segunda-feira, fevereiro 27, 2006
sábado, fevereiro 25, 2006
Outros carnavais
O negócio é o seguinte: o Carnaval já não é mais o que era. Como tantas outras coisas que se alteraram, foi perdendo sua essência com o passar dos anos.
Criou-se em torno dos eventos carnavalescos uma aura comercial que transcende seu significado original. A agitação desta época pode ser vista em todo canto: ruas, lojas, supermercados, rodoviárias e aeroportos, onde todos acotovelam-se por comida, bebida, fantasias e viagens de última hora. É uma espécie de Natal pagão.
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Pelo que vejo e ouço falar, bom mesmo era o Carnaval carioca de antigamente, no tempo em que os blocos passavam na Av. Rio Branco, arrastando consigo uma multidão de foliões empolgadíssimos. Nesses tempos, o Carnaval não discriminava ninguém. Não havia todo aquele luxo que há hoje nas escolas de samba, é verdade. Mas também não havia camarotes numerados, destinados aos que se intitulam vips.
É claro que este engrandecimento do Carnaval deu-se por outros motivos. Imagine esta festa que se faz na Sapucaí, só que a ingressos muito mais baratos ou mesmo de graça. Imaginou? Pois é. Ninguém teria mais sossego, pois a violência que permeia os eventos gratuitos não deixaria ninguém sambar em paz.
Ainda existe esse “formato” em alguns bairros da zona sul do Rio, em que blocos passam animando o pessoal. Mas aquela euforia que ocorria no Centro, onde ficava o foco da festa, agora precisa ser comprada.
Retrocedendo pelo menos uns 70 anos, veríamos os foliões passando naqueles carros conversíveis, denominados corsos carnavalescos*, com a capota arriada, jogando confete e serpentina uns nos outros – nas divertidas “batalhas de confete”, seguidos por outros, que vinham brincando no chão mesmo, e cantando aquelas marchinhas de carnaval que até hoje todos conhecemos (“Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamaaaaar...”). Do alto dos prédios, as pessoas promoviam chuvas de confete e papel picado, fazendo o asfalto desaparecer. O clímax, segundo relatos, ocorria na Cinelândia, onde a animação atingia seu nível máximo.
Era uma festa mais inocente, onde a população, na época mais despreocupada do que atualmente, extravasava sua alegria sem precisar pagar por isso.
E eu, sinceramente, acho que preferia ter vivido essa época, e visto a banda passar.
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* O corso carnavalesco, hoje desaparecido, era um desfile de caminhões ou carros sem capota, adornados, que conduziam famílias ou grupos de carnavalescos dispostos a brincar com os pedestres ou com os ocupantes de outros veículos, surgiu em fins da década de 1900, com foliões fantasiados atirando confetes, serpentinas e o lança-perfume. A avenida Central, atual avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro e a Avenida Paulista em São Paulo, inteiramente congestionada por esses automóveis, que circulavam em marcha reduzida, eram um dos trechos principais do cortejo. Reunia as famílias da alta sociedade carioca e paulistana. No carnaval de 1907, quando as filhas do então presidente Afonso Pena, fizeram um passeio no automóvel presidencial, pela via carnavalesca, estacionando depois defronte à porta de um edifício, de onde apreciaram a festa. Fascinados pela idéia, os foliões que tinham carro começaram a desfilar pela avenida, realizando calorosos duelos com outros veículos. A popularização dos automóveis afastou os foliões das classes alta e média, e nos anos 40 acabou desaparecendo de vez.
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Por que não eu?
Muitas moçoilas que estiveram presentes no show do U2 e que estavam nas proximidades do palco, devem estar se perguntando até hoje: por que Katilce? Por que não eu?
Um conhecido site da internet desvendou este mistério: é que a dita felizarda é A CARA da mulher de Bono, Alison Hewson (na foto maior), com quem o cantor já é casado há 24 anos e tem quatro filhos.
