Blog by Dani

quarta-feira, novembro 29, 2006

Notícias do lado de cá

.
Não estranhem se eu passar um período sem visitá-los com freqüência. É que, assim como em todos os anos, no fim do ano tudo parece se acumular de uma tal forma que torna-se impossível dar conta de tudo com perfeição.
Detesto os fins de ano. Mais do que isso, detesto as FESTAS de fim de ano. Aquela balbúrdia pelas ruas, a euforia histérica que acomete a todos no mês de dezembro, aquela urgência de comprar, comer e beber de tudo. E, ao que parece, não há jeito de escapar desta súbita e febril animação coletiva. Argh, como isso me chateia.
.
Para completar, logo agora a vida resolveu dar uma andada. Para mim, as coisas acontecem muito devagar, o que certamente me aflige. Porém, quando resolvem sair da estagnação, é de modo brusco que o fazem. E eu aceito os desafios, para ver no que vão dar.
Foi preciso deixar de lado minhas leituras preferidas e manter, à cabeceira, apostilas jurídicas chatíssimas, porém necessárias e essenciais à realização dos meus objetivos.
Apesar disso, tentarei não estar ausente do meu próprio blog, que vocês poderão vir visitar normalmente. Estou apenas me desculpando previamente por ter de espaçar minhas visitas aos blogs amigos, já que a vida se apresenta tão conturbada para mim nesses últimos dias de 2006.
Ah, e a série de curiosidades sobre as ruas e outros locais do Rio continua...
.
Mudando de assunto...
.
Ontem choveu canivetes na úmida Terra de Marlboro. Trovões, relâmpagos, água pelas orelhas. Cenas de um verdadeiro filme de terror.
Dois cachorros apavorados com o barulho e com o aguaceiro.
Até um pobre sapo flagelado quis, em vão, abrigar-se dentro de casa.

Photobucket - Video and Image Hosting

Hoje, em decorrência da chuva da madrugada, a grama do jardim está mais verde, e cresce assustadoramente.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

As flores, embora meio derreadas por causa da ventania, viram suas cores se realçarem e suas folhas vicejarem.
Toffy descansa em sua casinha, já esquecido do temporal. Samuca persegue borboletas no jardim.

Photobucket - Video and Image Hosting

As nuvens formam rabos-de-galo e riscos indefinidos no céu, anunciando mais uma chuvarada.
..
Fotos: Dani

sábado, novembro 25, 2006

Essa rua tem RG (2ª parte)

.
Estou achando muito bacana fazer essa pesquisa sobre os nomes dos logradouros da cidade. Descobrindo suas origens, acabamos por conhecer os personagens que fizeram parte do passado do lugar, assim como nossas próprias raízes culturais.
.
Hoje, aproveitando a pergunta do meu amigo Jôka nos comentários do post anterior, deixo algumas curiosidades a respeito do badalado bairro de Copacabana - escala obrigatória para quem visita o Brasil e o Rio de Janeiro. Acrescento ainda a lírica Ipanema, reduto de tantos artistas nas décadas de 50 e 60. E o Leblon das novelas do Maneco? Alguém sabe de onde veio este nome?
.
COPACABANA
.
Photobucket - Video and Image Hosting


A origem do nome da praia e do bairro de Copacabana - e, portanto, da Av. Nossa Senhora de Copacabana - já foi contada até nas telas do cinema e suscita controvérsias. Uma das versões refere-se à devoção por uma santa peruana cuja imagem foi achada na praia como que por milagre. A curiosidade está na adaptação do nome, que de Kjopac Kahuana passou a Copacabana..

Outra versão provável envolve uma cidade boliviana às margens do Lago Titicaca. Ali era cultuado o deus Copac Awana, responsável pela boa pesca, sendo uma exótica figura – meio homem, meio mulher e com rabo de peixe – talhada em bonita pedra de coloração azul.

