Blog by Dani

quinta-feira, abril 27, 2006

O médico e o monstro

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De uns tempos para cá, dei para temer os médicos. E não pensem que é porque tenho medo de injeção, porque não é. Eu nem choro! Também não sofro da Síndrome do Jaleco Branco. O problema é outro: eu simplesmente não confio neles. E não é à toa.
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Tenho visto graves casos de incompetência médica, e em números nada desprezíveis. Eu, então, não dou sorte com a classe. Felizmente, só muito raramente preciso deles, ou viveria em pânico.
Minhas perebas são precariamente examinadas por eles que, na maior parte das vezes, erram no diagnóstico e na medicação. Em suma, isso significa que pode-se morrer até por causa de uma urticária.
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No meu histórico constam uma rubéola não-diagnosticada por um pediatra (!), uma injeção aplicada no lugar errado (o enfermeirinho de plantão fez o favor de adormecer meu nervo ciático) e o máximo da irresponsabilidade: um dos monstros de jaleco me deu um diagnóstico totalmente errado (como eu pude comprovar depois, com um profissional sério) e ainda prescreveu um remédio proibido por causar problemas cardiovasculares!!!
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Já vi casos bizarros de braços engessados errado, cirurgias desnecessárias e que acabaram por mandar o indivíduo dessa para melhor, órgãos internos calcinados por cirurgias a laser e mais uma infinidade de absurdos cometidos pelos carniceiros fantasiados de doutores.
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Outro dia, no supermercado, vi uma criatura toda de branco, com um avental quase até os pés, e o bendito estetoscópio lá, pendurado. Ela estava escolhendo chuchus com a roupinha que usa no consultório/hospital, prosa que só ela! Agora vejam bem: uma coisa é ter orgulho da profissão. Outra muito diferente é ser um vaidoso, que se presta apenas a exibições. É tanta ostentação que o cidadão acaba esquecendo qual é, afinal de contas, a função dele.
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A explicação para este atual "fenômeno" na área da saúde (e que é aplicável a praticamente todas as outras áreas profissionais) me parece um tanto óbvia. Com as faculdades particulares "cuspindo" gente aos borbotões todos os semestres e vendendo diplomas a torto e a direito, o que é que se pode esperar? Isso sem falar das universidades públicas, que em virtude de cotas e sei-lá-mais-o-quê, aceitam como alunos estudantes que nem um bom nível médio tiveram. É de meter medo!
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É preocupante pensar que estes são os profissionais que lidam com a vida das pessoas.
E são todos muito bem apetrechados, com jalecos imaculadamente brancos e passadinhos, de estetoscópio no pescoço, cheios de pose e soberba. Pois é: vaidade demais, competência de menos.
Clínicas muito modernosas, com obras de arte de gosto duvidoso nas paredes e secretárias sérias e de cabelo esticadinho: prepare o bolso e o que lhe restar de saúde, porque pode ser que você saia pior do que entrou.
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É claro que existem exceções, mas é bom ter cuidado na escolha do profissional, porque saúde é coisa muito séria.

domingo, abril 23, 2006

Outono-inverno

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Os dias bonitos, a temperatura amena, as folhas secas caindo das árvores e forrando jardins, calçadas e praças com um tapete alaranjado.
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Adivinhou quem pensou na atual estação. O outono prenuncia os dias frios do inverno, e funciona como um estágio de adaptação, para que não tenhamos de enfrentar tão bruscamente a mudança no clima. As tardes outonais são luminosas; as noites, frescas e agradáveis. Os marrons e os verdes predominam nas vitrines, e um arzinho já meio gélido nos espreita pelas esquinas.
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Gosto do outono, mas prefiro a primavera – o anúncio do verão. Dias mornos, floridos, coloridos. A temperatura ainda é agradável, o sol ainda não castiga tanto a pele. Mas já existe no ar algo pulsando, vibrando, como se também a alegria da próxima estação começasse a desabrochar, e o pólen da expectativa já estivesse pairando no ar.
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De qualquer forma, prefiro os climas temperados: nem calor senegalês, nem frio siberiano. Porque detesto suar em bicas ou bater o queixo.

sexta-feira, abril 21, 2006

Você tem medo de quê?

