Blog by Dani

sábado, outubro 08, 2005

Enquanto isso, na Terra de Marlboro...

.
No cinema

Antes que tudo se acabe, fui com o Leo ao moribundo cinema da Terra de Marlboro.
De posse do nosso “kit básico”, contendo pipoca, Coca light e Suflair, assistimos ao filme
O Virgem de 40 anos.
Filmezinho despretensioso, com uma historinha incrivelmente simples, mas que prende a atenção com seus lances divertidos. Rendeu boas gargalhadas e deu para distrair.
Na bilheteria, ficamos sabendo que o cinema será fechado em breve para reformas, e que suas dependências serão reabertas por uma outra rede de cinemas.
Preferencialmente uma que pague o aluguel em dia.

Peculiaridades locais

Se há uma coisa admirável aqui na Terra de Marlboro é a profusão de nomes e apelidos inacreditáveis com que freqüentemente nos deparamos.
Há os pretensamente estrangeiros, e geralmente aportuguesados, que resultam em Uosto, Maicon, Ruan, entre vários outros homófonos; há os híbridos, em que os pais mixam os seus nomes ou de parentes, com o objetivo de produzir um nome original, tal como Marley (provavelmente Marlene + Vanderley), Valdirene (Waldir + Irene?) e toda a sorte de combinações possíveis (e impossíveis também); e não podemos esquecer daqueles nomes que servem de sufixo para muitos outros (aplicam-se a este caso os versáteis – ilton, - ilson, - nete, etc.).
Mas existe também uma categoria muito popular neste nosso país de poucas letras, e que eu não poderia deixar de citar: a dos nomes errados.
Outro dia, meu pai estava no supermercado e conseguiu, com alguma dificuldade, ler o nome escrito no crachá do garoto que empacotava as compras: QUERIAVALDO.
Na minha imaginação, o que se passou foi o seguinte: o pai do rapaz, na ocasião de seu nascimento, foi ao cartório registrá-lo, e ao chegar lá, apenas respondeu à pergunta do funcionário do cartório: “Que nome o senhor quer?”. Pronto. O cara do cartório tascou a resposta inteira e ainda acrescentou o sobrenome!

Na linha geral dos improváveis, encontramos ainda um incrível Queresnilton, atendente numa loja de materiais de construção; surpreendemo-nos com um não menos exótico Chester, filho da moça que trabalha na padaria (que certamente deve adorar festejos natalinos); acostumei-me a chamar de Iolanda a minha primeira babá, cujo nome de registro era Eulândia.
Ontem, porém, fiquei na dúvida quanto a um nome, justamente por conhecer a prodigiosa criatividade dos habitantes da quase fictícia Marlboro.
Estava olhando com interesse a vitrine de uma sapataria, quando um rapazinho simpático veio me atender. Informei que estava apenas dando uma rápida espiada, mas que voltaria depois para experimentar uma sandália. Perguntei então o nome dele, para que pudesse procurá-lo quando retornasse para efetuar a compra, num outro dia. Ele então me respondeu, sorridente:
- Chantilly.
- Como???
Estou até agora sem saber se era de fato o nome dele (pois desta vez não havia um crachá onde eu pudesse conferir), ou se na verdade tratava-se de algum apelido brincalhão. Por que, pelas características étnicas do rapaz, ele estava mais era para calda de chocolate. Mas não tive coragem de perguntar... vai que era nome mesmo!

6 Comments:

  • At 11:00 PM, Anonymous Anônimo said…

    Adorei este post. Me acabei de tanto rir. Eulândia!? Que nome é esse? Terra do eu?

    Eu vou pessoalmente perguntar ao "Chantilly" se este é seu nome realmente...pode deixar...rs

    Obrigado pelo fim de semana, meu amor...

     
  • At 11:11 PM, Anonymous Anônimo said…

    Sobre o filme, eu adorei. Foi um filme leve e divertido.
    Achei legal colocarem a música do filme "O Último Americano Virgem". Muito bem bolado.
    E ver um filme ao seu lado é bom demais.
    Paulo Afonso tem toda razão em falar que eu sou um homem de sorte...
    Obrigado, meu amor...TE AMO!!!

     
  • At 9:02 AM, Blogger Unknown said…

    Texto antológico. Merece ser salvo. É o que vou fazer, hehehe.

    Imagine que ontem, logo após eu postar as fotos do gambá, um anônimo deixou uma mensagem. Acusava-me de condenar o gambá à prisão perpétua e que odiava quem prendia animais em gaiola.

    Cheguei a responder, mas preferi deletar os dois comentários, o dele e o meu.

    Hoje havia um outro gambazinho aqui na rua. Estava morto. Não teve a mesma sorte que este. O que salvei adora maçã. Escondeu todos os pedaços dentro da barriga do urso de pelúcia (onde ele passa o dia). Ontem, quando escureceu, saiu da toca e ficou em grande atividade pela gaiola. De longe parecia um ratinho (eca). Acho que está chegando a hora de soltá-lo.

    Se demorar muito vai acabar como um bem-te-vi que achei filhotinho, caído do ninho, e que se recusa a ir embora. Eu solto, ele volta. E agora?

     
  • At 7:58 PM, Anonymous Anônimo said…

    Passando para mandar um oi... Há braços!!

     
  • At 9:43 AM, Blogger Nelsinho said…

    O tema é mais que interessante! Principalmente porque sendo eu lusitano, sempre me perguntava o que seria pior: Gozação aqui no Brasil pela tradição daquela curta listinha de nomes Maria-Manuel-Joaquim-João-José-Antonio e suas combinações, ou a gozação em Portugal pelos nomes estapafúrdios permitidos por aqui!...
    A tradição em Portugal acabou, aqueles nomes vão caindo em desuso, mas a lei há muitas dezenas de anos aprovada para evitar nomes esquisitos continua em força. Isto é: Você pode registrar seu filho com qualquer nome, desde que este exista na longa lista aprovada.
    Só não concordo (acho anti-democrático), que nomes existentes em português não sejam aceites com letras não existentes no alfabeto. Exemplo: Quríamos registrar nossa netinha com o nome de Lydia e teve de ser Lidia...Enfim, resquícios!

    Tirando o tema, me senti honradíssimo com a sua visita e vou passar a ser frequente do seu cantinho!

     
  • At 11:45 AM, Anonymous Anônimo said…

    E olha que eu acho o meu nome absurdo. Fiquei perdida nesse amontoado de meias palavras juntas para formar um nome. Espero que vc tenha uma semana maravilhosa. Abraços.

     

Postar um comentário

<< Home