Blog by Dani

domingo, julho 30, 2006

O poeta da simplicidade

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Se fosse vivo, hoje o célebre poeta gaúcho Mário Quintana completaria 100 anos. Mas que bobagem estou dizendo? Ele ESTÁ vivo, sempre estará, pois o legado da arte é uma forma de imortalidade.
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"Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira."
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(trecho do poema Ah! Os relógios - A Cor do Invisível)
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Nosso aniversariante era, portanto, alguém sensível ao cotidiano, que sabia exprimir as coisas simples de forma excepcionalmente bela, clara e, muitas vezes, bem-humorada.
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Das utopias
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Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
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(Espelho Mágico)
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Dos Milagres
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O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!
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(Espelho Mágico)
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Evolução
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O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.
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(Caderno H)
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Da discrição
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Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...
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(Espelho Mágico)
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Do amoroso esquecimento
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Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
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(Espelho Mágico)
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Também escreveu Mário Quintana:
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A esperança é um urubu pintado de verde.
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Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!
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Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
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Para conhecer a biografia completa deste grande escritor, não deixe de ler aqui.

quinta-feira, julho 27, 2006

O perfeito carioca

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Ontem, seguindo minhas próprias prescrições, tomei um "banho de civilização" e recarreguei um pouco minhas energias, cuja falta vinha me causando sérios efeitos colaterais.
Cheguei pela manhã, andei pelo centro da cidade, almocei, resolvi algumas coisas e à tarde perambulei rapidamente pelas ruas do Leblon. Já de volta ao centro, estiquei as pernas enquanto bebericava um suco na Colombo. Como tudo o que é bom dura (muito) pouco, ao cair da noite virei abóbora e voltei ao borralho.
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O ponto alto da minha rápida passagem pelo Rio foi a exposição de Di Cavalcanti, no recentemente inagurado espaço da Caixa Cultural.
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A mostra reúne 110 trabalhos do artista, entre óleos, aquarelas e desenhos, que recontam parte de sua trajetória artística e poética.
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Há também um painel com fotos em ordem cronológica, no qual podemos acompanhar sua biografia. Pode-se também sentar numa chaise, para ver, num telão, suas maiores obras em efeito 3D.
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Nas paredes, textos contam a vida do artista e, na galeria 3, pode-se ler trechos de poemas escritos por ele, declarando seu imenso amor pela cidade do Rio de Janeiro. O cotidiano da cidade, inclusive, sempre lhe serviu de inspiração - o que se nota facilmente em seu trabalho.
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Embora eu prefira a pintura clássica à moderna, não pude deixar de admirar o acervo de Di Cavalcanti. Ele possuía um amplo domínio da técnica do scratchboard, em que o trabalho era feito em "negativo": sobre o nanquim, o desenho era feito com uma pena seca, criando efeitos incríveis de luz e sombra.
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E uma dica: é interessante se aproximar da tela para observar as texturas, mas o ideal, como em toda pintura, é admirá-la a uma certa distância. Afastando-se da tela alguns passos, é como se todos os objetos que a compõem se rearrumassem para formar a cena, em um conjunto harmônico.
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O carioca Emiliano de Albuquerque e Mello, Di Cavalcanti (1897-1976), é um dos mais conhecidos e importantes artistas do modernismo brasileiro.
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Foi pintor, ilustrador, caricaturista, muralista, desenhista, jornalistam escritor e cenógrafo.
A mostra de Di Cavalcanti, entremeada de óleos, desenhos, aquarelas e textos poéticos apresenta ainda uma trilha sonora cuidadosamente montada com músicas da preferência do artista, de obras-primas de Pixinguinha e Ernesto Nazareth.
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Nas paredes das galerias, frases, citações e trechos dos livros do artista (Viagem de Minha Vida - testamento da alvorada, de 1955, e Reminiscências Líricas de Um Perfeito Carioca, de 1964).
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A curadora Denise Mattar teve apenas dois meses para organizar a exposição, tendo como consultora a filha do artista, Elisabeth di Cavalcanti.