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Por definição, o medo é um estado de alerta proveniente do receio de fazermos alguma coisa, ou por nos sentirmos ameaçados, tanto fisicamente como psicologicamente. Medo é o perigo anunciado.
O medo pode provocar intensas reações físicas como descarga de adrenalina, aceleração cardíaca e tremor. Numa escala mais alta, pode provocar atenção exagerada a tudo que ocorre ao redor, gerando depressão, pânico e outros distúrbios.
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Todos sabemos que o medo é uma reação de defesa natural do ser humano e tem origem no que julgamos ameaças a nossa segurança e a nossa vida. A cada situação nova, inesperada, que representa um perigo, surge o medo.
Todo mundo teme algo - assaltos, aviões, seqüestro, doença, dentista, cirurgia, dor, solidão, entre outros - e a intensidade do medo irá se manifestar de acordo com o histórico de vida de cada um. Além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem ter aparecido de associações que fizemos ao longo da vida. E um momento de pavor só nos dá duas alternativas: lutar ou fugir. Agimos conforme a situação se apresentar, guiando-nos pelo instinto de sobrevivência e pelo bom senso (se é que ele acode nessas horas).
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Assim como todo mundo, temo certas coisas, e posso citar como exemplos as situações de violência, ladrões, cobras, Lula reeleito (é ou não é apavorante?)...
Também me arrepio só de pensar em perder alguém querido, ou de ficar doente. Enfim, acredito que a maior parte das pessoas nutra esses mesmos temores, ou equivalentes.
Sei também que o medo vai mudando suas faces durante a nossa vida. Por exemplo: quando criança, eu me apavorava com filmes de vampiro; no futuro, é certo que eu venha a temer por meus filhos adolescentes, quando eles saírem à noite. São medos que não existem em minha fase atual, mas que ou já existiram ou ainda surgirão.
É preciso saber administrar esta emoção da melhor maneira possível - afinal, o medo é um sentimento natural e necessário.
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Numa enquete realizada recentemente em um site na internet, ao todo, 5.879 usuários deram sua opinião sobre o que mais temiam. Contrair uma doença grave é disparado a maior fonte de medo, com 40% dos votos. Outra questão que perturba os internautas é o bolso: 24% disseram que sua maior fobia é contrair dívidas. Falar em público é o terceiro item na lista de receios. E 1.235 pessoas afirmaram ter medo de falar diante de uma platéia.
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E você? Tem medo do quê?
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Leia aqui um excelente texto de Rubem Alves sobre o medo.

terça-feira, abril 18, 2006

Como ser feliz num dia de chuva

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Manhã chuvosa. Antes mesmo de abrir os olhos, posso ouvir o aguaceiro desabando lá fora. Olho pela janela, só para ter certeza.
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O cenário desanima: tudo parece ter perdido a cor, dessaturaram a paisagem. Eu, particularmente, prefiro os dias ensolarados. Mas com essa chuva, não dá vontade de fazer nada.
Bom, nada também não. Digo isso porque há coisas que combinam com dias de chuva. E não estou falando de capas, guarda-chuvas nem galochas.
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Chuva combina com...
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Edredon fofo e quentinho (e a gente debaixo dele!)
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Qualquer coisa quente, dentro de uma xícara ou caneca
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Jogar conversa fora ao telefone
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Ouvir os CD's preferidos
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Livros, boas companhias em qualquer clima
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Aqueles filmes deliciosos de assistir
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E pipoca para acompanhar. Muita pipoca!
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Um bom "cobertor de orelha"
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Dormir, dormir, dormir.

sábado, abril 15, 2006

Coelho bota ovo?

