Blog by Dani

domingo, maio 27, 2007

Micos do jornalismo

.
Faz um frio desumano na gélida Terra de Marlboro. Estou certa de que ainda vai nevar ali fora. Nada que meu chiquérrimo sobretudo preto não resolva.
.
.
No fim-de-semana que passou, eu e Leo tivemos a oportunidade de assistir a uma das apresentações do jornalista Maurício Menezes, com seu hilariante Plantão de Notícias, idéia transferida do rádio e da tv para os palcos. O cara é uma figuraça!

Os aproximadamente 90 minutos de espetáculo passaram sem a gente sentir, enquanto Maurício contava - e mostrava, com imagens e gravações - os maiores "micos" do jornalismo brasileiro, entre outras histórias incríveis e muito, mas muito engraçadas. Eu deveria ter levado um lençol (e uma bacia onde pudesse torcê-lo), porque chorei de rir - literalmente - praticamente o tempo todo. Saí de lá com os maxilares doloridos, foi muito bom.
.
O bacana dessa forma de teatro é que o "repertório de micos" pode ser renovado constantemente, pois vão aparecendo outros e sendo inseridos no texto. Assim, é possível assistirmos à peça de tempos em tempos, porque uma apresentação nunca será igual às anteriores, já que o conteúdo está sempre se "reciclando", alimentando-se de novos "causos".
.
.
Finalmente consegui assistir ao filme Pequena Miss Sunshine, recomendado veementemente pela Tuka. A produção é simples - o longa levou 5 anos para ser rodado, devido a entraves financeiros -, mas a história é rica, inclusive nos sentimentos que nos desperta: riso, emoção, tristeza, aflição. Olive Hoover, personagem interpretada pela atriz-mirim Abigail Breslin, é realmente uma fofa! Os personagens são emblemáticos, representando vivências e conflitos.
.
Filme sensível, tocante, consegue ser divertido e profundo ao mesmo tempo. Tudo isso sem perder a simplicidade e sem necessitar de artifícios, como as boas histórias devem ser.
.

Marcadores: ,

segunda-feira, maio 21, 2007

Aranha e Zero-zero-sete

.
Já faz uns dias que fui ao cinema assistir Homem-Aranha 3. Para quem gosta do gênero e assistiu aos dois primeiros filmes, vai se locupletar com tantos efeitos visuais e se surpreender com alguns "momentos-cabeça" presentes nesta terceira façanha do spider, além de se divertir com boas cenas de humor. Tobey Maguire está ligeiramente rechonchudo - bolachudinho, eu diria -, mas não chega a arrebentar a teia. Surgem novos vilões, como o indigesto Venom (Topher Grace); o Homem-Areia (Thomas Haden Church) causa sensação e o fofinho Harry Osborn (James Franco) continua batendo um bolão. Há quem tenha detestado o filme, mas eu, que sou do contra, gostei..
.
Em DVD, vi Cassino Royale, a mais recente proeza de Bond, James Bond. Filme longo, meio confuso, com lances interessantes, outros nem tanto. Daniel Craig encarna até bem o papel, embora tenha sido criticado por não ser propriamente bonito. De fato, não faz a linha galã-conquistador-irresistível. Mas uma coisa não se pode negar: o sujeito é muito, muito forte. Deve ter malhado horrores para adquirir aquela musculatura. No geral, considerei o filme médio, por não conter nenhum elemento que realmente me impressionasse, mesmo sendo uma adaptação da versão de 1967 - a produção segue o roteiro comum dos filmes de ação e, para falar a verdade, já vi outros "zero-zero-setes" melhores. Quer saber? Ainda prefiro os tradicionais Sean Connery e Roger Moore.
.

Marcadores: , ,

segunda-feira, maio 14, 2007

Bento Carneiro

.

Esperei o Papa ir embora para comentar a badalada visita e o que foi dito nesses dias de pura euforia clerical.

Desde a mais tenra idade desconfio dos preceitos da Bíblia e das doutrinas religiosas em geral e, naturalmente, de seus representantes. Como a maior parte dos seres minimamente pensantes, é normal que eu discorde das estultices que prega a Igreja Católica. E como poderia concordar?