Caixa Cultural Rio
Av Almirante Barroso, 25
Centro
Tel: (21) 2262 8152
De segunda a sexta, das 10h às 22h
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h
Entrada franca
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Esta e outras exposições, e mais um variado roteiro de atividades culturais, estão sendo apresentados na Caixa Cultural - Rua Almirante Barroso 25, Centro. A mostra "Di Cavalcanti - Um perfeito carioca", foi aberta no último dia 21 e fica em exposição até 17 de setembro.
De cima para baixo: Panfleto da exposição; Zuila posando para Di Cavalcanti; Maternidade (óleo s/ tela - 60 x 75 cm.- 1937); Mulheres e frutas (óleo s/tela - 1962); Paisagem de subúrbio (óleo s/ tela); Abigail (óleo s/ tela - 65 x 45 cm. - 1947); Mulheres de pescadores (óleo s/ tela - 54 x 65 cm. - déc. de 30); Paquetá (óleo s/ tela - 1930); Mulata em rua vermelha (óleo s/ tela).
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Saiba mais aqui.

domingo, julho 23, 2006

Pilha fraca

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Minha criatividade para escrever coisas interessantes, agradáveis, de cunho cultural ou de entretenimento anda em baixa. E, na falta de algo que realmente mereça ser dito, abstenho-me de escrever por vários dias, poupando-os assim das bobagens inúteis.
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O problema é o estresse da vida pachorrenta das pequenas cidades, mas felizmente conheço o antídoto para esta "queda" na minha energia vital e criativa: uma dose de Rio "na veia". A cidade maravilhosa possui propriedades terapêuticas, não sabiam? Eu prescrevo a mim mesma dias inteiros de sol, vento, mar e paisagens cariocas. Incluo no tratamento museus, livrarias e teatros. Reforço as doses de Pão-de-Açúcar, Lagoa, Copacabana e Ipanema. Pílulas de Gávea e Jardim Botânico. Gotinhas de Urca e Botafogo.
O efeito é garantido, instantâneo e relativamente prolongado. Mas só até a pilha acabar.
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quarta-feira, julho 19, 2006

O inferno de Dani

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Estou a um mês e um dia do meu aniversário, e já sinto os efeitos do "inferno astral" - uma espécie de "surto" que me acomete todos os anos, mais ou menos neste mesmo período.
Mas... será que essa coisa de inferno astral existe mesmo?
Uma vez, alguém me disse que o verdadeiro "ano novo" começa na data do aniversário de cada pessoa. Pode ser esta a explicação para o tamanho revertério que meu interior sofre às vésperas do meu "reveillón" particular.
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Milhares de idéias confusas se esbatem no meu liquidificador mental: preciso urgentemente fazer isso, isso e aquilo; rever fulano, ciclano e beltrano; ler tal livro, ver tal filme, ir a tal lugar, resolver tal pendência (ou todas elas). E mais um turbilhão de pensamentos que ficam centrifugando dentro da minha cabeça, antes que o último grãozinho de areia da ampulheta se esvaia.
Parece que tudo o que se mantém levemente encoberto durante o resto do ano resolve ressurgir, gritando por resoluções, soluções, concretizações. Sabe aquele e-mail que nunca mandei, aquele livro que não comprei, aquele lugar que deixei de ir? Pois então. Ficam lá, me estendendo os braços em súplicas, antes que tudo se acabe.
E, mesmo que eu faça de tudo para estar em dia comigo mesma e com tudo o que me propus a fazer, esta sensação sempre aparece, renovando as cobranças a cada novo aniversário.
Já não sei se conto mais um ano, ou menos um - um a menos para fazer tudo o que minha consciência inquieta e eternamente insatisfeita me requisita.
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quinta-feira, julho 13, 2006

Quando Nietzsche Chorou

m.
Romance psicológico – Misturando realidade e ficção, o livro nos remete aos primórdios da psicologia, quando o mundo ainda não conhecia os tratamentos para os “males da alma” e nem se sonhava com doenças psicossomáticas (aquelas que se caracterizam por sintomas físicos, mas gerados por perturbações e conflitos da própria mente).
Alguns personagens reais – que na verdade jamais se conheceram – misturam-se para produzir uma história em que os dramas pessoais se entrelaçam, a fim de se completarem e se resolverem.

