Blog by Dani

quinta-feira, junho 22, 2006

Manual do passageiro consciente


Para todos aqueles que trafegam por aí em veículos públicos, especialmente em ônibus de turismo, é recomendável que conheçam algumas regras que, embora não estejam escritas em nenhum manual, são fundamentais para que qualquer viagem, por mais curta que seja, não se torne um verdadeiro inferno. E, a menos que alguém vá viajar absolutamente sozinho em qualquer coisa que ande, é bom respeitar essas “leis” comportamentais.

Sinais de fumaça

De todas as coisas desagradáveis que podem ocorrer durante uma viagem, acho que sentir cheiro de fumaça de cigarro é a pior delas. Principalmente para quem não é fumante, como eu.
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Ao que me consta, em todos os veículos públicos é proibido fumar, mas nem todo mundo respeita isso. Em ônibus totalmente fechados, com ar condicionado, seria um pesadelo. E ninguém é obrigado a impregnar seus pulmões com a nicotina exalada por quem não se manca.

Deitando e rolando
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Tem gente que, mal se aboleta no seu assento e já vai logo inclinando a poltrona até o limite máximo. Considero uma tremenda falta de respeito.

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Primeiro, porque se outras pessoas chegarem e quiserem se sentar na poltrona de trás, encontrarão dificuldades para se acomodar, já que o folgado da frente está praticamente “deitado” no seu lugar. Se quiserem sair, vêem-se “entaladas”.
Segundo, porque o passageiro de trás pode ser alto, ter pernas longas. Com o coleguinha da frente totalmente reclinado, o de trás ficaria imprensado, e chegaria ao seu destino todo empenado.
E, terceiro, porque o cidadão da poltrona de trás pode estar lendo um jornal – coisa bastante comum em ônibus. Quando o espaçoso se recosta, joga o jornal na cara do leitor logo atrás dele. Uma falta de educação.

Ai, minha enxaqueca

Se tem uma coisa que eu não tolero é perfume forte demais. Seja em ônibus, metrô, carro, ou até mesmo em elevador. Começo a ficar nauseada, e com uma dor de cabeça insuportável. E, quando alguém excessivamente “perfumado” se senta ao meu lado ou não muito distante de mim, já posso intuir que aquela será uma viagem DAQUELAS.
Acredito que, como eu, muita gente não goste de essências fortes. (Deve-se levar em consideração também que há pessoas extremamente alérgicas a perfume, o que significaria ir se empolando estrada afora).
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Outro dia mesmo, sentou-se bem ao meu lado uma dessas mulheres que não sabem se perfumar. Parecia ter bebido um frasco inteiro de Amarige ou qualquer um desses Givenchy’s que só se usa uma gotinha à noite e olhe lá. Completamente tonta já na primeira curva, eu rezava para os santos dos narizes entupidos para que ela não se mexesse. Porque, a cada movimento da moça, minhas narinas pediam socorro. Cheguei a achar que aquele cheiro podia passar pra mim, já que meu sutil “Mamãe e Bebê” não conseguia fazer frente àquele extrato inebriante.
Saldo da história: cheguei enjoada e trôpega como um peru em dia de Natal, como se tivesse tomado um porre.
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Blá Blá Blá

Não tem nada mais chato do que sentar ao lado de um passageiro que mal pode conter a língua parada dentro da boca. Basta você se sentar, que o tipo falante já fica te encarando para, logo em seguida, entabular uma conversa in-ter-mi-ná-vel, que só terá fim na próxima rodoviária.
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É claro que há papos interessantes, que parecem até diminuir o tempo de viagem. Mas é preciso ter um certo “feeling” para perceber se o outro quer ou não falar.
Há dias em que quero ir em silêncio durante todo o percurso. Nesses momentos, nada mais inconveniente do que aquelas pessoas que ficam puxando papo e tocando no seu braço quando você desvia o olhar para a estrada.
Devo dizer que isso também me deixa ligeiramente tonta – essa coisa de ficar olhando muito tempo para a pessoa ao lado e vendo a paisagem passar atrás me dá um enjôo...
O melhor é ficar quietinho, ou falar só o necessário. Até porque, papos assim acabam incomodando também os passageiros adjacentes.

