a rua recolher doces no dia de Cosme e Damião.
Da sacada de uma casa próxima, uma vizinha fazia chover balas e caramelos, e as crianças das redondezas iam para baixo da varanda aguardar a cascata de guloseimas. Meu pai, ágil e empolgado, abria a camisa e catava praticamente todas as balas atiradas pela sacada. Corria de um lado para o outro, açambarcando os doces e deixando a meninada a ver navios.
A vizinha via-o lá de cima e pedia:
"Tuninho, deixa um pouco para os outros garotos!". Então ele abria a blusa estufada pela quantidade de balas e saía distribuindo para todas as crianças.
Ele nos conta que não pretendia apanhar os doces todos só para ele (muitas vezes, acabava ficando com poucas balas ou mesmo com nenhuma) - era mais pelo prazer de pegar tantas quanto conseguisse e ficar conhecido como o maior "catador de balas" do bairro... .e
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Origem da data
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Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma como morreram. Seu culto já estava estabilizado no Mediterrâneo no século V. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
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Alguns relatos atestam que eram originários da Arábia, mas de pais cristãos. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Surgiram várias versões, mas nenhuma comprovada com fundamento histórico. Em uma das fontes, explica-se que eram dois irmãos, bons e caridosos,
que realizavam milagres. Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
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Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação, e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos, pois, quando em vida, exerciam a medicina na Síria, em Egéia e Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.
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No Brasil, em 1530, a igreja de Iguaraçu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitadas com bandeirolas e alegres desenhos.
No candomblé, são associados aos "ibejis", gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa " o enfeitado" e Damião, "o popular".
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Padroados: Farmacêuticos, faculdades de medicina, barbeiros, cabeleireiros
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Protege: Orfanatos, creches, doceiras, filhos em casa, contra hérnia, contra a peste
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Emblema: caixa com ungüentos, frasco de remédios, folha de palmeira.
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sábado, setembro 23, 2006

Torcicolo!

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Qualquer dia, ainda vou ter que sair da cama de maca ou numa cadeira de rodas, com aqueles coletes no pescoço. Isso porque tenho a incrível capacidade de me quebrar toda enquanto durmo. Não, não sou do tipo sonâmbula que sai pela noite dando topadas nos móveis, batendo a testa nas portas, ou, na pior das hipóteses, caindo em bueiros na rua. Nada disso. Fico bem quietinha na minha cama, e é esse o problema: eu quase não me mexo. Caio lá de qualquer maneira, apago e sou capaz de ficar hoooras na mesma posição, "deitada eternamente em berço esplêndido", feito uma múmia no sarcófago. Se por acaso eu tiver uma das mãos ou o braço desajeitadamente acomodado embaixo do corpo, no dia seguinte estará feito o estrago.
Tentei incriminar o colchão e o travesseiro, mas tudo indica que a culpada seja eu mesma. E o resultado é que já começo o dia toda empenada.
Outro dia dei um jeito no pulso esquerdo, e mal podia escrever ou simplesmente pegar num talher. Fiquei de "mão mole" por vários dias. E agora - adivinhem - estou de pescoço duro (ui).
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Ontem, ao acordar, virei de mau jeito para o outro lado e meus músculos, frios que estavam, deram um nó: arrumei um torcicolo pavoroso instantaneamente. Pois podem bem imaginar a situação. Eu com o pescoço totalmente retesado, parecendo um robô. Quando viro para olhar alguma coisa, todo o corpo tem que acompanhar, uma beleza.
O que vocês não calculam são as dores hor-ri-pi-lan-tes que ficam pinçando minha nuca e, de quebra, ainda se irradiam para as costas. Coisa de doido. E toca a passar gel, fazer aplicações de infravermelho e colar Salonpas (assim mesmo, com n antes do p) no pescoço (aquele cheiro de Vick Vaporub é que é o fim). Mas não há remédio milagroso que dê jeito nisso assim, do dia para a noite.
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Já estou pensando seriamente em recorrer a um pai-de-santo.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Cheiro de flor

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Estamos no meio de setembro, a poucos dias da primavera.
Já se fazem notar seus primeiros sinais em todos os jardins, que começam a exibir um novo colorido e a exalar os perfumes suaves da nova estação.
Os ventos próprios do mês se encarregam de disseminar as sementes e os doces aromas que prenunciam essa florida época do ano.
No mais, só posso desejar que cesse logo este esquenta-esfria, porque não há quem agüente ir dormir no Senegal e acordar no Alasca...