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Coelho bota ovo? Acho que nem de chocolate...
Afinal, como apareceu a idéia de associar coelhos a ovos e à Páscoa, que comemora, na religião católica, a Ressurreição de Cristo?
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O coelho era símbolo de fertilidade no antigo Egito. Como esse animal se reproduz rapidamente e gera muitos filhotes, representa a fecundidade e a reprodução constante da vida e também a Igreja, que também pode ter novos discípulos sempre. Uma lenda conta que uma mulher pobre pintou ovos e colocou-os escondidos num ninho para presentear os filhos num domingo de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um coelho passou e elas acreditaram que o animal trouxera o presente. O coelho como símbolo da Páscoa chegou ao Brasil pelos imigrantes alemães, entre 1913 e 1920. Na nossa tradição, o coelho esconde os ovos coloridos em ninhos para que as crianças possam procurá-los como presentes de Páscoa.
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Desejo a todos uma Feliz Páscoa, com bastante chocolate!

quinta-feira, abril 13, 2006

O breve espaço de beijar

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Beijo: subst. masc.; justaposição anatômica dos dois músculos orbiculares da boca no estado de contração.
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Beijo meigo
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Não se sabe como surgiu o primeiro beijo da humanidade. As referências mais antigas aos beijos foram esculpidas por volta de 2.500 a.C. nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
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Beijo sensual

Os romanos tinham 3 tipos de beijos: o basium, trocado entre conhecidos; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, que era o beijo dos amantes. Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar suas mãos. Os súditos podiam beijar apenas seus pés.

O legítimo "French Kiss"

Beijo francês é aquele em que as línguas se entrelaçam. Também é conhecido como beijo de língua. A expressão foi criada por volta de 1920. Na França, o beijo francês é conhecido por beijo inglês.

Beijo de cinema

Por causa do chefe de polícia de Tóquio, que achava o ato de beijar sujo e indecoroso, foram apagados dos filmes norte-americanos mais de 243.840 metros de cenas de beijos.

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Beijo "animal"

No período da Renascença, o beijo na boca era uma forma de saudação muito comum. Na Inglaterra, ao chegar na casa de alguém, o visitante beijava o anfitrião, sua mulher, todos os filhos e até mesmo o cachorro e o gato.

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Beijo bom

Na linguagem dos esquimós, a palavra que designa beijar é a mesma que serve para dizer cheirar. Por isso, no chamado "beijo de esquimó", eles esfregam os narizes. No Nordeste brasileiro, também se usa a palavra "cheiro" no lugar de "beijo".

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"O beijo", de Auguste Rodin

Oliver Cromwell, no século XVII, proibiu que fossem dados beijos aos domingos na Inglaterra. Os infratores eram condenados à prisão.

E tem dia para beijar?

.Fonte: Guia dos Curiosos

terça-feira, abril 11, 2006

Pelos quatro cantos

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Outro dia, num comentário, o San disse que eu deveria ser Secretária de Turismo do Rio de Janeiro, por conta dos meus textos sobre o Pão-de-Açúcar.
Pois está aí uma atividade que eu exerceria com o maior prazer: divulgar esta cidade linda pelos quatro cantos do mundo – e certamente não seria preciso um grande esforço para trazer novos turistas a cada ano.
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É só chegar em Copacabana para constatar: eles estão sempre no Rio, seja qual for a estação. São facilmente identificáveis, seja pela aparência ou pela maneira como se vestem (costumam usar sandálias com meia ou aquelas havaianas com a bandeirinha do Brasil). Contemplam absolutamente embasbacados a deslumbrante paisagem carioca, filmam e fotografam tudo – com certeza voltarão.
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Digam o que disserem, mas visitar o Brasil e não conhecer o Rio de Janeiro é como ir a Roma e não ver o Papa. É quase uma escala obrigatória, ainda que o destino seja uma outra cidade brasileira.
A cidade do Rio de Janeiro abriga uma grande e importante fatia da história do país, desde sua fundação, passando por seus costumes cosmopolitas, sua forte influência cultural e ampla projeção internacional. No Rio nasceu a Bossa Nova, uma inusitada mistura de jazz e samba, que levou o nome e o clima da cidade para o mundo, através de grandes talentos como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Nara Leão, Dick Farney, além de vários outros.
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Percebo que faz-se necessário estimular o turismo no Rio de Janeiro, nem tanto entre os estrangeiros, mas principalmente entre os brasileiros de outros estados, que alimentam um estranho preconceito ao carioca de um modo geral, e uma certa resistência à cidade. Muitos alegam ter “medo da violência”, mas as pesquisas acerca do assunto não deixam dúvidas: o Rio está dentro da média nacional, nas estatísticas feitas para outros estados. Não acredita? Leia tudo aqui, no texto "Esclarecimentos sobre a violência", do dia 4 de abril.
Também não é verdade que o carioca tenha se "acostumado" com a falta de segurança ou “banalize a violência”. O carioca apenas não se acovarda diante dos problemas. Continua saindo para estudar, trabalhar ou se divertir. Evita certos locais em determinados horários, protege-se como pode, mas segue vivendo sua vida, não se privando completamente de tudo o que a cidade proporciona.
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O grande e real problema é que o governo estadual parece não existir – Rosinha e Garotinho são meras figuras decorativas. O governo federal, por sua vez, faz questão de ignorar completamente o estado do Rio. Estamos totalmente abandonados, mas isso, ao que me consta, não é algo que afete particularmente o Rio. O Brasil inteiro parece ter sido largado às traças por este governozinho-de-meia-tigela. Mas essa já é uma outra história...
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Felizmente, o Rio não depende do governo - e nem de coisa alguma - para ser esta cidade maravilhosa...