Mamãe, estou no ônibus

Em quase todas as viagens, é aquela sinfonia de celulares: na partida ou na chegada, no início, no meio ou no fim, ouço sempre vários telefones tocando, e aquelas musiquinhas irritantes se misturam o tempo todo. Quem atende geralmente fala alto, incomodando os outros, ou acordando quem estava tirando um ronquinho.
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É melhor manter o telefone no modo vibratório e, ao atender, falar num volume baixo e discreto, porque o resto do pessoal não precisa tomar parte no assunto, nem está interessado nisso.

Não dá pé

Considero um absurdo quem apóia o pé no braço da poltrona da frente. Isso porque há espaço para o passageiro viajar confortavelmente sem precisar invadir o espaço alheio, e nada justifica essa falta de urbanidade.
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Quer colocar o pé com sapato na poltrona da casa dele, ou em cima da própria cama, tudo bem - não é problema meu. Mas descansar as patas numa coisa que será usada por outras pessoas é inadmissível.
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Entre outras formas de fazer uma viagem parecer mais longa, estas são as mais corriqueiras e, talvez, as mais incômodas. E não é só nesta situação que a civilidade faz falta: faz também na rua, nos restaurantes, nos cinemas... mas isso é outra história.

17 Comments:

  • At 7:30 AM, Anonymous Anônimo said…

    Otimo - e válido para outros ambientes além de ônibus: salas de espera, escritórios, e mais... Pensando bem, acabamos achando outros itens a serem adicionados: gente que assovia alto e desafinado, que come coisas esfarelantes, esmigalhantes, barulhentas e fedidas, sei lá, como é que fomos ficando tão alienados e esquecidos de um mínimo de "savoir vivre"?

     
  • At 8:02 AM, Blogger Leleco said…

    Dani,

    Será que preciso dizer mais alguma coisa?

    Ótimo post, meu amor. Adorei mesmo.

    Eu, que viajo todo final de semana para a Terra de Marlboro para te ver, sofro muitos desses problemas, principalmente os ítens: Deitando e rolando; Ai, Minha enxaqueca; Blá blá blá; e Mamãe, estou no ônibus.

    Mas a pior situação que passei foi a de um playboyzinho metido à besta que sentou ao meu lado com meia dúzia de latas de cerveja à tira colo. Já era noite, e o cidadão tomou todas, arrotava o tempo todo, e eu não aguentava mais o cheiro de cana ao meu lado. O pior de tudo é que ele falava ao telefone celular aos berros, marcando a farra da noite, onde provavelmente entraria em coma alcoólico.

    Detesto sentar ao lado de quem come cheetos...o cheiro do negócio parece de cocô...rs

    Mil beijões, meu amor,
    Leleco

     
  • At 8:59 AM, Blogger Chris said…

    Nossa, Dani! Eu passo por tudo isso 2 vezes por dia, já que trabalho no centro e moro na Barra. A gente tem o ônibus do condomínio que é uma tragédia! Teve uma vez que eu tinha extraído o ciso, estava babando sangue e proibida de falar em excesso por 72 horas, e a senhora ao meu lado insistia em bater papo mesmo depois de eu tê-la informado da minha situação... Putz... foi f*da. Esse negócio do perfume tem todos os dias, eu já começo o dia passando mal. O pior é quando a pessoa vem te cumprimentar e te dá um abraço bem apertado. Aí o perfume passa pra você e você tem que aguentar aquele cheiro o dia inteiro. O banco deitado é mais que normal... mas também tem aquele pessoal que fica fumando na fila e jogando a fumaça na sua cara, logo de manhã cedo.
    Enfim, falta de educação é um caso sério neste nosso país... :-(

     
  • At 9:30 AM, Blogger Taia said…

    Concordo com quase tudo.
    Menos o da reclinação na poltrona.
    Ela pode reclinar não pode, então recline.
    Concordo que seja depois de todos já acomodados mas eu não me importo se o cara de trás está ou não lendo.
    Bj