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terça-feira, fevereiro 21, 2006
Um lugar chamado vertigem
Eu não estava lá – não fisicamente -, mas de uma certa forma era como se estivesse. Podia sentir a vibração do Morumbi inteiro sob meus pés, uma energia quase sobrenatural emanando daquelas 73 mil vozes emocionadas. Dava para sentir do sofá. A empolgação explodia pelos poros de toda aquela gente enlouquecida. Êxtase total.
Bono Vox, com aquele carisma que lhe é peculiar, entoou os hits de maior sucesso e algumas canções mais recentes da banda. Quase chorei – eu disse quase – quando tocaram Sunday Bloody Sunday. Mas dei falta de Stay e Desire. Quem sabe amanhã.
E o que foi aquela mocréia com o Bono? Ele fez um sinal e a dita cuja foi plantada no palco, fazendo caras e bocas. A abusada ainda se aproveitou daquele momento “With Or Without You” e depois ainda teve a audácia de fazer bico para ganhar um selinho! Aposto que a fofa nem pregou o olho esta noite. E que logo cedo sua cara estará em todos os jornais. Humpf.
(Ok, não precisam me lembrar – eu sei que a inveja é um pecado capital).
Acertou quem disse que o garotinho loirinho na foto abaixo é Bono Vox (embora atualmente algo nele me lembre o ator americano Robin Williams). Nada mais óbvio e apropriado neste clima U2-no-Brasil.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Beautiful Day
É o U2 outra vez no Brasil.
As apresentações do U2 no Brasil, nesta segunda e terça-feira, fazem parte da turnê Vertigo, lançada no final de março passado, nos Estados Unidos, e idealizada para promover o CD How To Dismantle An Atomic Bomb, lançado em novembro de 2004.
Liderado por Bono Vox, o U2 esteve no Brasil duas vezes. A primeira passagem, em 1998, teve três shows, dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A segunda viagem, em novembro de 2000, não teve apresentações. O grupo participou de programas de TV para divulgação de All That You Can't Leave Behind e gravou um clipe nas ruas do Rio.
O U2 tem um histórico de participação em eventos beneficentes e luta pelos países pobres, com forte engajamento de Bono. Ele costuma se reunir com governantes e participar de encontros de cúpula de governo ao redor do mundo.
A banda irlandesa, formada há 28 anos, embalou de forma marcante todos os anos da minha adolescência, entoando hits como Sunday Bloody Sunday, Pride (In The Name Of Love), One, Stay (Faraway, So Close), With or Without You, I Still Haven’t Found What I’m Looking For, entre outras.
Fonte: Terra Online
Quer saber mais sobre o show do U2 em São Paulo? Clique aqui e fique por dentro de tudo!
domingo, fevereiro 19, 2006
sábado, fevereiro 18, 2006
As pedras vão rolar
A festa na praia começa às 18:30h, com um set do DJ Janot, e segue noite adentro com os grupos AfroReggae (19h30) e Titãs (20h20).
O batalhão de vips recrutado pela promoter Alicinha Cavalcanti conta com 3.500 nomes, e há uma lista de espera de mais de 4000 pessoas. Da lista constam, por exemplo, os nomes de Débora Falabella, Washington Olivetto, Glória Maria e Javier Barden, protagonista do filme “Mar Adentro”.
Os “eleitos” circularão numa área restrita, destinada a eles, e serão identificados através de pulseirinhas feitas em Londres, camisetas, credenciais, cartões com código de barras e um “quinto elemento” que Alicinha não revela “nem sob tortura”.
Pílulas:
Trabalhando ou passeando, a relação dos Stones com o Brasil é de longa data. As passagens da banda e de seus integrantes estão no livro Os Rolling Stones no Brasil – Do Descobrimento à Conquista (1968-1999), de Nélio Rodrigues.
Pérolas:
Em Guapimirim, uma cidadezinha não muito distante aqui da Terra de Marlboro, há cartazes anunciando excursões para ver o show dos “Rowlystones” a 20 reais. Eu não vi, nem ninguém me contou. Eu li na Veja.
Os números da festa:
>>> Estima-se que o custo do show ultrapasse 10 milhões de reais.