O "Santo Padre" prega a pobreza e vive rodeado de ouro, luxo e riqueza.
É contra o aborto, porque diz ser a favor da vida, mas é contra o uso de preservativos.
É contra os contraceptivos em geral, mas não explica quem vai alimentar, amparar e educar a multidão de gente que nasceria dessa forma desordenada.
Prega a abstinência e a castidade, enquanto padres do mundo inteiro "confraternizam" com menininhos incautos. Santa Incoerência, Batman!
.
Esse Papa, assim como a Igreja Católica ou qualquer outra religião, não me convence. Sua Santidade tem ares de vampiro, de nazista ou de executor ferrenho da Inquisição. Quando o vejo, em fotos ou pela televisão (sim, porque eu não faria questão nenhuma de vê-lo pessoalmente!), tenho a impressão de que, vivêssemos nós no século XVII, estaríamos quase todos condenados à fogueira ou ao inferno. Seu olhar, ao contrário do olhar de seu antecessor, João Paulo II, não me transmite nenhuma serenidade. Pelo contrário, é estranho e perturbador. Os dogmas defasados e absurdos da Igreja afiguram-se ainda mais estapafúrdios quando representados por sua figura. Nada em Joseph Hatzinger me transmite qualquer intenção verdadeira, nem mesmo dissimulada.
Ainda que eu também não acreditasse no mil vezes mais doce João Paulo II, nutria por ele uma certa simpatia. Por Bento XVI, nem isso. Sua expressão me causa desagrado, medo, desconforto. Não dá para levar a sério o Papa vampiro.
.

Marcadores: ,

domingo, maio 13, 2007

Minha mãe é uma gata

.
Vocês viram? Na Jordânia, a gata Nimra, de 1 ano, cuida de seus filhotes e de mais sete pintinhos órfãos. Ela os adotou há um mês, depois da morte da galinha - que provavelmente virou canja.
Para as verdadeiras mães, não há diferenças capazes de impedi-las de exercer sua condição materna.
.
Feliz Dia das Mães.
.

Marcadores: ,

quinta-feira, maio 10, 2007

Entrando no iglu

. .
No Rio está fazendo um friozinho. Daquele tipo que você veste um casaquinho à toa e já se sente agasalhado. Mas na gélida Terra de Marlboro o inverno chega mais cedo. Por aqui a coisa já está feia. Quando abro a porta da sala, parece que abriram a tampa do freezer. Ainda bem que meu iglu tem aquecedor.
..
.
É hora de desenterrar das profundezas do armário as luvas, o cachecol, os meiões de lã, os termocéis coloridos.

Lá vem de novo a época da lareira, do fondue, do edredom gigante e dos ventinhos encanados. Haja gola rulê!
.
Essa vida de pingüim não é fácil.
..

Marcadores: ,

terça-feira, maio 08, 2007

Repeteco

.
Quero aproveitar este post para deixar bem claro que não aderi às charlatanices da auto-ajuda. Só porque li O Segredo não significa que eu tenha saído por aí mentalizando fortunas, iates e armários inteiros de sapatos. (Essa é pra você, San! rs)
É certo que não preciso ficar dando explicações sobre o porquê de ter lido isso ou aquilo, mas também não é minha intenção ficar passando atestado de gente-que-crê-em-bobajadas-de-auto-ajuda.
Que fique bem claro que não acredito nessas coisas. Assim como não acredito no Edir Macedo, nem no Papa, nem na Cuca do Sítio do Picapau Amarelo. Porque, no fundo, é tudo a mesma coisa: ganância, poder e manipulação. Humpf!
.
.
Mas eu acredito na Lila e em seus fantásticos dotes culinários. Quando ela publica uma receita e diz que é boa, pode confiar. E quando ela diz que acaba logo, pode crer. O pudim de sorvete foi pro espaço, mesmo com esse friozinho que já vem chegando. Não teve gripe, nem tosse, nem nariz entupido que impedissem o fim do "sorvetão".
Atendendo a pedidos (e ao meu próprio olho guloso), tive que repeti-lo. Dessa vez, para não ter que novamente roubar uma imagem do blog da Lila, tirei uma foto do dito cujo, já ligeiramente mutilado, mas com a calda de chocolate ainda quente. Diliça!
.
Foto: Dani
.