sábado, abril 08, 2006

O homem que veio do espaço

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Marcos César Pontes* retornou, são, salvo e sorridente da viagem que o levou ao espaço, há 10 dias.
Ele foi, plantou seus feijões, voltou, e a pergunta que não quer calar se mantém: e daí?
Embora reconheça o valor, o esforço e a inteligência de Pontes, não consigo enxergar qualquer ligação entre esta extravagância e a “consolidação na área da ciência” no Brasil – pretexto criado para enviá-lo a esta missão - afinal nós só enviamos o astronauta, não tivemos qualquer participação científica ou tecnológica neste programa.
Uma dinheirama saiu dos cofres brasileiros para financiar esta empreitada cósmica, e Lula fez o tenente-coronel de cabo eleitoral: é tudo o que se pode concluir.
Lamentei que Lula tenha se prevalecido do preparo de Pontes e do nosso dinheiro para incrementar sua campanha política. Chegaram a declarar que os milhões gastos “não farão falta nenhuma ao Brasil, pois o valor investido corresponde a 1% do orçamento do país”. Sei. Quando é para aprovar projetos que propõem o aumento do salário mínimo, não é bem o que dizem. Enfim, o que Lula queria, conseguiu: mandar o Brasil para o espaço. Literal e metaforicamente.
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Se para nós este episódio não gerou nem gerará efeitos concretos, para o astronauta certamente significou uma experiência única, reveladora e inesquecível. Quem deixa este planeta, ao voltar, passa a encarar a vida e tudo o que o cerca de forma diferente. Ao ter a oportunidade de vislumbrar a grandiosidade do universo, acaba por constatar toda a inutilidade da problemática humana e a mesquinhez de suas relações. Vêm em sua cabeça todos aqueles princípios filosóficos que discorrem sobre a morte e o sentido da existência, e chega-se à conclusão de que o sentido da vida não tem sentido nenhum - o que poderá comprovar um paradoxo: é preciso sair da Terra para ter os pés no chão.
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* Marcos Pontes, nascido em Bauru (SP) em 1963, é um valoroso brasileiro, não resta dúvida. Além do impressionante currículo e do ótimo desempenho nos rigorosos testes e treinamentos da Nasa, possui uma sensibilidade bastante apurada para as artes, especialmente a música e as artes plásticas. Nosso astronauta é, na verdade, um indivíduo de múltiplos talentos que, curiosamente, conserva a simpatia e a simplicidade das pessoas verdadeiramente admiráveis.
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Acesse aqui o site do cosmonauta brasileiro!

quinta-feira, abril 06, 2006

Falando em português claro

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No último dia 21, foi inaugurado em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa, que é resultado de um projeto inovador e interessante,que mobilizou várias empresas e instituições.

Nos tempos da escola, as matérias preferidas eram justamente Português e Literatura. Por este motivo, fiquei absolutamente fascinada por este novo instrumento de cultura instalado no centro da capital paulista, que mistura didática, tecnologia e entretenimento. Sem falar do local: a belíssima Estação da Luz, recentemente reformada.
Quando tiver uma oportunidade, certamente irei lá conferir.

