Brasil, este subúrbio distante
Acho muito interessantes estes documentários sobre países europeus, mas confesso que sinto um certo pesar ao assisti-los. Não posso deixar de lamentar por vivermos num país tão incrivelmente lindo e rico, e estarmos privados de absolutamente tudo, por uma série de motivos. Minha sensação é a de que o Brasil ocupa uma posição de “subúrbio” em relação aos países desenvolvidos: longe, pobre e perigoso.
(Muitos europeus nem mesmo sabem ao certo onde se localiza o Brasil: alguns arriscam “África do Sul”, outros acreditam que a capital seja Buenos Aires.)
É claro que, não raro, aparece alguém para dizer que os países de Primeiro Mundo “não são lá essas coisas”, que lá “também tem violência”, etc. e tal. Não adianta. Lá pode ter problemas, mas que são duramente combatidos e que, no cômputo geral, não fazem do país um lugar difícil de se viver. Aqui, ao contrário, tudo contribui para que nossa vida se torne cada vez mais insegura, onerosa e complicada.
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Esta semana estava vendo no Futura um programa sobre a Finlândia. Tudo tão organizado, tão limpo, tão seguro. As pessoas pagam impostos consideráveis, mas tudo é revertido para educação e saúde de primeiríssima qualidade. Não existem universidades particulares, já que as públicas são de altíssimo nível. A educação é o fator primordial na Finlândia. O índice de analfabetismo é zero. Todas as pessoas são alfabetizadas. Todos os profissionais ganham bem, pois todas as funções são bem remuneradas. As famílias têm poucos filhos – o país inteiro tem uma população menor que a do Rio de Janeiro. O único inconveniente é o frio - rigorosíssimo em qualquer estação do ano - motivo pelo qual eu jamais moraria lá.
Mas sempre há de aparecer um espírito equivocado para dizer que, já que é assim, então neste país deve ser “tudo muito chato”. É, pode ser. Pode ser que o melhor seja viver num país repleto de favelas, com uma população inculta, com governantes ignorantes, fascínoras e corruptos. Pode ser que a graça esteja em viver com um salário de miséria, ou sem salário nenhum, já que o desemprego é algo muito corriqueiro. Talvez seja bom pagar uma tributação alta e não obter nenhum direito sobre as taxas pagas. Então me pergunto por que é que brasileiro tem mania de achar entediante tudo o que é civilizado.
Não, não sou apátrida, nem desprezo minhas origens. Não sei se saberia viver em outro país, embora ultimamente venha achando que sim.
Mas o Brasil tem problemas demais, e seu principal defeito é o primitivismo. Da população, dos costumes, dos governantes. E não se iludam: isso não tem jeito, está no DNA verde e amarelo.
Se nosso país, além de seu clima privilegiado e de sua beleza incomparável, dispusesse também de todas as vantagens – humanas e estruturais – do Primeiro Mundo, aí sim viveríamos num país perfeito. E eu ia querer ver quem seria o néscio que lamentaria por isso.
Esta semana estava vendo no Futura um programa sobre a Finlândia. Tudo tão organizado, tão limpo, tão seguro. As pessoas pagam impostos consideráveis, mas tudo é revertido para educação e saúde de primeiríssima qualidade. Não existem universidades particulares, já que as públicas são de altíssimo nível. A educação é o fator primordial na Finlândia. O índice de analfabetismo é zero. Todas as pessoas são alfabetizadas. Todos os profissionais ganham bem, pois todas as funções são bem remuneradas. As famílias têm poucos filhos – o país inteiro tem uma população menor que a do Rio de Janeiro. O único inconveniente é o frio - rigorosíssimo em qualquer estação do ano - motivo pelo qual eu jamais moraria lá.