É um livro longo (407 páginas), e que se torna mais longo ainda devido à monotonia de algumas passagens. Mas não se pode desmerecê-lo totalmente: é entremeado de (algumas) frases interessantes e (meia dúzia de) raciocínios inteligentes, contidos em diálogos que pretensamente andaram comparando a uma partida de xadrez. Em alguns momentos, a argumentação pode parecer demasiado técnica e fantasiosa, mas deve-se levar em consideração de que o autor Irvin D. Yalom colocou muito de seu próprio trabalho como psicanalista em seu personagem central, o Dr. Josef Breuer.
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Quando Nietzsche Chorou pode ser facilmente encontrado em todas as listas dos mais vendidos, e li críticas muito favoráveis ao romance. Eu, particularmente, não consegui me empolgar com a trama, nem com os personagens. Marquei alguns parágrafos que julguei interessantes - e foram poucos, em relação ao número de páginas.
É recomendável que se leia o livro tendo à mão um lápis, para marcar os trechos mais significativos. E que não esperem momentos de ação, revelações ou emoções fortes: o livro é lento, confuso e - por mais incrível que isso possa parecer - superficial.
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Leia a sinopse aqui.

segunda-feira, julho 10, 2006

De volta ao Leblon

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Após os mistérios da trama policial de Silvio de Abreu, enfim o oásis no deserto do horário nobre: estreou hoje Páginas da Vida, de Manoel Carlos.
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Conhecido por destacar temas da vida real, Maneco nos defronta novamente com a problemática do cotidiano, tendo como pano de fundo o belo bairro do Leblon, na zona sul do Rio e algumas cenas rodadas em Amsterdã, na Holanda.
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A protagonista não poderia deixar de ser mais uma Helena. E, seguindo as preferências do autor, teremos como atriz principal a veteraníssima Regina Duarte, e também José Mayer, Helena Ranaldi, Lilia Cabral - figurinhas fáceis que quase sempre integram o talentoso elenco de Maneco.

A festa para comemorar a estréia da novela foi em grande estilo: aconteceu no Teatro Municipal do Rio, com direito à apresentação irretocável da bailarina Ana Botafogo – que interpreta a personagem Elisa, em Páginas da Vida.
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A música de abertura – Wave, de Tom Jobim – não poderia ser sido melhor escolha. A Bossa Nova tem disso: a música nos entra pelos ouvidos, vai direto ao coração e rapidamente se traduz em imagens do Rio, fazendo-nos lembrar de todos aqueles cantos e recantos maravilhosos da cidade. Quem ama o Rio, sabe.

Do mesmo autor, gostei de Felicidade (1991), em que a Helena pertencia à atriz Maitê Proença; História de Amor (1995), com Regina Duarte como Helena; e Por Amor (1997), com a mesma Regina Duarte.
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A heroína foi incorporada por Vera Fischer em Laços de Família (2000), e Maneco emocionou a todos ao abordar a leucemia. Já não me interessei tanto por Mulheres Apaixonadas (2003). A Helena de Christiane Torloni me pareceu mais árida do que as outras, e a história, no geral, não me atraiu. Acho que não consegui me identificar com os personagens e com as situações.

Tenho notado que a teledramaturgia, de uns tempos pra cá, vem sofrendo uma queda de qualidade. Não no que diz respeito à produção, isso não. Mas na elaboração dos diálogos, e na colocação dos fatos. Algumas passagens são muito simplistas. Talvez a explicação para tal “fenômeno” esteja nas palavras de Silvio de Abreu, autor de Belíssima, para a revista VEJA:
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“Se as novelas ficaram mais elaboradas, foi pela evolução dos autores. O nível intelectual do brasileiro está abaixo do que era dos anos 60 ou 70, porque as escolas são piores e o estudo não é valorizado. O valor não é mais fazer algo dignificante. As pessoas querem subir na vida, e dane-se o resto”.

Trocando em miúdos: tramas um pouco mais complexas não atingem o povão. Para que tal coisa aconteça, é preciso adaptar a história ao nível de entendimento da população. A obviedade faz-se necessária, em virtude do curto alcance do público.
Carecemos, portanto, de boas histórias, que não apenas entretenham, mas que sirvam para alguma coisa, uma vez que a televisão pode ser um ótimo meio para veicular informações relevantes. As emissoras não deveriam se orientar apenas por estatísticas de audiência, mas, acima de tudo, preocupar-se com a qualidade do que transmitem, independentemente de Ibope. Afinal, é preciso educar as massas, e o meio ideal e mais abrangente para tal proeza seria a televisão. E é realmente uma pena que não esteja sendo bem aproveitado.

domingo, julho 09, 2006

Azzurra!!!