É a primeira instituição totalmente dedicada ao idioma natal do Brasil, e foi instalada em uma das mais belas construções do início do século XX na região do Pólo Luz-Santa Ifigênia, a Estação da Luz, que está mais bonita do que nunca após o restauro de sua fachada e salões.

O lugar passa a ser o ponto de encontro com a língua, a literatura e a história. Conta com espaços interativos e obras de arte que proporcionarão aos visitantes uma viagem sensorial e subjetiva pela língua portuguesa, guiada por palavras, autores e estrelas brasileiras. O Museu ocupa o prédio acima da plataforma da Luz, onde funcionavam os escritórios da companhia férroviária. Parcialmente destruído por um incêndio, em 1946, e reconstruído na década de 50, o prédio passou por minucioso processo de requalificação e restauro para abrigar o museu. O projeto arquitetônico é de Paulo e Pedro Mendes da Rocha, pai e filho, que pela primeira vez trabalharam juntos.

O acervo do novo museu traz um vasto conteúdo sobre a história da língua, os idiomas que ajudaram a formá-la, as formas que ela assume no cotidiano e a criação da língua na literatura brasileira, entre outros assuntos, tudo transformado em informação virtual. Em vez de passear por uma sucessão de objetos e textos presos às paredes, na Estação Luz da Nossa Língua o público descobre a língua portuguesa por meio de filmes, audição de leituras e diversos módulos interativos. O projeto museográfico da Língua Portuguesa foi desenvolvido com a supervisão de Ralph Appelbaum, um dos grandes especialistas da área em todo o mundo – são dele os projetos do Museu do Holocausto de Washington e a sala de biodiversidade do Museu de História Natural de Nova York.
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Orçado em R$ 37 milhões, o Museu da Língua Portuguesa é fruto da parceria entre IBM do Brasil, Correios, TV Globo, Petrobrás, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Educação, Instituto Vivo, Votorantim, Eletropaulo e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A realização é da Fundação Roberto Marinho e Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
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Em todo o mundo, 270 milhões de pessoas falam português. A Estação da Luz foi, no passado, o ponto de encontro entre o português falado aqui e outros idiomas. A Luz era a primeira visão de São Paulo dos imigrantes que chegavam à estação em trens vindos do Porto de Santos. Hoje, a estação de trem continua a abrigar, diariamente, sotaques vindos de todas as partes do país.

O museu funcionará das 10 às 17 horas, de terça a domingo, e a entrada sai por R$ 4,00. Estudantes pagam meia e menores de 10 anos, assim como professores da rede pública, não pagam.

Para quem mora em São Paulo e tem interesse em conhecer o museu, recomendo que vá. E que depois conte tudo para mim!
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Conheça mais sobre o Museu clicando aqui.

Ah: e continuo participando da "eleição" no Blog News. Votem aqui, que estou mal na briga (rs...)




segunda-feira, abril 03, 2006

Pão-de-Açúcar, patrimônio carioca

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Dando continuidade ao papo sobre o Pão-de-Açúcar, deixo para vocês algumas informações bem bacanas sobre um dos maiores pontos turísticos do Rio. Vale a pena conhecer a história e principalmente o lugar, ao vivo e a (muitas) cores.
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Origem do nome
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Há várias versões históricas a respeito da origem do nome Pão de Açúcar. Segundo o historiador Vieira Fazenda, foram os portugueses que deram esse nome, pois durante o apogeu do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil (século XVI e XVII), após a cana ser espremida e o caldo fervido e apurado, os blocos de açúcar eram colocados em uma forma de barro cônica para transportá-lo para a Europa, que era denominada pão de açúcar. A semelhança do penhasco carioca com aquela forma de barro teria originado o nome.