     
  • At 10:37 AM, Blogger Palpiteira said…

    Dani, faça um manual e venda para todas as empresas de ônibus. Será utilíssimo, hehehe. Menina, na última viagem de ônubis que eu fiz, eu estava de pernas cruzadas, desligada do mundo, lendo um livro, quando, de repente, a maluca do banco da frente deitou o banco e quase esmagou minhas pernas. PQP. Assustei. Mas em vez de xingar a folgada, deitei o meu e fiquei na minha. Coletivo é fogo.
    Beijão

     
  • At 7:25 PM, Anonymous Anônimo said…

    Oi Dani! adorei seu manual de boas maneiras...rs...já peguei cada um em viagens de ônibus que bem que poderiam ter lido esse post antes...beijos

     
  • At 8:32 PM, Blogger Nelsinho said…

    Detesto viajar de ônibus, mas a verdade é que (em econômica), os aviões não estão muito diferentes...

    De qualquer forma, seu post está excelente!

    Um beijo

    Nelsinho

     
  • At 11:35 PM, Anonymous Anônimo said…

    Perfeito! Suas regras se aplicam também aos aviões. Agora que tá uma baita promoção de passagens e tá todo mundo brincando de voar, a festa no céu tá armada... pior de tudo é aquela criancinha que fica chutando a poltrona da frente e a mãe não toma nenhuma providência! A gente tem que ficar educando o filho dos outros... terrível! Beijos!

     
  • At 7:16 PM, Blogger Jonas Prochownik said…

    Tem toda razao, perfume demais nimguem merece! Todas as outras regras suas sao altamente pertinentes. Parabens. Bom finde com bjs. do Jonas.

     
  • At 11:04 PM, Blogger Jonas Prochownik said…

    Você tem toda razão, principalmente quanto ao exagero de perfumes. Aliás, sou alérgica a maioria deles.
    Adorei essa cação tão animada que toca aqui em seu lindo blog.
    um beijo da
    Kristal

     
  • At 8:11 PM, Blogger Jôka P. said…

    Dani,
    você é uma verdadeira Maria Augusta, da Socila.
    :)
    Bjs!

     
  • At 4:11 PM, Blogger Michel said…

    sempre que viajo, procuro os horários medíocres para não topar com "a massa" e ter minha linda viagem interrompida por qualquer um.

    Abração

     
  • At 10:08 PM, Blogger Jôka P. said…

    Não tenho nada de famoso, Dani.
    Sou low-profile, normalzinho da Silva.
    Bjs!
    :)

     
  • At 9:26 AM, Blogger Lyly said…

    Oi, tudo bem com você ? Estou passando aqui para matar a saudade, pq não é sempre que consigo acessar os blogs do blogspot. Se eu der uma sumida, não esqueça que é por falta de acesso mesmo. Realmente as vezes é insuportável andar nesses ônibus. Beijos para ti.

     
  • At 6:23 PM, Blogger Palpiteira said…

    Dani, cadê vc, hein? Espero que esteja tudo bem por aí.
    Beijos.

     
  • At 9:09 PM, Anonymous Anônimo said…

    Eu já havia te dito, mas acho que vale a pena registrar... O seu post ficou muito legal... Alguns pequenos detalhes fazem mesmo toda a diferença em uma viagem... Respeito e educação também...

    Beijos,

    Rangel

     
  • At 8:58 AM, Blogger Nivas Larsan said…

    Mt bom os comentários. Tem tb aqueles que tiram os sapatos ou tênis e impregnam o interior do onibus com o cheiro de queijo. Tem aqueles que ligam o radio do celular e agora com os novos mp7 ficam assistindo tv sem os fones. Tem quem fala no nextel em altos brados. Tem as comadres que colocam as fofocas em dia e o onibus todo fica sabendo. Tem o pessoal que acha que o onibus é um chiqueiro e deixam sujeira prá todo lado. usam o toilete e não dão descarga. Se continuarmos a relacionar não vai ter espaço no blog. Quem viaja de onibus tem que ter a consciencia e educação de coletividade, porisso se chama "COLETIVO". Portanto, não tenha medo nem vergonha e reclame. Primeiro ao passageiro mal educado, se não resolver fale com o motorista. Quem fuma a bordo pode ser obrigado a desembarcar, o mesmo com os brigões e bebados. Tem lei que proibe o uso de aparelhos sonoros a bordo. Não deixe passar em branco. Faça valer seus direitos.

     

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