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Podem preparar a pasta. A Itália é tetra.
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Num jogo que começou um tanto tumultuado, e com lances estranhos e surpreendentes, a seleção italiana - que parecia mesmo nunca se dar por vencida - encarou a França de Zidane e, 24 anos após a terceira conquista, pôs novamente as mãos no tão cobiçado prêmio: a taça da Copa do Mundo.
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Com toda a admiração que tenho pela França, devo admitir que estava torcendo para que a Itália vencesse. Não como retaliação pelo fato de a seleção francesa ter eliminado o Brasil nas quartas-de-final, pois o Brasil mereceu, mas porque acho que não se ganha jogo só com gols de pênaltis durante a partida.
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No jogo contra Portugal, a França faturou a vitória em cima de um ponto feito a partir de uma penalidade. E eu particularmente, prefiro gols "legítimos". Portanto, estava esperando que o título caísse em mãos italianas. Ainda que a partida tenha sido decidida nos pênaltis, a Itália, durante o jogo, fez um gol que eu classificaria como "batalhado" - ao contrário do gol francês, numa cobrança de falta.
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Lamentei apenas que a carreira do craque Zinedine Zidane tenha terminado de forma tão pouco edificante. Provavelmente arrependido do ato intempestivo, o capitão expulso não foi nem receber a medalha no encerramento do evento.
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Para mim, o saldo geral da Copa foi o seguinte: vitória merecida da Itália; segundo lugar de uma França destituída de seu maior jogador; terceiro lugar da confiante Alemanha, que já estava em clima de "já ganhou"; no coração, sempre a guerreira seleção portuguesa que, liderada por Felipão, concentrou nossas esperanças após a imperdoável vergonha brasileira.
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E agora chega deste papo de futebol.

segunda-feira, julho 03, 2006

As composições de Arcimboldo

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Deixemos de lado os assuntos relacionados ao futebol, e falemos do que realmente interessa: de arte - da verdadeira arte!
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Vocês certamente já devem ter visto em algum lugar alguma dessas inusitadas gravuras, cujas figuras humanas são compostas de outras figuras conhecidas, como frutas, flores e animais. Mas como se sabe muito pouco a respeito do autor das obras, é provável que muitas pessoas não saibam quem foi GIUSEPPE ARCIMBOLDO.
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Sabe-se pouco sobre a vida de Giuseppe Arcimboldo. Depois de passar 26 anos nas Cortes de Viena e Praga, voltou a Milão, onde é quase certo que tenha nascido.
Arcimboldo nasceu em 1527, filho de um pintor chamado Biagio Arcimboldo, que trabalhava na construção da Catedral graças a uma relação de parentesco com o Arcebispo Gianangelo.
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A marca de Arcimboldo, porém, são as composições usando vegetais, animais e outros objetos, para compor cabeças.
O século XVI era povoado por artifícios visuais e conceituais, como a anamorfose, a criptografia, os hieróglifos e as composições grotescas.
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Arcimboldo provavelmente já havia feito esse tipo de trabalho antes de realizar, com sucesso, suas extravagâncias pictóricas. As suas pinturas com elefantes, veados, felinos, porcos e todos os animais reunidos para formar rostos e roupas, necessitam um exame detalhado e mostram uma capacidade criativa que impressiona.
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O que o diferencia é a forma de composição, com imagens formando imagens e o aproveitamento de outras formas. Seus quadros devem ser observados detalhadamente. Um deles é formado inteiramente por frutas e flores, e no outro podemos encontrar felinos, antílopes, elefantes, rinocerontes, búfalos, em uma profusão enorme de bichos, compondo cada curva e cada detalhe do rosto ou da roupa.
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Com a morte do Arcebispo Gianangelo, as facilidades diminuíram e o artista deixou Milão. Foi ser retratista e copista por um tempo na corte do Imperador Ferdinando I, mudando-se para Viena. Embora tenha se dedicado a isso com afinco, pouco restou dos seus trabalhos desse tipo. Foi no estilo das "cabeças compostas", bem longe dos retratos oficiais, que se imortalizou.
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A fantasia é uma marca presente e constante nos trabalhos do artista, mas a obra de Arcimboldo não ganhou notoriedade suficiente e não formou escola. Somente séculos depois o artista foi redescoberto e colocado no seu devido lugar de honra entre os mestres da genialidade dessa pintura antropomórfica e de total simbiose entre os seres que a formam.
(É interessante destacar o aspecto da imagem dupla como O Verdureiro e O Cozinheiro, cabeça reversível feita em tamanho natural, que virada ao contrário transforma-se em um prato com legumes e aves).
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Arcimboldo é certamente um artista diferente, criador de uma forma de surrealismo quando nem se falava nisso. E pode perfeitamente assumir um lugar na galeria dos surrealistas, mesmo que tecnicamente não se possa dizer isso. É o tipo de pintura na qual temos que nos fixar por longo tempo, a fim de descobrir detalhes - que nos surpreendem a cada nova observação.
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Fonte: Cyberartes