>>> A expectativa de público é de 1 milhão de pessoas.
>>> Mais de 1 500 profissionais trabalham diretamente na produção.
>>> O esquema de segurança vai mobilizar até 10 000 policiais.
>>> O palco possui 22 metros de altura (o equivalente a um prédio de sete andares), 60 metros de largura e 30 metros de profundidade.
>>> As 16 torres de som têm alcance de 900 metros.
>>> Som, vídeo e iluminação do palco devem consumir 3 350 kVA, o suficiente para iluminar a orla do Leme ao Leblon.
>>> Os equipamentos serão trazidos por 2 aviões: um 747 (com 100 toneladas) e um MD 11 (70 toneladas).
>>> Essa parafernália se junta às 91 toneladas de equipamentos de luz e som locais.
>>> A área vip terá 3 500 convidados.
Confira o mapa do show dos Stones:
Enquanto as pedras rolam em frente ao Copacabana Palace – onde foi construída uma passarela que liga o hotel ao palco, e por onde passarão os Stones – aqui em casa vai rolar é muita pipoca. Os eventos gratuitos, por mais tentadores que sejam, não me agradam e não me atraem, devido ao clima de tudo-pode-acontecer que paira nestas situações. O que não me impede, obviamente, de desejar uma ótima noite a quem estará lá, engrossando o coro dos fãs da banda.
Fonte: Veja Rio
Para obter mais informações sobre o show e toda a movimentação em Copacabana, clique aqui.
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Valentine's Day
domingo, fevereiro 12, 2006
Síndrome de Medéia
Os casos de infanticídio e de tentativas de assassinato cometidos pelos próprios pais (geralmente pelas mães) parecem estar se transformando numa espécie de “onda macabra”.
Uma louca, alegando depressão pós-parto, pôs a filha de dois meses numa sacola plástica e a atirou na Lagoa da Pampulha. A criança, surpreendentemente, sobreviveu e já foi adotada por uma família. Num outro caso, a mãe tentou empurrar a filha de 4 anos numa avenida movimentada. Houve ainda o episódio em que a mulher abandonou o bebê recém-nascido no estacionamento de um hospital. Sem contar os casos de espancamentos e violência, infelizmente cada vez mais freqüentes.
Barbaridades como estas vêm estampando as capas de jornal, e eu me pergunto: por quê?
Mães deveriam amar, defender, proteger. Mas ultimamente este papel tem sido substituído pelo de vilã, verdadeiras madrastas de história infantil. Que impulso é este, o de exterminar os próprios filhos?
Pode haver muitas respostas. O desequilíbrio mental é óbvio – e não estou falando de algo transitório como uma depressão puerperal – mas não pode ser considerado o único fator responsável por esta sucessão de crimes contra crianças. Este descontrole pode ser, na verdade, reflexo de uma outra situação, que tem como origem um sério problema social.
Que estas mães não desejavam os filhos, isto também fica bastante claro. Sabemos que isso poderia ser evitado com a prática do controle da natalidade, mas há sempre a velha desculpa da “falta de informação”, que serve de pretexto para que a promiscuidade produza filhos indesejados (de pais incertos) e abortos de risco em todos os cantos do Brasil. Desinformação não é desculpa válida, pois basta possuir uma televisão para tomar conhecimento dos métodos contraceptivos – alguns bastante difundidos, como o preservativo, por exemplo.
Até acredito que o governo não se empenhe em fornecer e possibilitar o acesso a esses métodos, mas de qualquer forma, os jovens de baixa renda parecem não se preocupar nem um pouco com isso. Falta conscientização, falta educação, falta tudo.
[Este problema é, também e em grande parte, culpado pelo acelerado e desproporcional crescimento demográfico nas classes mais pobres, gerando pessoas que, mais tarde, sem estrutura familiar, sem perspectivas e vivendo num meio absolutamente instável, poderão tornar-se delinqüentes ou mesmo criminosos. Nesta questão – a da contracepção – há a influência da religião, que ainda rege a vida e os princípios de muitas pessoas. Por trás daqueles depoimentos do tipo “tenho sete filhos porque Deus mandou”, fica a pergunta que ninguém ousa fazer: por que será que Deus só manda para quem não tem condições de criar? Mas não entremos agora em assuntos desta ordem].