Marcadores: ,

domingo, maio 06, 2007

O jogo do contente

.
Quem já leu o clássico Pollyanna - na minha opinião, o pioneiro da literatura de auto-ajuda - sabe a quê se refere o título deste post. Para quem não leu, eu explico: Pollyanna era uma menina órfã, com uma vida desgraçada de dar dó, mas que vivia uma vida maravilhosa jogando o "jogo do contente". O dito jogo consistia em sempre procurar o lado bom das coisas, por mais tenebrosas que fossem. E, pelo menos na ficção do livro, ela conseguia.
.
Esse prolegômeno todo foi para lançar minhas impressões a respeito desse grande "sucesso editorial" que se tornou The Secret - O Segredo, da australiana Rhonda Byrne. No fundo, suas teorias são, digamos assim, uma sofisticação do jogo do contente praticado pela menininha de Eleanor H. Porter.
.
Recebi um e-mail da Saraiva, anunciando o lançamento de The Secret - O Segredo. Como não sabia exatamente do que se tratava, imaginei logo um catatau cheio de soluções "mágicas" para todos os problemas humanos - desde os existenciais, do tipo "qual o objetivo da vida?" até as unhas encravadas e bicos de papagaio. Mas eis tenho em minhas mãos o famigerado livrinho: uma coisinha de nada, menos de 200 páginas. Dupla capa, papel brilhante, beleza de encadernação. Não fosse eu essa pessoa que lê até bula de xarope, talvez desse uma bisoiada e só. Mesmo por que, na maior parte das vezes rejeito sumariamente compilações sensacionalistas de auto-ajuda. Enfim, aquele era um livro e eu sou uma pessoa curiosa, que procura conhecer as coisas para poder opinar sobre elas.
.
E sabem o que Rhonda Byrne e o charlatão Paulo Coelho têm em comum (além, é claro, da própria charlatanice)? A capacidade de explorar os pontos fracos do ser humano, oferecendo soluções místicas, baseadas em conhecimentos invisíveis e partindo do princípio de que as pessoas PRECISAM acreditar em algo. Ah: e também o fato de os dois venderem a idéia de que, quando alguém deseja algo com muita força, "o Universo conspira a seu favor" para que se realize.
.
.
O livro todo se resume a uma tal "lei da atração" - já explorada antes por outras publicações, embora não com tamanha repercussão - , segundo a qual nossos pensamentos - positivos ou negativos - voltam para nós sob a forma de acontecimentos bons ou ruins, dependendo da freqüência que emitimos para o Universo. E isso é martelado página a página, tornando o livreco um clichê repetitivo. Ela cita "mestres" desconhecidos e insere frases de grandes figuras da história mundial, como Einstein e Graham Bell, além de uns depoimentos igualmente cansativos de um monte de milionários "super felizes" que descobriram o tal segredo. (O testemunho de um sujeito que visualizou uma pena é o cúmulo do absurdo!)
.
"Pense positivo", "Dê o primeiro passo", "Mantenha a fé". Oh, God, até eu poderia escrever um livro chato com essas frases!
.
A coisa toda tomou uma tal proporção, que já há comunidades no ORKUT com mais de 22 mil membros e grupos que se encontram para discutir os "mandamentos" do livro, segundo li na matéria da revista VEJA (4 de abril de 2007). Há pessoas correndo em desabalada carreira para assistir ao documentário homônimo, na certa buscando encontrar nos cinemas e nas livrarias soluções milagrosas para os mais variados problemas. Descobrir "O Segredo" é a sensação do momento.
.
Se pensam que com essa crítica estou desestimulando a leitura desse "segredo" ou a ida aos cinemas para assistir ao documentário, saibam que NÃO. Embora tenha ficado claro para mim que tudo não passa de uma grande manobra de marketing (e que isso renderá alguns milhões de dólares para quem concebeu a idéia), e que os preceitos do livro são, em sua maioria, de uma inexequibilidade evidente, nunca é demais confiar no próprio taco.
.
Sem dúvida, evitar idéias pessimistas e depressivas é a melhor forma de sentir-se bem consigo mesmo. Isso é o óbvio, embora nem sempre seja possível. Byrne prega uma idéia exagerada, que diz funcionar sem que se faça nada além de usar "o poder da mente". Penso que manter-se numa constante empolgação, fazendo pouco dos problemas e enganando a si próprio com ilusões de inesgotável felicidade, montanhas de dinheiro e conquistas amorosas é fabricar uma realidade paralela próxima à esquizofrenia. Porém, pensar para frente, focar nos objetivos e desejar o melhor da vida é normal, saudável e necessário.
.
Portanto, se quiserem ler, ver e experimentar, mal não vai fazer. O máximo que pode acontecer é... nada.
.
PS: Andei me concentrando e imaginei o Flamengo vencendo de 4X2 contra o Botafogo. Visualizei os rubro-negros levantando a taça. Foi batata. Hummm... será? (rs)
.

Marcadores: , ,

quarta-feira, maio 02, 2007

Cabelos ao vento

.
.
Os ventos da mudança começam a soprar. Mas não é sopro, nem brisa. O que está por vir é ventania, vendaval. Daqueles que nos descabelam inteirinhos e desencadeiam uma série de fatos novos e - como quase tudo o que é novo - assustadores.
.
.
Ventos carregam e mudam tudo de lugar, alteram a ordem costumeira das coisas. Sacolejam os galhos, jogam as folhas no chão. E espalham as sementes para que brotem na primavera...
. .
Ventos mudam a direção, passam a indicar outros rumos.
.
.
Resta saber se essa mudança trará nuvens cinzentas e pesadas ou se as afastará de vez, revelando um céu claro e azul, como se espera que seja.
.

Marcadores: ,