Uma caixa de lenços, por favor
.
Há certos filmes que me fazem chorar como uma carpideira italiana. Principalmente alguns desenhos, por incrível que pareça. Não sei se pelas trilhas sonoras emocionantes ou se pelo fato de os personagens não serem interpretados por pessoas – pois neste caso sabemos que é apenas representação, não é de verdade. Deve ser isso mesmo: as animações trazem em si um conteúdo verdadeiro, porque seus personagens realmente existem, ainda que tenham sido obra de um talentoso desenhista.
Na primeira vez em que assisti SPIRIT – O Corcel Indomável, há alguns meses, não me contive e jorrei litros de lágrimas, sinceramente consternada pelas desventuras do cavalo. Na segunda vez em que assisti ao mesmo filme, surpresa: debulhei-me novamente – talvez até mais do que na ocasião anterior. De onde se conclui que posso assisti-lo cem vezes, que sempre precisarei de um lençol e de uma boa bacia.
Esta minha sensibilidade “exagerada” para desenhos é coisa que já vem de longe, desde os tempos da infância, na década de 80.
Houve uma época em que eu assistia a uns desenhos japoneses, exibidos à tarde pela extinta TV Manchete. Os tais desenhos nem pareciam fazer parte da programação infantil, pois eram tristes, muito tristes. Tristíssimos.
Aqueles olhos grandes (muito comuns em animações nipônicas) conferiam aos bonecos um terrível ar dramático. E as histórias eram as mais trágicas: havia a da órfã Cozette que, faminta, maltrapilha e enregelada pelo frio, olhava através das vidraças das casas, e via famílias confraternizando ao redor de mesas fartas (aquilo me deixava para morrer); havia também a da vampirinha boa, que não se conformava por seu pai (o próprio Drácula) ser tão carniceiro, matando pessoas para sugar-lhes o sangue. Após empreender uma campanha para tentar regenerar o vampirão, e não obtendo sucesso, partiu para a solução definitiva: cravou-lhe uma estaca de madeira no peito. E eu desatava a soluçar e a verter baldes de lágrimas na frente da televisão. Devia ser meio masoquista...
Eu também não me agüentava quando no, programa da Xuxa, na Globo, passava Caverna do Dragão. Eu explico: naquele grupo de adolescentes transportados para outra dimensão, havia um garoto (que agora não me lembro o nome). Nesta dimensão onde foram parar, ele fez amizade com Uni, um bicho fofo que era um híbrido de cabritinho com unicórnio.
Acontece que os jovens queriam voltar para casa, e raramente surgia esta chance. Para quem lembra, abria-se diante deles um portal, que eles deveriam atravessar para voltarem. E perderam várias oportunidades como esta por causa do menino, que não queria abandonar o tal cabrito-unicórnio, já que este não sobreviveria na outra dimensão.
Naqueles impasses nas despedidas, que nunca chegavam a se consumar, meus olhinhos de criança emotiva marejavam.
Quando o bichinho choramingava aquele “méééé” desesperado para o garoto, então... eu puxava a ponta do casaco.
PS: Pelo menos eu não chorava vendo Smurfs ou Scooby-Doo. Aí também já seria demais.
Há certos filmes que me fazem chorar como uma carpideira italiana. Principalmente alguns desenhos, por incrível que pareça. Não sei se pelas trilhas sonoras emocionantes ou se pelo fato de os personagens não serem interpretados por pessoas – pois neste caso sabemos que é apenas representação, não é de verdade. Deve ser isso mesmo: as animações trazem em si um conteúdo verdadeiro, porque seus personagens realmente existem, ainda que tenham sido obra de um talentoso desenhista.
Na primeira vez em que assisti SPIRIT – O Corcel Indomável, há alguns meses, não me contive e jorrei litros de lágrimas, sinceramente consternada pelas desventuras do cavalo. Na segunda vez em que assisti ao mesmo filme, surpresa: debulhei-me novamente – talvez até mais do que na ocasião anterior. De onde se conclui que posso assisti-lo cem vezes, que sempre precisarei de um lençol e de uma boa bacia.
Esta minha sensibilidade “exagerada” para desenhos é coisa que já vem de longe, desde os tempos da infância, na década de 80.
Houve uma época em que eu assistia a uns desenhos japoneses, exibidos à tarde pela extinta TV Manchete. Os tais desenhos nem pareciam fazer parte da programação infantil, pois eram tristes, muito tristes. Tristíssimos.
Aqueles olhos grandes (muito comuns em animações nipônicas) conferiam aos bonecos um terrível ar dramático. E as histórias eram as mais trágicas: havia a da órfã Cozette que, faminta, maltrapilha e enregelada pelo frio, olhava através das vidraças das casas, e via famílias confraternizando ao redor de mesas fartas (aquilo me deixava para morrer); havia também a da vampirinha boa, que não se conformava por seu pai (o próprio Drácula) ser tão carniceiro, matando pessoas para sugar-lhes o sangue. Após empreender uma campanha para tentar regenerar o vampirão, e não obtendo sucesso, partiu para a solução definitiva: cravou-lhe uma estaca de madeira no peito. E eu desatava a soluçar e a verter baldes de lágrimas na frente da televisão. Devia ser meio masoquista...
Eu também não me agüentava quando no, programa da Xuxa, na Globo, passava Caverna do Dragão. Eu explico: naquele grupo de adolescentes transportados para outra dimensão, havia um garoto (que agora não me lembro o nome). Nesta dimensão onde foram parar, ele fez amizade com Uni, um bicho fofo que era um híbrido de cabritinho com unicórnio.