Para que outras crianças não sejam encontradas em lagoas ou estacionamentos ou até mesmo sem vida, a solução não é abortar, nem parir e abandonar. É não conceber.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Doce balanço a caminho do mar
É realmente impressionante como os ares do Rio recarregam minhas energias e renovam minhas esperanças de dias mais azuis. A vida volta a ter significado, e meus pensamentos novamente se organizam, fazendo com que eu possa enxergar as coisas de forma mais clara e objetiva. Afinal, é lá que eu me encontro comigo mesma, que me encaixo na paisagem e me reconheço de fato.
Nada mais terapêutico, antidepressivo e anti-estressante do que estirar-se na areia e mergulhar nas praias cariocas. E sem gigoga.
domingo, fevereiro 05, 2006
Charges da discórdia
Saiba mais detalhes sobre os desdobramentos deste fato clicando aqui.
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
No topo da lista
Há quem diga que o que Brown produz é literatura de consumo, mas é preciso reconhecer a qualidade de sua narrativa. Com uma impressionante riqueza de detalhes – que nos faz ter uma idéia exata de cenários, atitudes, expressões faciais e até intenções - as histórias possuem uma dinâmica cinematográfica, e os capítulos são estruturados de forma a terminar exatamente no clímax da “cena”, absorvendo o leitor até a última linha. Sua vocação para o suspense é realmente extraordinária, e a quantidade de informações que insere ao tema-base são surpreendentes, tanto quanto os sagazes personagens que cria.
Sem dúvida, O Código da Vinci – o primeiro livro do escritor a ser lançado por aqui – provocou mais interesse e mais polêmica, e seu lançamento antes dos outros não foi por acaso. O título soava misterioso e enigmático, e a história, por conter alusões à religião e à Igreja, gerou uma série de discussões em todo o mundo, inclusive no Vaticano, e em alguns países islâmicos o livro foi proibido. Além disso, muitos autores pegaram carona no assunto e lançaram livros encarregados de desmistificar/contestar as questões levantadas por Brown.
O resultado de tantos comentários e especulações foi uma espetacular venda mundial de livros, que elevou Dan Brown ao olimpo dos escritores de renome mundial, e tornou ‘O Código’ um best-seller quase interplanetário.
Na verdade, O Código Da Vinci serviu de carro-chefe para os títulos do autor lançados posteriormente, que inegavelmente venderam muito e eram igualmente inteligentes – mas que vieram no vácuo do primeiro, que figurou por vários meses no topo de todas as listas dos mais vendidos. É um daqueles casos em que o indivíduo usa seu talento de forma absolutamente oportuna e proveitosa.
Com todo este sucesso, não era de se admirar que Anjos e Demônios, Fortaleza Digital e Ponto de Impacto também encabeçassem listas. (No ranking da revista Veja desta semana, Ponto de Impacto aparece em primeiro entre os ficcionais mais lidos, O Código da Vinci em terceiro, Anjos e Demônios em sexto e Fortaleza Digital ocupa a oitava posição). Podem não causar o mesmo fascínio proporcionado pelo primeiro (pois o estilo sempre parecido leva a uma certa previsibilidade), mas ainda assim são leituras instigantes, com conteúdos extraídos de vastas pesquisas feitas pelo autor e coletadas das mais diversas fontes.
Anote, portanto, a fórmula do sucesso utilizada por Dan Brown:
Um casal extremamente inteligente + um cenário impactante + um misterioso assassinato + tecnologias avançadas + uma variedade de conhecimentos + uma seqüência de momentos tensos + um desfecho pretensamente inesperado.
Pronto. Temos um bom suspense para ler nessas noites chuvosas.
Que venha o próximo.
>>> Para conhecer o site oficial de Dan Brown, clique aqui. Lá você encontra fotos, jogos e informações sobre o autor e seus livros.