As florzinhas do meu jardim:

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Ainda fechada...

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... e aberta, pegando um ventinho.

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A azaléa nova que floriu por esses dias

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Essa lilás, parecida com orquídea, eu não sei o nome...

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O buquê-de-noiva também já deu o ar da sua graça

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O manacá está todo florido, e é tão perfumado...

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... e o jardim anda todo enfeitado, esperando a Primavera.
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Tudo bem, eu confesso. Este post foi para encher lingüiça mesmo, feito só para tapear vocês enquanto eu penso em alguma coisa que preste. Em breve, um post de verdade.
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Coluna Social:
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HOJE TEM BOLO EM COPA, PESSOAL! É ANIVERSÁRIO DO JÔKA !!!
Muitos abraços e felicidades a este ilustre carioca de Copacabana!

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sábado, setembro 16, 2006

Quinta cultural

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Na última quinta-feira, dediquei o dia a visitar algumas das exposições em andamento no Rio. Eu e Leo perambulamos pelo centro da cidade, entrando e saindo de centros culturais e museus.
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Fui ao CCBB ver de perto a exposição Ascension, do artista plástico indiano Anish Kapoor. Fumaceiras até o teto, peças imensas, superfícies polidas, paredes côncavas e convexas. E aquela estrutura em aço e laca azul, onde os visitantes podem entrar. Entrei. O reflexo ondulante da parte interna me deixou meio atordoada. Tudo muito exótico e surreal, sem uma lógica muito óbvia, mas divertido. Até este domingo, dia 17.
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Já que estávamos por ali, demos uma esticada na Casa França-Brasil para ver os painéis digicrômicos de Jô Soares, que está com a exposição Quadro de Luz. Até 8 de outubro.
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Saímos dali dispostos a ver Eletrodomésticos: origens, história e design no Brasil (muuuito legal ver fogões, geladeiras, aparelhos de televisão e várias outras peças que vão do início do século aos modelos mais modernos) no Museu Histórico Nacional, onde também está rolando Zuzu Angel - Eu sou a moda brasileira (muitas fotos, cartas e modelos confeccionados por ela, que recontam seu drama e recordam seu talento).
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Mas encontramos também muitas outras coisas interessantes, e enfrentamos uma verdadeira maratona ao tentarmos percorrer o museu inteiro: é um espaço interminável, cujas portas sempre nos levam a novas salas, com novas portas, que dão para mais salas e... mais portas.
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Tudo interessa, tudo é fantástico. Recomendo a todos, de todas as idades. Lá se encontra uma parte significativa da história e das origens do nosso país, preservada num vasto e riquíssimo acervo (mais de 287.000 itens).

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Vi carruagens, traquitanas e liteiras da época do Império, assim como utensílios de D. Pedro, além de armas que perteceram a grandes figuras, incluindo um revólver usado por Giuseppe Garibaldi na Revolução Farroupilha!
Na Casa do Trem*, uma infinidade de moedas raras, antigas, de todos os lugares do mundo, além de sinetes, selos e medalhas. Nós bem que nos esforçamos, mas era humanamente impossível apreender aquela quantidade imensa de informação. Terei que voltar muitas outras vezes para ver tudo com calma.
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O museu, que passou por reformas recentemente, abrirá novas salas em breve, e contará com novas exposições. Pelo que deu para ver do pátio externo, foi uma senhora obra, que resultou num espaço novo e bonito.
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E museu, ao contrário do que muita gente pensa, não é um lugar "onde só tem coisa velha". É o lugar onde se preserva o patrimônio histórico de um país, onde se encontram suas raízes, seu passado e seus ilustres personagens. É importante conhecermos tudo isso.