Mas sempre há de aparecer um espírito equivocado para dizer que, já que é assim, então neste país deve ser “tudo muito chato”. É, pode ser. Pode ser que o melhor seja viver num país repleto de favelas, com uma população inculta, com governantes ignorantes, fascínoras e corruptos. Pode ser que a graça esteja em viver com um salário de miséria, ou sem salário nenhum, já que o desemprego é algo muito corriqueiro. Talvez seja bom pagar uma tributação alta e não obter nenhum direito sobre as taxas pagas. Então me pergunto por que é que brasileiro tem mania de achar entediante tudo o que é civilizado.
Não, não sou apátrida, nem desprezo minhas origens. Não sei se saberia viver em outro país, embora ultimamente venha achando que sim.
Mas o Brasil tem problemas demais, e seu principal defeito é o primitivismo. Da população, dos costumes, dos governantes. E não se iludam: isso não tem jeito, está no DNA verde e amarelo.
Se nosso país, além de seu clima privilegiado e de sua beleza incomparável, dispusesse também de todas as vantagens – humanas e estruturais – do Primeiro Mundo, aí sim viveríamos num país perfeito. E eu ia querer ver quem seria o néscio que lamentaria por isso.
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16 Comments:
At 12:52 AM, Anônimo said…
Ah, que Deus ouça tuas palavras e faça delas a realidade... que um dia o Brasil seja tudo o que tem potencial para ser. Confesso que não acredito nisso. O que vejo é uma piora crescente dafalta de educação, de respeito, do descaso das autoridades e do total despreparo da polícia, da fome, da miséria e do ódio, que é conseqüência disso tudo. Triste. Beijinhos...
At 11:18 AM, Anônimo said…
É Dani, também sinto isso tudo que vc.falou, deve ser problema de DNA mesmo e pra mim,por mais esperança que tenhamos, não tem jeito esse nosso Brasil varonil,infelizmente, o que muito me preocupa,o que será das próximas gerações?terão que conviver com mais desemprego,violência,corrupção....étriste!
beijos e bom domingo!
At 12:11 PM, Palpiteira said…
Infelizmente, preciso concordar com vc, em gênero, número e grau. Acho que eu viveria muito bem em outro país, mesmo com o frio, pois adoro civilidade. Educação é algo que não me entedia, ao contrário, me alegra a alma.
Dia cheio de luz pra vc.
Beijão.
At 3:31 PM, Daia said…
Oi, amiga.
Faço minhas as suas palavras, porque me encanta o Brasil. Mas a famosa Lei do Gerson, ou o jeitinho brasileiro de quebrar as regras de forma fraudulenta estragam a vida do país. É o lixo que se joga pela janela do carro, é a fila que se tenta furar, é sempre quer levar vantagem de maneira desonesta. E, para ser civilizado, não é necessário perder a alegria. Se combinássemos as duas coisas, aqui seria o paraíso.
Bjs.
At 6:51 PM, Anônimo said…
Uma grande tristeza toma conta de mim quando penso no que o nosso país poderia ser se não tivesse tantas mazelas.
Dificil lutar contra governantes desonestos, contra homens que não se enverganham de desonrar o próprio nome, contra homens que tratam o Brasil - a sua terra - sem respeito, sem amor, contra homens que humilham a sua pátria promovendo a corrupção...
Ah, como é triste!
Bjos...linda noite.
At 8:11 AM, Anônimo said…
Nao sou especialista, mas acho que no Brasil tem gente de mais...e a riqueza do pais e muito concentrada...nos paises como a Finlandia, a riqueza esta distribuida de maneira mais ou menos igual..e ninguem tem muita regalia..se a casa precisa de conserto o dono mesmo tem que consertar...acho que faltA educacao de escola no brasileiro..aqui eles tehm essa educacao, mas isso nao quer dizer que eles sejam educados..num sentido mais amplo. Eles tehm preconceito, ah o brasileiro tem tambem...os empregos sao poucos e so dao pra eles...eles pagam muito de imposto,mas recebem de volta em educacao...e policiamente, a saude nao e boa..mas nao tem fila porque as pessoas esperam em casa..nada e perfeito. O Brasil e incrivelmente violento...acho que o melhoraramento comeca por ai..tolerancia zero para bandido.. o resto acho vem depois
At 10:35 AM, Leleco said…
Dani,
Concordo com você, meu amor. Aqui não sabemos o que é ser uma sociedade em paz consigo mesma. Vivemos num país onde um criminoso tem mais regalias do que qualquer cidadão de bem...
