De volta ao Leblon
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Após os mistérios da trama policial de Silvio de Abreu, enfim o oásis no deserto do horário nobre: estreou hoje Páginas da Vida, de Manoel Carlos.
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Conhecido por destacar temas da vida real, Maneco nos defronta novamente com a problemática do cotidiano, tendo como pano de fundo o belo bairro do Leblon, na zona sul do Rio e algumas cenas rodadas em Amsterdã, na Holanda.
Conhecido por destacar temas da vida real, Maneco nos defronta novamente com a problemática do cotidiano, tendo como pano de fundo o belo bairro do Leblon, na zona sul do Rio e algumas cenas rodadas em Amsterdã, na Holanda.
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A protagonista não poderia deixar de ser mais uma Helena. E, seguindo as preferências do autor, teremos como atriz principal a veteraníssima Regina Duarte, e também José Mayer, Helena Ranaldi, Lilia Cabral - figurinhas fáceis que quase sempre integram o talentoso elenco de Maneco.
A festa para comemorar a estréia da novela foi em grande estilo: aconteceu no Teatro Municipal do Rio, com direito à apresentação irretocável da bailarina Ana Botafogo – que interpreta a personagem Elisa, em Páginas da Vida.
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A música de abertura – Wave, de Tom Jobim – não poderia ser sido melhor escolha. A Bossa Nova tem disso: a música nos entra pelos ouvidos, vai direto ao coração e rapidamente se traduz em imagens do Rio, fazendo-nos lembrar de todos aqueles cantos e recantos maravilhosos da cidade. Quem ama o Rio, sabe.
Do mesmo autor, gostei de Felicidade (1991), em que a Helena pertencia à atriz Maitê Proença; História de Amor (1995), com Regina Duarte como Helena; e Por Amor (1997), com a mesma Regina Duarte.
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A heroína foi incorporada por Vera Fischer em Laços de Família (2000), e Maneco emocionou a todos ao abordar a leucemia. Já não me interessei tanto por Mulheres Apaixonadas (2003). A Helena de Christiane Torloni me pareceu mais árida do que as outras, e a história, no geral, não me atraiu. Acho que não consegui me identificar com os personagens e com as situações.
Tenho notado que a teledramaturgia, de uns tempos pra cá, vem sofrendo uma queda de qualidade. Não no que diz respeito à produção, isso não. Mas na elaboração dos diálogos, e na colocação dos fatos. Algumas passagens são muito simplistas. Talvez a explicação para tal “fenômeno” esteja nas palavras de Silvio de Abreu, autor de Belíssima, para a revista VEJA:
Tenho notado que a teledramaturgia, de uns tempos pra cá, vem sofrendo uma queda de qualidade. Não no que diz respeito à produção, isso não. Mas na elaboração dos diálogos, e na colocação dos fatos. Algumas passagens são muito simplistas. Talvez a explicação para tal “fenômeno” esteja nas palavras de Silvio de Abreu, autor de Belíssima, para a revista VEJA:
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“Se as novelas ficaram mais elaboradas, foi pela evolução dos autores. O nível intelectual do brasileiro está abaixo do que era dos anos 60 ou 70, porque as escolas são piores e o estudo não é valorizado. O valor não é mais fazer algo dignificante. As pessoas querem subir na vida, e dane-se o resto”.
Trocando em miúdos: tramas um pouco mais complexas não atingem o povão. Para que tal coisa aconteça, é preciso adaptar a história ao nível de entendimento da população. A obviedade faz-se necessária, em virtude do curto alcance do público.
Carecemos, portanto, de boas histórias, que não apenas entretenham, mas que sirvam para alguma coisa, uma vez que a televisão pode ser um ótimo meio para veicular informações relevantes. As emissoras não deveriam se orientar apenas por estatísticas de audiência, mas, acima de tudo, preocupar-se com a qualidade do que transmitem, independentemente de Ibope. Afinal, é preciso educar as massas, e o meio ideal e mais abrangente para tal proeza seria a televisão. E é realmente uma pena que não esteja sendo bem aproveitado.
Trocando em miúdos: tramas um pouco mais complexas não atingem o povão. Para que tal coisa aconteça, é preciso adaptar a história ao nível de entendimento da população. A obviedade faz-se necessária, em virtude do curto alcance do público.
Carecemos, portanto, de boas histórias, que não apenas entretenham, mas que sirvam para alguma coisa, uma vez que a televisão pode ser um ótimo meio para veicular informações relevantes. As emissoras não deveriam se orientar apenas por estatísticas de audiência, mas, acima de tudo, preocupar-se com a qualidade do que transmitem, independentemente de Ibope. Afinal, é preciso educar as massas, e o meio ideal e mais abrangente para tal proeza seria a televisão. E é realmente uma pena que não esteja sendo bem aproveitado.
18 Comments:
At 9:16 AM, Taia said…
Gostou do primeiro capítulo?
Eu gostei, apesar do choque que é uma novela para outra assim, tão diferentes.
Darei uma semana para analisar então a novela.
Mas já gostei de ver a Helena da Regina, a Ana Paula Arósio e o Thiago Lacerda, sem contar com o tudo de bom José Mayer...
Ave Maria!
Hahaha
Beijão.
At 10:01 AM, Chris said…
Parece que esta novela será bem melhor.
A Belíssima eu não aguentei assistir. Era muito baixo astral para o meu gosto. :-)))
Ontem eu só assisti o finalzinho, cheguei tarde em casa. Parece que o primeiro capítulo foi bom.