Especula-se ainda que Copacabana viria do tupi cuá cocaba ana, significando “a enseada que se encosta”.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Há também quem diga que o nome "Copacabana" só teria sido usado para a praia no Rio de Janeiro a partir do século XIX, quando lá não mais existiam tupis, e quando chegou justamente a imagem de Nossa Senhora, trazida da Bolívia, que ficou abrigada em uma capela perto do Arpoador.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Como se vê, o mais famoso bairro do Rio tem muitas histórias por trás de seu nome. Escolha a sua.
.
IPANEMA
. .
Photobucket - Video and Image Hosting

A praia de Ipanema, hoje uma das mais disputadas pelos banhistas, surfistas e gente que frequenta o lugar somente pela badalação, custou a se tornar um "point", talvez por causa do significado de seu nome, de origem indígena, que quer dizer "água ruim para nadar e pescar". Nome, pelo visto, muito mal aplicado e que de forma nenhuma faz jus aos encantos do bairro.
.
LEBLON
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Do outro lado do canal que fazia a ligação da Lagoa Rodrigo Freitas com o mar existia uma pacata fazenda, cujo último proprietário foi o francês Charles Le Blum, que se desfez das terras em 1845. Somente em 1930 deu-se início a um loteamento nesta parte da restinga, cujo nome foi adaptado para Leblon. Há outras versões, mas todas ligadas ao estrangeiro.
.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Essa rua tem RG (1ª parte)

.
Muitas vezes andamos pela cidade, cruzamos bairros, praças e ruas e nem sequer suspeitamos de quem tenham sido aquelas pessoas cujos nomes estão impressos nas plaquinhas. Desconfiamos de que tenha sido alguém importante para a cidade, ou para o bairro, ou mesmo para o país, mas nem sempre sabemos com certeza de quem se trata o homenageado ou o que de fato deu origem ao nome.
.
Por conta dessa dúvida, resolvi sair à caça e pesquisar informações a respeito dos nomes de alguns bairros, ruas, praias, praças e outros locais da cidade do Rio de Janeiro. É uma curiosidade minha, mas pode ser também a de muita gente que, em algum momento, tenha questionado a identidade da sua ou de outra rua.
Estarei, portanto, escrevendo sobre isso nesta e em futuras postagens.
.
LARGO DO MACHADO

Photobucket - Video and Image Hosting
.
Importante ponto de parada dos bondes, puxados a burro ou elétricos que seguiam para a zona sul, era o Largo do Machado. A atual praça que leva este nome era antigamente a lagoa do Suruí, e em sua margem havia um açougue. Para chamar a atenção da freguesia, o comerciante pendurou à porta um enorme machado, símbolo bastante adequado às suas atividades. A lagoa, como tantas outras, foi aterrada, e o açougue, extinto. Mas o nome pegou e perdura até hoje.
.
FLAMENGO E MORRO DA VIÚVA

Photobucket - Video and Image Hosting

Algumas histórias curiosas explicam também o nome dado pela população a algumas das mais conhecidas praias do Rio. A do Flamengo, por exemplo, se chama assim devido a um grupo de marinheiros holandeses que se instalou durante algum tempo no local, depois que toda a tripulação se amotinou contra o cruel comandante do navio que os trouxera.
Próximo à Praia do Flamengo existe o Morro da Viúva, que recebeu este nome em 1753, quando faleceu o Sr. Joaquim de Barros, deixando a propriedade para sua viúva.
..
Na primeira foto, vê-se o Largo do Machado. Na segunda, pista do Aterro do Flamengo, com o Pão-de-Açúcar ao fundo.
.
.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Somewhere over the rainbow

.
Para não dizer que a Terra de Marlboro é apenas um lugarzinho acanhado e entediante em meio às montanhas, onde nada - absolutamente nada - de interessante acontece, deixo para vocês algumas imagens de anteontem.
O entardecer, estranhíssimo, encheu o céu de cores e nuances, numa confusa alternância entre sol e chuva que acabou por gerar um belo arco-íris duplo.
É a prova de que coisas surpreendentes podem ocorrer até mesmo em locais insuspeitos como a insossa Marlboro.
.
Começou com um sol fajuto que ia e vinha...
.
Até que nuvens mais escuras começaram a aparecer, juntamente com um chuvisco leve...
.
Deu-se então o curioso fenômeno...
.
... e surgiram os dois arco-íris - o primeiro em cores mais pálidas, o segundo bem mais vivo e colorido...
.

E o entardecer tornou-se subitamente amarelado, como nos revelam as silhuetas da floresta.
.