O idealizador do projeto

Augusto Ferreira Ramos, engenheiro brasileiro, nascido em 22 de agosto de 1860, participava como Coordenador Geral da Exposição Nacional de 1908, realizada na Praia Vermelha, em comemoração ao centenário da abertura dos portos brasileiros às nações amigas, quando teve a idéia da construção de um caminho aéreo para o alto do Pão de Açúcar. Com o industrial Manuel Antonio Galvão e o Comendador Fridolino Cardoso conseguiu do Prefeito do Distrito Federal, Serzedelo Corrêa, autorização para a construção e operação do sistema teleférico, que compreenderia três linhas: uma ligando a Praia Vermelha ao alto do Morro da Urca; outra ligando os altos do Morro da Urca e Pão de Açúcar e a terceira ligando o alto do Morro da Urca ao alto do Morro da Babilônia. A terceira linha, ligando o Morro da Urca ao Morro da Babilônia não foi realizada, tendo em vista a prioridade dada ao Exército para a ocupação daquele morro.

A construção

No dia 30 de julho de 1909 foi concedida a autorização, com duração de 30 anos, para construção da gigantesca obra, outorgada pelo Decreto Municipal no. 1260, de 29 de maio de 1909. Com um capital inicial de 360 contos de réis, Augusto Ferreira Ramos e um grupo de amigos ilustres, fundaram a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar e iniciaram em 1910 a construção do primeiro teleférico brasileiro.
Na obra trabalharam operários brasileiros e portugueses, com equipamentos e materiais importados da firma alemã J. Pohlig. Foram gastos dois milhões de contos de réis e quatro toneladas de materiais, que tiveram que ser transportados para o alto dos dois morros por centenas de operários realizando perigosas escaladas, numa ousada operação para a época.

A inauguração

O trecho inicial, entre a Praia Vermelha e o Morro da Urca, numa extensão de 575 metros e 220 metros de altura, foi inaugurado em 27 de outubro de 1912, quando subiram 577 pessoas ao Morro da Urca, ao preço de 2 mil réis pela viagem de ida e volta. O "Camarote Carril", como era conhecido o bondinho, construído em madeira, tinha capacidade para 24 pessoas e fazia o trajeto suspenso em dois cabos-trilho , sobre os quais deslizava com oito pares de roldana. A energia era fornecida por uma máquina elétrica de 75 HP e os freios elétricos davam ao sistema completa segurança. Cada viagem durava, em média, 6 minutos, a uma velocidade de 2 m/s (nos dois trechos).

Como é hoje
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No Pão de Açúcar atualmente funcionam dois sistemas teleféricos independentes, classificados como de grande porte, com dois bondinhos em cada linha, circulando em vai-vém (jig-back). O novo sistema aumentou a capacidade de transporte do teleférico de 115 para 1.360 passageiros por hora.
O bondinho pode transportar até 75 passageiros em cada viagem, que sai de 30 em 30 minutos, e é o único no mundo com as faces laterais totalmente transparentes devido ao acrílico utilizado, "plexi glass", de tecnologia de aviação.
O desenho dos novos bondinhos, medindo 5,40 x 3,00 m, em forma de bolha, com estrutura em duralumínio é exclusivo do Pão de Açúcar, idealizado e patenteado pela firma italiana Nardo, e premiado no 4º Salão de Montanha em Turim, em 1971.

Informações gerais sobre o passeio

Horário de Funcionamento:
Diariamente de 8h10min às 22h - partidas do Bondinho a cada 30 minutos ou quando for alcançada a lotação máxima.

Duração da Viagem:

Praia Vermelha/Morro da Urca: 3 minutos.Morro da Urca/Pão de Açúcar: 3 minutos.

Velocidade do Bondinho:
Praia Vermelha/Morro da Urca:até 6 m/s (21.6Km/h)Morro da Urca/Pão de Açúcar:até 10 m/s (31Km/h)

Capacidade do Bondinho: 75 Passageiros

Altura do Morro da Urca: 220 metros

Distância Praia Vermelha/Morro da Urca: 528 metros

Altura do Pão de Açúcar: 396 metros

Distância Morro da Urca/ Pão de Açúcar: 735 metros

Endereço: Avenida Pasteur, 520 - Urca - Zona 0 - 2546-8400 / 2542-1641
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Bilhetes para o passeio, que possibilitam subida e descida dos dois morros.
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Fonte: Site Oficial da Cia. Caminho Aéreo Pão-de-Açúcar (clique para saber muito mais!).