Acontece que os jovens queriam voltar para casa, e raramente surgia esta chance. Para quem lembra, abria-se diante deles um portal, que eles deveriam atravessar para voltarem. E perderam várias oportunidades como esta por causa do menino, que não queria abandonar o tal cabrito-unicórnio, já que este não sobreviveria na outra dimensão.
Naqueles impasses nas despedidas, que nunca chegavam a se consumar, meus olhinhos de criança emotiva marejavam.
Quando o bichinho choramingava aquele “méééé” desesperado para o garoto, então... eu puxava a ponta do casaco.
PS: Pelo menos eu não chorava vendo Smurfs ou Scooby-Doo. Aí também já seria demais.
16 Comments:
At 5:36 PM, Leleco said…
Dani,
Esses desenhos são dramáticos mesmo. Assim conquistam todos os que estão vendo.
Eu já chorei por causa de desenhos...mas foi mais na infância. Chorei com diversos filmes. Um deles foi "Ghost - Do Outro lado da vida" (quem não chorou com este?rs).
Não lembro da lista completa de filmes que chorei, mas confesso que ainda choro...rs....até mesmo em novelas....rs
Mas acredito que quem tem a sensibilidade de chorar vendo filmes, desenhos e novelas, sabe viver melhor e dar valor aos sentimentos verdadeiros.
Adorei o post.
Mil Beijões, meu amor
At 5:56 PM, Unknown said…
Como era bom chorar por isso.
Hoje a gente chora ao ver a situação política do Brasil, ao ouvir as besteiras que nosso presidente costuma dizer (como é que nunca percebi?).
At 8:40 PM, Anônimo said…
Com desenho não lembro de ter chorado. Mas seu texto me fez quando assisti "Gasparzinho" (Casper) no cinema. Chorei com a história do menino que morreu e virou um fantasminha camarada e cabeçudo :P
At 8:41 PM, Anônimo said…
Ops, consertando. Onde escrevi "seu texto me fez quando assisti", o certo é: "seu texto me fez LEMBRAR quando assisti".
At 10:44 PM, Ana Julia said…
Adoro desenho, mas não consigo ter interesse em ver esses filmes de animação... No máximo Garfield, que eu amei!
bjos!
At 12:44 AM, Anônimo said…
Bah, o negócio do Unicórnio era mesmo muito triste!
At 8:37 AM, Anônimo said…
Puxa vida, a Caverna do Dragão era muito legal.
Mas eu não era muito de chorar por desenhos não. Mas em filmes, muitos já me fizeram chorar!
Abraços
At 10:08 AM, Anônimo said…
Você não é a unica não, fique tranquila. Sempre que vejo alguns desenhos me emocionoso. Geralmente eu só choro quando estou sozinha, pq minha família não gosta de desenhos, só filmes de luta, dissem que eu sou maluca por gostar disso... Mas voltando ao nosso assunto de origem, eu também vi todos esses desenhos,e amava. Um hiper beijo.
At 1:28 PM, Anônimo said…
Acho que o último desenho a que assisti foi Rei Leão. Já faz uns 300 anos.
Beijo!
At 1:46 PM, Nelsinho said…
Não sei porque cargas d'água haveria eu de ser emotivo e chorão deste jeito!
De vez em quando dou um baita vexame num teatro, num concerto ou mesmo num cinema...
Pior é que passei isso para a minha filha caçula! Bem pequenina, eu desistia de colocar um certo disco da Mireille Mattieux porque ela desabava em prantos!
Nelsinho
At 1:54 PM, Anônimo said…
Deus, como eu choro sempre até vendo Lessie eu chorava hahahahha
Beijos
At 2:42 PM, Chris said…
Hehe... eu também sou chorona, mas nem tanto. Mas isso é coisa de quem é sensível e tem bom coração.
Obrigada por visitar meu site e pelos comentários que fez. Volte sempre, tá?
Quanto à Brasília, vale a pena visitar sim, só morar que é chato. Parece que o tempo não passa... :-))
[]'s
At 4:07 PM, Anônimo said…
Bob... O nome do menino era Bob... Ele era irmão da guria de capa que fazia par com o arqueiro...
Eu lembro desses episódios em que eles não iam embora por causa do Bob... Lembro que morria de raiva disso... Achava absurdo quando, graças ao desejo de ficar com a Uni, ele impedia todos de ir embora... Uma injustiça daquelas...
Beijos,
At 8:55 PM, Anônimo said…
Carpideira italiana? Não seria judia? :P Não me lembro se alguma vez chorei em desenho...:)
At 12:55 AM, Anônimo said…
Obrigado pela visita,volte sempre .Eu adoro assistir esses filmes sempre choro.Passe lá no Meu Bangalô tem novidade ..beijos
At 10:05 AM, Adri said…
Dani..sou um chorão de carterinha. Quando vi Titanic demorei uns 20 min para sair da sala de tanto que chorei... bem ridículo. Chorei no Sociedade dos Poetas Mortos na frente de todos os colegas, pois fomos com a turma do colégio ver no cinema em 1900 e vários anos atrás. Chorei em Evita, Por um sentido na Vida (tá, chorei depois caminhando ao sair do cinema), Um homem de família, De volta ao paraíso, Uma linda nulher (na hora da limousine), O casamento do meu melhor amigo... sou tri emotivo para filme...entro na história.
Bj
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