At 10:09 AM, Anônimo said…
Oi Dani! primeiro capítulo e quem aparece? o Cristo Redentor! e um arrastão na praia! além do Zé Mayer começar já na cama...rs...no mais é assistir e ver o excelente trabalho dos atores que gosto muito,entre eles Tarcísio e Glória juntos...beijos
At 10:13 AM, Leleco said…
Dani,
As novelas do Maneco são as minhas preferidas, pois me identifico com os personagens. A novela trata de assuntos cotidianos.
Gostei de todas as novelas do maneco, mas me emocionei mais com Laços de Família, pois tratou sobre a Leucemia, que infelizmente me fez perder minha mãe.
O Legal de tudo é que depois da exibição dessa novela e da reprise no "Vale a Pena Ver de Novo", aumentaram o número de doadores de medula. Espero que assim diminua o número de vítimas dessa terrível doença.
Adorei o primeiro capítulo. Adoro as músicas, e principalmente o cenário da Novela, o Rio de Janeiro.
Desculpa esse testamento de comentário, mas às vezes me empolgo mesmo.
Parabéns pelo post e pela música.
Mil Beijões, meu amor,
Leleco
At 10:43 AM, Jôka P. said…
Adoro as novelas cdo Manuel carlos, principalmente pela qualidade do texto,mas também porque se passam na Zona Sul do Rio e não tem pobres.
Como disse Joãozinho Trinta, quem gosta de pobreza é intelectual.
Belo post.
Bjs,
Jôka P.
At 7:48 PM, Leleco said…
Dani,
Só é uma pena a perda de qualidade dos textos, tudo porque o povo não entende muito bem os diálogos mais inteligentes. Acredito que a linguagem deva ter sensibilidade, mas popularizar certas coisas não dá mesmo...
Tem certos programas em que o texto soa como tatibitate, o que é uma pena...
Mil Beijões, meu amor,
Leleco
At 10:57 PM, Anônimo said…
Oi Dani. É a primeira vez que visito seu cantinho, e estou adorando.
Vi os dois capítulos da novela, apesar de não ser uma autêntica noveleira. Por enquanto, estou achando interessante. O Maneco faz uso de pessoas que vemos pelas ruas em suas personagens. Isso prende a nossa atenção, e nos transporta para dentro da história.
Concordo com a Chris. Achei Belíssima meio depressiva. Além do que, se passava em SP, local agitadíssimo e super estressante. As novelas do Rio são mais suaves, mais praia e sol, beijo na boca, família. E claro, como Joka disse, sem pobres. Não veremos uma favela, uma criança no semáforo, nada disso. Até porque, no Leblon não há criança no semáforo, eheh...
beijinho
At 11:00 PM, Mr. San said…
Não sou chegado em novelas, mas a impressão que me passam é que confundem o simples com o simplório para não perder o Ibope. Uma pena, pois um bom conteúdo não precisa estar necessariamente vinculado a enredos complexos que não interessam o "povão". Mas quem sabe um dia isso muda? Um grande abraço, Dani.
At 8:17 AM, Bruna said…
Muito embora eu concorde com o fato de que a televisão seja a melhor maneira de atingir positivamente as grandes massas, meu pessimismo não me deixa não pensar que isso seja utópico!
É por isso que acabo preferindo um bom livro...Pelo menos, posso escolher o nível cultural encontrado ali. =/
Ah, cheguei aqui através da Palpiteira. Abordagem aleatória total!
At 10:21 PM, Jonas Prochownik said…
Amo o Leblon e coincidentemente estou morando aqui agora.
E desse bairro lindo escrevo também mais uma página de minha vida.
Linda a música de fundo, Dani !
Você tem muito bom gosto sempre.
beijo da
Kristal
At 11:20 AM, Micha Descontrolada said…
tenho assistido aos capítulos iniciais e tô gostando bastante...
o Rio é lindo mesmo.
beijossssssss
At 12:26 PM, Michele said…
Mulher... Sabe q eu sou fã do Manoel Carlos? E olha q eu nem sou muito de ver novela... hehehe. Mas as dele eu gosto. Se bem que nem sei se vou acompanhar essa, normalmente me falta tempo pra essas coisas... Mas de vez em qdo darei aquela espiadinha. hehhe
Beijo, Dani!
At 3:28 PM, Anônimo said…
Olá
Td bom?
estava passando em uns blogs e achjei o seu
Muito legal
Nota 10!!!
Agora voltam as mesmas mesmises de
afff
Não gostei do começo dessa novela naum
:/
Qd dser me visita la tambem
T+
At 3:30 PM, Anônimo said…
O anonimo ai em cima sou eu
ok?
T+
At 9:51 PM, Anônimo said…
Pior que é verdade. Esse fenômeno educacional Dani faz com que cada idiota entre na faculdade. Gente que não gosta de ler, de estudar e que não querem nada com nada...Triste, mas real.
Abs
At 12:37 AM, Unknown said…
Oi Dani! Também escrevi sobre a novela, mais minha primeira impressão foi de longe mais pessimista que a sua. Para mim, a fórmula já está chata, não nos acrescenta nada. Não só os diálogos estão sem conteúdo, como também estão estúpidos. Desta forma não se vai nivelar com a massa, mas emburrecê-la. Acho realmente uma pena que o cenário seja o nosso Rio. Mas é isso que eu gosto nos seus textos: sempre nos mostram uma faceta a se admirar no objeto da questão.
Beijão!
At 12:52 PM, Barbara Lucas said…
eu não gosto da regina duarte
depois daquela palhaçada de chorar com medo do lula...não consigo levar ela a sério mais...
pena, né?
At 7:13 PM, Jôka P. said…
Eu adoro a Regina Duarte e estou chorando com ela até hoje de pavor do Lula.
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