Fotos: Dani

segunda-feira, novembro 13, 2006

Barroco brasileiro

.
Photobucket - Video and Image Hosting

Na última quinta-feira, estando de passagem pelo Rio, tive a oportunidade de ver a exposição Aleijadinho e seu Tempo - Fé, engenho e arte, que comemora os 17 anos do CCBB do Rio de Janeiro.
.
Sob a curadoria do crítico de arte Fabio Magalhães, a exposição contextualiza Minas Gerais no Brasil e no mundo, no século XVIII, e sua expressão artística máxima: o barroco brasileiro em Aleijadinho (1738 - 1814) e seus contemporâneos.
O caráter altamente expressivo de suas esculturas, atribuído à influência da cultura africana por parte de mãe (ele era filho de um arquiteto português com uma de suas escravas), transcendeu a formalidade da escola européia. Suas esculturas são reconhecidas no exterior pelos traços faciais dinâmicos, dotados de teatralidade e caráter distintivo tão marcantes que lhe imprimiam o selo inconfundível da identidade cultural brasileira.
Na juventude, o artista contraiu uma doença que o deixou aleijado e, desde então, o obrigou a amarrar seus instrumentos de trabalho aos pulsos. Daí o apelido do grande mestre, que se chamava Antônio Francisco Lisboa, e morreu praticamente na miséria.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Achei esta visita enriquecedora, principalmente se levarmos em conta o valor histórico das peças, importantes símbolos da escola barroca brasileira.
Além das esculturas em madeira, havia também projeções - acompanhadas por trilha sonora de composições da época) nas quais eram mostrados outros trabalhos de Aleijadinho, e um painel contando sua vida e relatando fatos históricos em ordem cronológica.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting

De tudo o que vi, duas coisas me chamaram a atenção particularmente: 1) uma maquete representando a Igreja de Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas do Campo, com os 12 profetas à frente (neste núcleo estão réplicas menores dos 12 Profetas); 2) a escultura de Nossa Senhora das Dores, esculpida em todos os detalhes em madeira polida. A religiosidade mineira era uma característica bastante evidente no trabalho do escultor.
.
Há também obras de outros escultores e artistas contemporâneos de Aleijadinho, como Mestre Piranga, Francisco Xavier de Brito, Mestre Ataíde e Francisco Vieira Servas, e de anônimos, no módulo "Mestre do Barroco em Minas Gerais".
Tenho preferência por outros estilos de esculturas, mas não deixa de ser uma viagem no tempo, afinal, Aleijadinho é uma referência a um outro Brasil, de uma outra época.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

No meio desse corre-corre, ainda consegui passar rapidamente pela Lagoa, onde dei minha "respiradinha vital" e sosseguei temporariamente minha alminha desterrada. Foi tudo bem rápido - não o suficiente para me desintoxicar totalmente - mas já deu para desopilar.
.
.
Clique para saber mais sobre esta e outras exposições.

terça-feira, novembro 07, 2006

Bom pra cachorro

.
Uma nova mania me pegou: dei para baixar livros pela internet. É claro que preferiria comprar todos eles e enfileirá-los orgulhosamente nas minhas já entupidas prateleiras, mas eu iria à falência se resolvesse comprar tudo o que me interessa. Não que eu me importe de gastar em livros - afinal trata-se de um indispensável investimento em cultura e conhecimento. Para mim, é quase tão fundamental quanto comprar comida, porque minha fome literária é inesgotável. Mas infelizmente a grana já não é...
Baixá-los na rede é a maneira mais fácil de matar a curiosidade, além de ser grátis. Então tenho feito download de vários títulos, inclusive dos clássicos. Os best-sellers da atualidade também estão quase todos .
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Tive a grata surpresa de encontrar disponível para download o livro Marley & Eu - A Vida e o Amor ao Lado do Pior Cão do Mundo, do jornalista americano John Grogan. Devorei as páginas em menos de dois dias, deliciando-me com cada linha.
É a história real de um casal que, recém-casado, decide comprar um filhote para testar sua responsabilidade, a fim de descobrir se saberia criar um filho. Marley - o atrapalhado e neurótico labrador adquirido por eles - torna-se o personagem central dessa apaixonante narrativa, escrita de forma simples, objetiva e bem-humorada.
Dei boas gargalhadas, mas confesso: também fui às lágrimas com este livro. Aliás, eu sempre choro em histórias que têm bichinho. Debulhei-me como se estivesse assistindo a um filme da Lassie.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Photobucket - Video and Image Hosting
.Os dois não são parecidos?
.
Eu, que ando às voltas com o apatetado Samuca e me desdobro em cuidados com o sempre doce Toffy (na foto com sua Hello Kitty) - há anos conosco - não pude deixar de me encantar e me identificar com a história, que guarda em si o grande significado e valor da amizade mais sincera que existe: aquela entre um cão e seu dono.
.