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Nossa ida ao museu foi o ponto alto deste dia, que terminou com uma perambulada pelas ruas de Ipanema - para onde fui mais tarde, em busca daquele arzinho terapêutico que tanto me revigora.
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*Em 1762, o Conde de Bobadela manda erigir a Casa do Trem, ao lado do Forte de Santiago, destinada à guarda dos armamentos (trem de artilharia) das novas tropas enviadas por Portugal para reforçar a defesa da cidade, ameaçada por corsários em busca do ouro vindo das Minas Gerais.
Com a elevação do Rio de Janeiro à condição de capital do Estado do Brasil, foi construído, em 1764, junto à Casa do Trem, o Arsenal de Guerra, destinado ao reparo de armas e fabricação munições.
A chegada da família real, a Independência e o estabelecimento do Império transformaram o conjunto da casa do Trem e do Arsenal de Guerra num grande centro produção e guarda de armas e munições para o Exército Brasileiro.
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sexta-feira, setembro 15, 2006

Prêmio bacana

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Imaginem vocês que, na semana passada fui, como de costume, dar uma bisbilhotada no blog da Re, e me deparei com um quizz muito louco. Segundo as "regras de participação", os 5 que acertassem mais respostas nessa sabatina virtual - que era justamente sobre o blog dela (o ReB) e ela própria - ganhariam um post individual e um selinho animado para "dependurar" em todos os lugares.

E olha só que bacana: eu acertei umas respostas e, numa apuração tão engraçada quanto o "vestblog" da Re, fiquei em 4º lugar e fui contemplada com um chiquérrimo selo feito especialmente para minha pessoa, by ReB. Um luxo só!


Obrigada, Re. Mais do que o resultado de uma brincadeira, considerei isso como um gesto de carinho da sua parte.

terça-feira, setembro 12, 2006

Fusão de tarefas

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Fui escalada pela Vi para listar oito coisas a meu respeito, e também pela Tuka, que me incumbiu de seis. Para cumprir a dupla missão, resolvi fundir as duas tarefas num único post, matando assim dois coelhos com uma "caixa d'água" só. Sabe-se que não sou afeita às listas, mas também não me furto ao convite gentil de um(a) companheiro(a) de blog – embora eu evite passar a coisa adiante.

1. Síndrome de organização

Não, definitivamente bagunça não combina comigo. Detesto roupas emboladas pelo chão, sapatos ou caixas embaixo da cama, pilhas de papel sobre a mesa. Portanto, isso jamais será encontrado nos espaços que ocupo.
Não é algo obsessivo, de forma alguma. É, antes de mais nada, uma vontade de arrumar as coisas e depois saber onde encontrá-las. Não sou como uma conhecida minha, que faz questão de que os cabides fiquem sempre a uma mesma distância um do outro dentro do guarda-roupa. Isso aí já não é mais organização. É piração mesmo, e da boa.

2. O banho nosso de cada dia

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Adoro água. De piscina, mar, banheira, torneira e principalmente a do chuveiro, sem a qual não passo MESMO. Por isso é que essa coisa de acampar no mato nunca me atraiu. Se for para ficar num lugar onde não me seja possível tomar um banho quente (e de preferência num banheiro de verdade), não me convide, que eu não vou. Não durmo se não tomar um banho antes, é um hábito do qual não abro mão.

3. Mãe de todos

Essa peculiaridade herdei da minha mãe: gosto de ajudar os amigos, ceder ombro e ouvidos, cuidar das pessoas próximas. Digo “peculiaridade” porque nem sempre ser solidário é encarado como uma qualidade. É que muita gente confunde boa-vontade com ingenuidade e passa a abusar das nossas boas intenções. Apesar de andar com o desconfiômetro ligado, não deixo de apoiar, ouvir, presentear e mimar quem realmente merece.

4. “Riomaníaca”
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Uma vez um conhecido de outro estado me tachou de “Riomaníaca”. Sou mesmo, assumo. E com muito orgulho. Embora tenha nascido a 1 hora e meia da cidade do Rio de Janeiro, por uma dessas incongruências do destino, tenho sangue 100% carioca: pais, avós, tios, primos, todos cariocas legítimos. Nem mesmo o namorado escapou: é também um bom carioca de Vila Isabel. Considero-me, portanto, alguém geneticamente carioca, com todas as características inerentes à naturalidade.
Mas o que me torna carioca de verdade é a incrível (e perfeitamente compreensível) paixão que nutro pela cidade, por seus recantos, paisagens, personagens, história e histórias. Tudo o que diz respeito ao Rio me interessa imensamente; alarmam-me e preocupam-me seus problemas, na mesma medida em que me deslumbram e me energizam suas belezas e qualidades.
Minha intensa ligação emocional com o Rio é algo absolutamente indefinível através de palavras, pois transcende o universo do explicável e do palpável. Meu coração simplesmente abraça essa cidade.