Acho que não conseguiria morar na Finlândia, pois é muito frio...rs
Mas a Finlândia, além de ter um povo civilizado, é um país de muitas belezas.
Mil Beijões, meu amor,
Leleco
At 11:26 AM, Chris said…
Dani, o meu sonho é este: ver o Brasil organizado, limpo e seguro, como outros países que vemos por aí.
A Finlândia é linda, a única coisa que estraga é mesmo o frio. Talvez um dia eu tenha que morar lá pois meu marido trabalha na Nokia e a sede é lá. Ele já foi várias vezes e gostou muito, apesar do frio. Nós também conhecemos várias pessoas que já moraram lá e realmente a realidade lá é bem diferente.
Será que um dia o Brasil chega lá? Se continuarmos elegendo tanta gente incompetente, acho que não. :-(
[]'s
At 12:55 PM, Anônimo said…
Dani, concordo com o que vc disse. isso aqui não vai mudar nunca... adoraria viver num país como a Finlândia, exceto pelo clima( ninguém merece). Aqui, infelizmente, ninguém faz nada p/ mudar.
bjos!
At 6:53 PM, Barbara Lucas said…
e eu q achei q o o problema era pessoal com as imagens...
At 8:16 PM, Jonas Prochownik said…
Parabens, tudo no teu post e a mais pura verdade! Mas e o nosso pais, com otimismo, vamos esperar, quem sabe, um dia pode melhorar. A esperança e a ultima que morre! Beijos do Jonas.
At 9:38 AM, Lyly said…
A foto é linda ! Sabe, eu gostaria de viver em um lugar desses, mesmo com o frio. Beijos para você e o post está maravilhoso, como sempre.
At 1:22 PM, Anônimo said…
AMÉM!!!!!
(Assim...em letras garrafais)
At 11:26 PM, Mr. San said…
Como estamos em clima de Copa do Mundo, seu post me fez lembrar aquela música do Skank:
"De vez em quando é bão
Misturar o brasileiro
Com alemão"
Um grande abraço, Dani.
At 8:44 PM, Anônimo said…
Oi Dani!
Estou tentando pensar em algo pra comentar aqui... Mas não há o que se falar, você traduziu perfeitamente o que eu sinto à respeito da nossa condição "periférica". Deve ser mesmo chato morar num país que nem a Suíça, onde o posto policial só abre duas vezes por semana. São Paulo e Rio são locais bem mais emocinantes pra se viver, hehehe
Bjs
At 4:58 AM, Lucinéia, para o íntimos said…
Oi, Dani! Vi seu comentário lá no Jôka e vim conferir. Li seu blog até aqui e esse seu post me interessou muito. Acho que vc. tem razão em muitas coisas.
Já estive na Finlândia algumas, pois meu marido é finlandês. Lá ouvi muitas vezes finlandeses dizendo que o Norte (da Europa) é frio e chato, e que o bom mesmo seria morar no Brasil. Ou seja, ninguém nunca está satisfeito com o que tem; o que está distante é sempre melhor.
Certas palavras são realmente interessantes. Primitivismo e civilização são duas delas.
Uma vez jornalistas ingleses perguntaram a Gandhi o que ele achava sobre a "civilização no ocidente", ao que ele respondeu:
- "It would be good idea."
Aos olhos de Gandhi, os primitivos eram os ocidentais. (Só pra lembrar, New Delhi é mais suja e mais pobre e tão violenta quanto qualquer capital brasileira.)
Abraço pra ti e parabéns pelo blog.
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