domingo, novembro 05, 2006

Vale a pipoca

.
Photobucket - Video and Image Hosting

Outro dia, fui ao cinema assistir ao filme O Diabo veste Prada, com a veteraníssima Meryl Streep encarnando a temperamental Miranda.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Não li o livro, e ainda pretendo lê-lo. Mas achei melhor ver o filme antes. É que, depois de ler a história, sempre acho a versão feita para o cinema uma porcaria, como aconteceu quando fui assistir a O Código Da Vinci - o que é compreensível, já que é quase impossível reproduzir detalhadamente na tela as cenas descritas no livro. Então, para não "cortar o encanto" nem diluir o interesse, daqui pra frente eu prefiro assim: o filme antes, o livro depois.
.
Photobucket - Video and Image Hosting
.
O Diabo veste Prada não chega a ser um filme digno de um Oscar, apesar do incontestável talento de Meryl Streep. Mas é um "pipoca" bem divertido, com pitadas de romance, e ainda se presta para emocionar e levantar certas questões nada fundamentais, como a concorrência e a futilidade no mundo fashion.
.
Duas observações:
1) Anne Hathaway (a personagem Andrea) estava MUITO parecida com a atriz Sthefany Brito;
.
Photobucket - Video and Image Hosting Photobucket - Video and Image Hosting
.
2) uma internacionalmente conhecida cara brasileira faz uma ponta no filme, fantasiada de secretária-de-coque-e-óculos.
.
Deu para divertir. Pelo menos, não saí do cinema com aquela sensação de dinheiro jogado fora.

quarta-feira, novembro 01, 2006

O cotidiano diário do dia-a-dia

.
Após os dissabores do domingo, retomo à minha vidinha normal, ainda que inconsolavelmente frustrada - não surpresa - pelo lastimável resultado das eleições.
.
Volto-me então aos meus interesses, dúvidas e receios do dia-a-dia, além de meus planos e projetos, naturalmente.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

Imaginem vocês que, dia desses, uma pessoa me "deu" 26 anos! Fiquei em choque. Sinal dos tempos. Vinte e seis, como assim? Se outro dia mesmo ainda me "davam" 22 ou 23! Este salto numérico só pode significar que a proximidade da balzaquice já se faz notar, e logo os palpites cronológicos alcançarão os algarismos exatos!
Preciso de um Natura Chronos, urgentemente. Só para começar.
..
Nesta semana, além das minhas leituras jurídicas, devorei Amor é Prosa, Sexo é Poesia - Crônicas Afetivas, do jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, e Memória de minhas putas tristes, de Gabriel García Márquez - ambos baixados da internet e lidos num fôlego só.
.
Photobucket - Video and Image Hosting

No primeiro, Jabor parece exprimir em palavras tudo aquilo o que pensamos a respeito de política, sexo, amor, pedofilia, família, corrupção e mais uma infinidade de assuntos - inclusive cita passagens de sua juventude e do cenário carioca da época -, criando uma identificação interessante com o leitor. No seu modo despojado de escrever, discorre sobre todos os temas com segurança e opina sobre tudo, sem meias palavras ou falsos moralismos. Uma rasgada crítica ao cotidiano e seus agentes, que nos tira da inércia e nos sacode frente à banalização das coisas.
Pretendo, em breve, adquirir a versão impressa, pois nunca é demais tê-lo à mão para novas reflexões, uma vez que a abordagem de Jabor é sempre útil, consciente e atual..

Photobucket - Video and Image Hosting
.
No segundo, Gabriel García Márquez desfila seu estilo polêmico e perturbador numa narrativa curta e intrigante, quase impossível de se interromper. A princípio, a história em si não me interessou - pareceu-me algo tosco e até mesmo bizarro - mas fui conquistada pelas peculiaridades do personagem principal, que narra os fatos em primeira pessoa, de forma agradável e, por vezes, bem-humorada. O livro é pequeno, apenas 132 páginas.
García Márquez, admito, não consta da lista dos meus favoritos, mas nem por isso abstenho-me de conhecer suas obras (do mesmo autor, já havia lido Cem Anos de Solidão, que julguei um tanto soturno e inquietante).
.
Afora estes, prossigo lendo A Montanha Mágica, de Thomas Mann (ainda na página 476).
.
Sobre os filmes que andei vendo, deixo para comentar num próximo post..
.
"A verdade é que as primeiras mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam.".
.
(trecho retirado de Memória de minhas putas tristes, em que o personagem demonstra o descompasso entre sua idade real e sua idade "interior")