5. Está sempre fresquinho porque vende mais ou vende mais porque está sempre fresquinho?

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Sou completamente viciada em biscoitos. Salgados, doces, recheados, amanteigados, quadrados, redondos... qualquer tipo. À tarde, naquela hora em que bate a vontade de beliscar alguma coisa, sempre me encontrarão roendo um biscoitinho.

6. “Arteira”

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- Ciranda Mista (bronze), de Sandra Guinle -

Tenho uma profunda admiração por arte e por quem sabe expressar sua sensibilidade dessa forma, seja na pintura, na escultura, na literatura, na música ou na dança. Posso não entender grande coisa, mas as manifestações artísticas sempre me tocaram e me emocionaram muito. Esta particularidade talvez se deva à minha forma “filosófica” de pensar acerca do assunto, pois acredito ser a arte a única razão de estarmos neste mundo, e a única forma de perpetuarmos nossos feitos, tornando-nos eternos.

7. Querido Diário

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Desde os 11 anos tenho o hábito de fazer e colecionar cadernos de anotação. Enquanto fui criança e adolescente, poderia chamá-los de “diários”, mas agora prefiro enquadrá-los na categoria de “anotações para a posteridade”. Não vivo do passado, mas não quero esquecer os dias anteriores aos do momento presente, pois isso significaria deletar meus próprios arquivos mentais, minha história pessoal.
Então tomo nota de uma sensação, de um fato, de uma notícia, de um evento, de qualquer sentimento ou episódio que marque aquele dia e o diferencie dos outros. E, quando mais tarde eu quiser me lembrar de alguma coisa, ou encontrar a mim mesma, poderei recorrer à minha própria biblioteca existencial.

8. Testamenteira

Acho que nem preciso dizer, porque quase todos devem ter notado: eu escrevo posts enormes, quase sempre. Gosto de completar meu raciocínio, deixar tudo bem claro, bem explicado, e acabo escrevendo demais. Eu deveria pedir desculpas por isso, e me mancar de que meus leitores acabam lendo só o início ou o fim dos meus textos, mas não posso prometer que não farei de novo. É incontrolável: as idéias vão surgindo, borbulhando e, transformadas em letras e palavras, colam-se à tela do computador, formando verdadeiros testamentos.
Enfim, chegamos ao fim de mais um. Ufa.


P.S. Podem ficar sossegadinhos, leitores deste blog: não passarei a bola para ninguém.
P.S. 2: Meninas, missão cumprida.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Atentado ou farsa?

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Recebi por e-mail do amigo Paulo Afonso, do site Alma Carioca, um link para um artigo que põe em dúvida a "autenticidade" dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que hoje completam 5 anos.
Teria sido realmente uma farsa? Dadas as proporções e a repercussão, fica difícil acreditar que tudo não passou de um grande engodo, principalmente porque a tragédia americana foi a mais bem documentada de toda a história. Mas, em se tratando de George W. Bush e suas belicosas estratégias, pode-se elaborar qualquer espécie de suspeita.
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O texto analisa vários pormenores da data fatídica e apresenta fatos supostamente não esclarecidos - alguns referem-se a suspeitas plausíveis, outros nem tanto - e, ainda que estas "evidências" nos pareçam excessivamente fantasiosas, não nos custa dar uma olhada . Para quem vê com maus olhos a política americana e com indignação o governo de Bush, é um prato cheio.
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Para que cada um tire suas próprias conclusões, acreditando ou não, clique aqui para ler o polêmico "11 de setembro planejado!".
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quarta-feira, setembro 06, 2006

O morro dos ventos uivantes

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Como muitos já devem ter reparado, o livro que consta na coluna à direita é “A Montanha Mágica”, do célebre escritor alemão Thomas Mann.
Inspirada no título desta impressionante obra literária, resolvi dar a mesma alcunha à montanha que se localiza à direita da minha casa.

Aqui, nas gélidas paragens da Terra de Marlboro – que conta quase 1000 metros acima do nível do mar e onde as temperaturas chegaram a 8ºC nesta noite - o tempo pode mudar bruscamente em questão de minutos, e não raro é possível observar as quatro estações do ano num mesmo dia.

E esta dita montanha, situada à direita da minha casa, é um preciso “indicador meteorológico”. Quando está perfeitamente visível, sem nuvens, prenuncia tempo bom, ou em vias de melhorar. Quando começa a cobrir, é recomendável não esquecer o guarda-chuva e um bom casaco, pois é certo que vá chover ou ventar. E há também os dias em que ela desaparece por completo, como se jamais houvesse estado ali. Por isso, achei por bem batizá-la de “A Montanha Mágica”.

