Lapso

Nesta semana, o presidente Lula chegou a falar em candidatar-se à reeleição, mas logo voltou atrás, dizendo ter cometido um “lapso”. Será mesmo?
Acredito que o maior lapso de todos tenha sido cometido pelos brasileiros em 2002, quando o elegeram pela primeira vez. Naquela época, eu – que não votei em Lula, nem jamais votaria – não conseguia compreender por que uma parcela tão grande da população lhe depositava tamanha confiança. Não havia nada de efetivamente positivo em seu passado político que justificasse este gigantesco impulso popular de torná-lo o Presidente da República. Nem o governo de um estado, nem a prefeitura de uma cidade, nem mesmo uma ação qualquer que houvesse beneficiado o país em algum momento de sua história.
Está mais do que claro que ele pretende, de fato, ser candidato e, mais do que isso, reeleger-se. E fará isso com o mesmo cinismo com que o fez da primeira vez, pois esta é sua arma política. Todo o trabalho de abafar o escândalo que envolveu seu ministério e o PT, é justamente para que seja possível seu retorno em 2007. Seu objetivo é um governo longo e penoso para a população, a exemplo de países comunistas, como Cuba.

FHC disse, recentemente, que quer Lula como adversário, para poder “vencê-lo nas urnas”, com o candidato de seu partido. Mas seria realmente possível eleger um presidente de outro partido, que interrompesse o domínio ditatorial do atual “chefe” da nação?
Neste ponto, assaltam-me as dúvidas.
Em primeiro lugar, devido à notória amnésia do povo brasileiro no que se refere a assuntos de âmbito político.
Em segundo, por sua falta de informação, que parece pairar incólume sobre os noticiários.
E, em terceiro, porque, agora que o mensalão “deixou de existir”, já não há mais razões para rejeitar ou temer Lula, o PT e sua malha de jagunços.
Inclusive, negar a existência do escândalo, após tantos depoimentos, investigações e CPI’s é, no mínimo, um ato suspeito de quem pretende, de forma grosseira, ludibriar mais uma vez a população, jogando-lhe uma pá de areia nos olhos.
Por todas estas razões, devo acreditar que o que o falacioso presidente nos prepara é uma armadilha de proporções imensuráveis, calcada em sua trajetória de corrupção, desonestidade e outros delitos ainda nebulosos. E que fará do povo uma platéia muda e impotente perante seus desmandos.