sábado, julho 01, 2006

Favoritismo não ganha jogo

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No primeiro jogo de hoje, eu estava torcendo para Portugal. Não apenas pelo futebol de Luis Felipe Scolari, como também pela admiração nutrida pelo desempenho de Figo e Cristiano Ronaldo, poderosos jogadores da seleção lusitana, além das espetaculares defesas do grande goleiro Ricardo.
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E ontem, contrariando toda a rivalidade brasileira – da qual eu jamais compartilhei – torci pela Argentina, que perdeu nos pênaltis para a dona da casa.
O que notei nestes últimos jogos é que os árbitros privilegiaram os times europeus, em detrimento das seleções de origem latina, ainda que também européias. Na partida Alemanha x Argentina, por exemplo, várias faltas – algumas até inexistentes – foram marcadas contra a Argentina, ao passo que o juiz praticamente fechava os olhos para os tropeços de uma Alemanha que já se sabia “com as costas quentes”.

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No jogo de hoje, Portugal também foi visivelmente prejudicado, uma vez que o juiz ignorava as faltas cometidas pelos britânicos, enquanto marcava qualquer esbarrão dos portugueses. (A expulsão de Rooney foi inevitável, ou ficaria evidente a conivência do árbitro). Ainda assim, Portugal venceu nos pênaltis a esnobe seleção inglesa, que já contava com a vitória.
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É bem verdade que os dois times jogaram muita bola e estavam muito bem preparados, mas com a colaboração da arbitragem tudo fica mais fácil.

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E ainda fazem discursos “pré-jogo”, condenando o racismo no futebol! Pois discriminar as seleções de origem latina também não é uma forma de racismo? Hipocrisia pura.
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David Beckham foi providencialmente substituído no segundo tempo, já que nestas últimas partidas tornou-se uma espécie de “Ronaldinho Gaúcho” inglês (com algumas diferenças, já que Ronaldinho nem gol fez). O número 7 da Inglaterra ficava por ali, decorativamente, fingindo participar, apenas para intimidar o adversário. Mas nem sempre finalizava as jogadas e, eventualmente, vomita em campo.
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Quanto ao jogo do Brasil, assisti com uma certa preguiça. Para quem viu o acelerado jogo do meio-dia, o ritmo de Brasil x França me pareceu excessivamente lento, fazendo um jogo chato, sem movimento, com muitas bolas paradas e perdidas. O belo gol francês de Thierry Henry, feito numa oportunidade bem aproveitada, inibiu ainda mais a já tão apática seleção brasileira.
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Vi uma seleção brasileira moribunda em campo, dando passes errados e se arrastando pelo gramado. O goleiro francês Fabien Barthez estava tranqüilo, e ficou quase que o tempo todo assistindo. (Será que todo jogo com a França vai ser sempre essa vergonha?)

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Com a vitória do time de Zidane, talvez as “estrelas” percam um pouco aquela empáfia que os faz acreditar serem os “melhores do mundo”. Aliás, alguém viu algum gol do “melhor do mundo”?
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Ronaldinho Gaúcho, ao meu ver, está desmoralizado. Foi convocado para a Copa como uma das maiores atrações do Mundial e não fez absolutamente nada em cinco jogos, com um desempenho abaixo do medíocre.
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Parreira disse, após a atuação vergonhosa, que “ninguém estava preparado para sair antes da final”. Pois eu acho que eles não estavam preparados era para entrar!
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E querem saber do que mais? Bem-feito. É chato dizer isso, mas nunca me iludi com esta seleção. Sabia que, se pegasse um time um pouco mais forte pela frente, daria adeus à Copa. Se não perdesse agora, perderia para a forte seleção portuguesa ou para a poderosa Alemanha.
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E eu torço para time que joga, que luta, que mostra empenho, vontade, fome. Para time “morto” em campo, desejo a mais amarga das derrotas.