(Por aqui, todos conhecemos o código para informar ao outro que o tempo vai piorar. Olhamos para a direita, analisamos as condições, e dizemos: “É... hoje o morro está “de touca” - o que significa que já há nuvens enrodilhadas no cume da montanha e que o aguaceiro não tarda chegar.)

Fiz estas fotos no último fim-de-semana. A última é do estado do nosso morrinho há alguns minutos atrás...

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A montanha em dias de tempo claro
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Nuvens se formando ao seu redor, indicando mau tempo
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Cadê a montanha que estava aqui?
A montanha desaparece por detrás da nebulosidade, quase não deixando vestígios de sua existência...
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... para reaparecer novamente minutos, horas ou dias depois, sinalizando uma melhora.
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E sabe-se lá como estará amanhã. Ou mesmo daqui a pouco.

sábado, setembro 02, 2006

Dinheiro sujo

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Ontem, no Globo Repórter, assisti a uma reportagem sobre a reciclagem* como forma de reaproveitamento do lixo e materiais descartáveis. E fiquei impressionada com a quantidade de coisas incríveis que se pode fazer utilizando este processo.
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Eu sempre soube que reciclar era algo muito importante do ponto de vista ambiental, mas não imaginava a variedade de coisas que se pode produzir com os reciclados, nem quantos outros benefícios pode trazer esta iniciativa. Além de não esgotar os recursos naturais e impedir que o lixo deteriore o meio ambiente, também cria oportunidades para muita gente nas cooperativas montadas com a finalidade do reaproveitamento. É um trabalho incrível, de uma criatividade ilimitada, mas ainda pouco divulgado e praticamente invisível. Acredito que a maior parte da população brasileira (e mundial) nem sequer pense sobre o assunto, e acabe por ignorar que esta falta de consciência redunde em prejuízos imensuráveis para o planeta.
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Mas esta introdução foi só para entabular o assunto no qual pretendo chegar. Durante o programa, foi mostrado o que é feito com as notas de dinheiro brasileiro que já não estão mais em condições de circular. São separadas por valor, picadas, passam por uma mistura química, depois por um triturador e são cozidas em panelas (!). No fim, transformam-se numa pasta com a qual se faz um papel reciclado com a coloração de acordo com as notas que foram utilizadas. Este "novo" papel é convertido em agendas, cadernos, material de escritório, etc.
Então apareceu o representante do Banco Central, João Sidney de Figueiredo, falando sobre o "tempo de vida" das cédulas no nosso país. As de menor valor, como se pode imaginar, possuem menor durabilidade, uma vez que circulam mais.
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E como circulam. Andam amassadas, dobradas, jogadas displicentemente nas bolsas e enroladas nos bolsos, como se valessem ainda menos que seu valor original. As de R$ 1 e R$ 2 são as mais maltratadas. Pego cada nota tão ensebada que mais parece um pano sujo, é uma vergonha. Não é à toa que chamam estes dinheiros amarfranhados de "dinheiro de bêbado". De fato, nos bares, notas de menor valor são postas como lixo sobre o balcão. E, pelo visto, não só nos bares, e não apenas pelos cidadãos ébrios.

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O brasileiro, em geral, trata muito mal o seu dinheiro. Não só amassa, como molha, rasga, dobra várias vezes, rabisca, faz bigodinho na República. Não raro vemos a nota remendada com fita adesiva de uma extremidade a outra.

As notas de dólar, por exemplo, parecem mais valorizadas por seus usuários, pois sempre estão estalando de novas, ou pelo menos, num estado de conservação aceitável. Ainda que a explicação seja a constante reposição das cédulas, acredito que os americanos realmente zelem mais pela conservação de suas "verdinhas".
Aqui, ao contrário, a falta de cuidado com o dinheiro corrente é algo notório e lamentável, que pode ser um sintoma da ausência de urbanidade, senso de cidadania e patriotismo. Mas isso seria assunto para um outro post.
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Tratemos, portanto, de preservar nossas cédulas. Ou o povo brasileiro será tachado de louco - do tipo que rasga dinheiro.
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* Quer saber mais sobre reciclagem e meio ambiente? Aqui tem tudo!
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Visite também o site da Recicloteca.